Capítulo 3: Com um beijo

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- Você acabou de fazer uma coisa muito estúpida, Harry.- Riddle respirou em seu ouvido, a voz suave e cheia de veneno.

Harry não pôde responder. Toda a sua atenção estava voltada para a ponta afiada da rocha que cavava em seu peito e dificultava a respiração. Depois de um momento, Riddle pareceu perceber isso; ele relaxou um pouco e Harry soltou uma bela lufada de ar.

Mas ao invés de implorar por sua vida, o que era claramente o que Riddle estava antecipando, Harry começou a rir, enquanto o coquetel de adrenalina e endorfinas pulsando em suas veias coagulava em algo parecido com histeria.

Riddle não gostou de sua aparente diversão. Ele rosnou e o empurrou de volta contra os escombros e o segurou lá. Quando ele finalmente o soltou de novo, a risada de Harry havia parado, deixando para trás uma rajada fria de raiva.

- Estúpido? Você acha?- ele rosnou sem fôlego.- Você tentou me matar, o que você esperava que eu fizesse; deitasse e esperasse para morrer?

Riddle ficou parado atrás de si. Então, para a surpresa de Harry, ele soltou o braço que havia torcido em um ângulo tão desconfortável.

No entanto, antes que Harry tivesse a chance de fazer mais do que mexe-lo desajeitadamente, algo percorreu sua espinha, fazendo-o quase pular para fora de sua pele.

Sua própria varinha.

- Incarcerous!

Para seu horror, cordas conjuradas se enrolaram firmemente em torno de seus pulsos, prendendo-os juntos atrás de suas costas. Ele mal percebeu quando Riddle se afastou, ele estava muito ocupado puxando freneticamente suas mãos. Não adiantou muito.

Ele se virou para encarar Riddle enquanto a luz da varinha ganhava vida.

- Solte-me!

- Não seja estúpido.- Riddle sibilou, absolutamente mordaz.

Harry o encarou silenciosamente, ainda tentando se soltar das amarras. Ele não podia sentir nenhum nó se desfazendo. Ele engoliu em seco novamente, ciente de quão vulnerável ele estava com as mãos amarradas.

- Eu suponho que Pansy esteja morta?- Riddle perguntou, sua voz entrecortada.

Harry não respondeu, mas deve ter sido óbvio. Pansy não estava lá com eles, então ela ainda tinha que estar na Câmara. E ninguém que estava na Câmara ainda poderia estar vivo depois do que aconteceu.

Por alguma razão, o rosto de Cedrico apareceu em sua mente, especificamente, a expressão de pura surpresa de Cedrico quando ele caiu no chão em um flash de luz verde.

Riddle passou as mãos pelo próprio cabelo e começou a andar de um lado para o outro. Harry lentamente percebeu que ele não parecia mais sólido, na verdade, a luz da varinha parecia quase brilhar através de seu corpo.

Os olhos de Harry encontraram sua sombra na parede oposta, deformada pela superfície irregular. Era cinza em vez de totalmente preta.

- O que você tem?- ele perguntou antes que pudesse se conter.

Riddle parou de andar e se virou para ele, a varinha levantada. Harry se recusou a recuar. Ele manteve as costas retas e olhou para frente sem vacilar, o queixo definido obstinadamente.

Ele não se importava se Riddle o torturasse. Ele iria enfrentar sua própria morte com a mesma coragem que seus pais enfrentaram a deles.

- Eu mesmo precisava matá-la.- Riddle rosnou com ódio.- Para usar sua alma para cimentar meu domínio sobre este corpo. Sem ela, eventualmente serei atraído de volta ao meu diário.

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