Bebê a Bordo - Karlena / supercop

01

Lena Luthor pov

Ignoro o cumprimento saudoso de alguns funcionários, toda manhã é a mesma coisa, as mesmas saudações e proatividade, tudo para que eu possa notá-los e quem sabe bonificar um ou outro. Como se não me dessem estresse demais ao longo do meu dia. Seleciono o trigésimo andar ansiando por entrar em minha sala o mais rápido possível, pego o celular em minha bolsa e verifico algumas mensagens, mas respondo apenas a de Samantha.

O som do elevador anunciando que cheguei ao andar desejado atinge meus ouvidos após alguns minutos, deixo a caixa metálica seguindo em direção a minha sala, tudo aparentemente normal, a não ser pelo estranho nervosismo de Eve. Minha secretária tem seu jeito inquieto sempre que chego, Samantha sempre diz que deixo a mulher intimidada, mas neste momento ela parece agoniada por algo.

— Senhorita Luthor... — Paro próximo a porta. — Uma moça chegou bem cedo, ela disse que precisava falar com a senhorita e era com urgência.

— Ela deixou contato?

— Ela está na sua sala, se negou a sair daqui. Eu ameacei chamar a segurança, mas ela disse que conhecia a Srta. Arias.

— Certo...

Abro a porta de minha sala pronta para mandar a desconhecida ir embora, vasculho a sala com o meu olhar até parar na mulher sentada a frente da minha mesa, os fios medianos dourados com grossos cachos nas pontas me atraíram. Como se sentisse a minha presença, a mulher se virou me encarando com as orbes azuis, que estranhamente me pareceram familiares.

— Não deixe que ninguém me atrapalhe até o horário da primeira reunião. — Aviso Eve.

— Sim, Srta. Luthor.

Entro fechando a porta de minha sala, sigo para minha mesa tentando ignorar a presença da desconhecida, ao me acomodar guio meu olhar para loira e a vejo morder o lábio inferior nervosa.

— A Senhorita vai falar ou exigiu uma reunião comigo para apenas me admirar? — Questiono impaciente após tantos minutos em silêncio.

— D-Desculpe... — Inicia, noto o movimento de seus braços, mas ignoro. — Provavelmente não deve estar lembrada de mim, nos conhecemos no C’est La Vie, e nós temos um problema.

— Desculpe? — Ela se levanta, a observo começar a caminhar de um lago ao outro a minha frente.

— Nós transamos naquela noite, Srta. Luthor. Transamos a noite toda, na verdade, e eu estou com a menstruação atrasada.

— E onde eu me encaixo nisso, senhorita?

— Ora, eu sei que a Senhorita não chegou onde está com esse tipo de pensamento ou questionamento, sei que é alguém mais inteligente que isso. — Relaxo sobre minha cadeira a observando. Impassível por fora, mas surpresa com a ousadia dela por dentro. — Estou lhe dizendo que possivelmente posso estar grávida e o filho é seu!

— Quantos anos tem Senhorita...

— Zor-El.

— Quantos anos tem Srta. Zor-El?

— O que minha idade tem a ver com o nosso problema?

— Responda a minha pergunta.

— Vinte e quatro.

— Certo, tenho absoluta certeza de que seja uma garota inteligente ou algo próximo a isso. — Ela arqueia a sobrancelha em minha direção. — Já que se recorda bem de que transamos naquela noite, deve se recordar de que usei preservativo, não é?

— Vejo que a Senhorita se lembrou de mim... — A vejo apoiar as mãos nas costas da cadeira. — Senhorita Luthor, naquela noite a senhorita se enfureceu porque a camisinha estourou pouco tempo após começarmos e a tirou, não se recorda de que gozou dentro de mim e sem preservativo? E para ser clara, a Senhorita fez isso em todas as vezes.