Capítulo X--O Longo Reinado

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Aemond e Daenerys se separaram conforme planejado. Cada um levaria, montados em seus respectivos dragões, o exército à batalha contra os Lannisters em Porto Real. Segundo a estratégia montada com o conselho, três partes se dividiriam, iludindo os inimigos a crerem que poucos se aliaram definitivamente à causa draconiana.

Sobrevoando os mares, Aemond sentiu seu velho eu emergir. Guerreiro por natureza, nos dias da guerra civil não havia batalha que não vencesse. E montado em Rhaegal, ambos pareciam mesclar-se: a natureza de um começava aonde a do outro terminava. No entanto, Aemond tinha a vantagem de um dragão mais novo, portanto, mais rápido e, quiçá, relativamente menos rabugento.

A adrenalina o fazia rugir, e seu grito confundia-se com o do dragão, assustando os inimigos e encorajando os aliados. Aemond sorriu diante do caos abaixo de si. Acariciando as escamas de creme de Rhaegal, ele se inclinou e disse:

"Veja só! Os leões de Lannisporto são uns covardes e perecerão como tais".

Um riso e o príncipe sussurrou roucamente:

"Dracarys, Rhaegal."

E uma labareda saiu da boca do dragão, envolvendo vários dos exércitos Lannisters. Fogo mesclava-se à água, tirando suas vidas. Qualquer resistência era inútil. Assim transcorreu a primeira vitória Targaryen.

No entanto, se ela veio fácil, a próxima não aconteceria da mesma forma. Na capital, estavam mais preparados e usavam as bestas para, com alguma sorte, ferir os dragões.

Daenerys, todavia, se preparou para isso. Ela contava coma tais ataques e, portanto, se aproveitou da ferocidade de Drogon para rebatê-los.

"Dracarys", ela murmurou, encarando seus inimigos com desprezo.

Em redemoinho, chamas escuras e alaranjadas foram cuspidas sobre barcos, destruindo portos e os demais que ousaram jogar bestas sobre Dragon. A sombra projetada sobre aquela porção de Porto Real foi o suficiente para assustar boa parte dos que testemunhavam o horror daquela criatura alada de escamas negras como a noite.

O populacho que a tudo via sussurrava entre si: é com certeza Balerion reencarnado. Que outra explicação havia para tamanha besta, cujo tamanho era grande o suficiente para impedir que a luz do sol chegasse a tantos? Admiravam, de suas casas, o fogo que queimava sobre a água, o terror espantado dos que dele eram vítima. Não havia leão que rugisse diante da fúria daquele Novo Balerion, como chamaram Drogon.

Mas, como prometido, Daenerys poupou os civis, que respiraram aliviados. Uma vez que derrotou naquela região os Lannisters, ela se juntou ao marido, que voava em outro dragão.

"Eles voltaram!", gritou um senhor joalheiro, que trabalhava em uma oficina local. Situada próxima do porto, ele tinha sido um dos vários que observaram entre o assombro e o medo a batalha entre as tropas Lannister e o dragão de Daenerys com alguns de seus homens em terra. Ele a tudo admirava, mais ainda por ter sua oficina manufatureira intocada pelo conflito. "Vejam! Vejam o retorno dos dragões!"

E, de fato, aquela seria uma cena memorável para muitos que saíram de suas tavernas e casas para admirar o regresso draconiano. A dinastia que um dia se tornou apenas nome nos livros e lenda na memória do povo trazia emoção, sobretudo nos que ainda se lembravam do príncipe Rhaegar e de seu augusto pai, Aerys II (cuja insanidade foi rapidamente esquecida), voltava em carne e osso para retomar aquilo que sempre lhe pertenceu. E do céu, Daenerys pôde ouvir o som de aplausos.

Ela tentou não se emocionar com o apoio que recebia do povo comum, uma vez que aquela batalha não deveria significar que a guerra estava vencida.

Ainda havia os regentes a serem derrotados: Cersei Lannister e seu tio, Kevan Lannister. Ambos devem responder por seus crimes.

A Ascensão dos DragõesTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang