Capítulo 17: Deixe-me entrar

1K 113 40
                                    

Eles estavam animados demais para dormir. Harry foi buscar xícaras de chá enquanto Tom pairava por ali, inquieto e muito nervoso para fazer qualquer coisa útil. Então eles voltaram para o quarto. Ambos passaram a maior parte da noite sentados de pernas cruzadas na cama, comparando anotações e planejando.

Era notável como seus sonhos eram semelhantes. Idênticos em todos os aspectos, exceto que Tom tinha entrado na sala com todas as prateleiras, enquanto Harry sempre acordava antes de passar pela soleira.

Havia uma Horcrux no Departamento de Mistérios.

Harry estava se chutando por não ter percebido antes. Voldemort residia obsessivamente naquele lugar o ano todo! Mas Harry nunca tocou no assunto por causa do que Sirius disse a Rony, Hermione e a si mesmo no verão passado: que a coisa guardada ali era uma arma.

Não era uma arma. A Ordem estava errada. Talvez Snape tenha alimentado-os deliberadamente com informações falsas, para dar a Voldemort tempo para recuperá-la antes que eles percebessem o que tinham e a destruíssem.

Ele transmitiu essa linha de pensamento para Tom, mas o outro garoto apenas balançou a cabeça impacientemente em resposta.

- Aposto que eles nem sabem que objeto é.- disse ele enquanto procurava por algo na gaveta ao lado da cama.- Horcruxes não são comuns, mas são notórias. Dumbledore reconheceria o que era se visse...Aha!

O pequeno grito de triunfo de Tom veio quando ele recuperou uma pena e um frasco de tinta. Ele puxou a rolha, colocou tinta na pena e equilibrou um caderno aberto sobre o joelho.

- Agora, o que você sabe sobre o próprio prédio do Ministério?- ele perguntou.- Acho que você mencionou que já esteve lá antes?

Harry tinha, por ocasião de sua audiência perante a Suprema Corte. Ele descreveu a cabine telefônica que era a entrada dos visitantes, o átrio com sua grande fileira de lareiras, os elevadores dourados, os andares por onde haviam passado e até os nomes dos Departamentos nas placas. Tom anotou tudo, ocasionalmente pressionando para obter mais detalhes.

- Nós vamos invadir, não é?- Harry perguntou, quando Tom finalmente parou para examinar suas anotações. Eles conversaram por mais de uma hora, do lado de fora, os primeiros pássaros cantavam.

- Sim.

- Pode não ser fácil; Voldemort está tentando entrar o ano todo. Ele tinha um dos funcionários do Departamento de Mistérios, Bodger, ou Broderik, algo assim, sob a maldição Imperius até que ele foi enviado para o St. Mungus. Então ele tentou fazer Nagini buscá-la, mas o Sr. Weasley lutou contra ela, ele estava guardando a porta naquela noite. Provavelmente haverá um membro da Ordem lá quando formos.

- Tudo bem.- disse Tom, acenando com a mão negligentemente.- Poderemos incapacitar quem quer que seja. Conseguimos encarar aqueles três Comensais da Morte, não foi?

Harry não tinha certeza se o tom desdenhoso de Tom era justificado. O duelo deles com os Comensais da Morte foi muito apertado. No entanto, não fazia sentido dizer isso; eles precisavam daquela Horcrux.

- Incapacitar?- ele perguntou em vez disso.

- Significa 'nocautear'.

- Eu sei o que significa! E eu gostaria que você parasse de fazer isso, eu não sou estúpido. Só estou dizendo; é melhor você não matar 'acidentalmente' quem quer que seja.

- Eu faria isso?

A resposta, obviamente, foi sim. Harry estreitou os olhos para ele.

Tom ergueu as mãos em sinal de rendição simulada.

A Dangerous GameWhere stories live. Discover now