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Mariana

Sai de dentro do banheiro secando o meu cabelo e quando vi mais uma vez a minha casa senti uma paz enorme.

Já tinham dois dias que eu havia sido liberada do hospital e depois de quase um mês lá eu nem acreditava que finalmente estava em casa. Eu já me via a ponto de surtar naquele lugar.

Entrei no meu quarto só pra passar um perfume e logo em seguida voltei para o banheiro, procurando e pegando a escova começando a passar ela nos meus cabelos.

Encarei meu reflexo no espelho e sinceramente, esses dias no hospital me deixaram horrível. Preciso pegar um sol e me arrumar urgentemente!

Vilão: Aí, tô de bom humor hoje, vou te dar essa moral. - A voz dele ecoou no banheiro.

Encarei a figura dele na porta e ri quando ele pegou a escova de cabelo da minha mão.

Mariana: Mas eu achei que isso também seria a sua obrigação, você não tá aqui pra cuidar de mim? - brinquei vendo ele rir.

Vilão: Impressionante que a cada dia que passa você fica mais abusada em. - falou me fazendo rir também.

Concordei com o que ele disse na irônia só para perturbar mais ele.

Ítalo se pôs atrás de mim e eu joguei meu cabelo para trás sentindo ele começar a deslizar a escova pelos fios.

Encarei ele todo concentrado no que fazia e involuntariamente me peguei pensando em tudo o que aconteceu entre nós dois nessas semanas, na conversa sincera que eu tive com ele ainda no hospital.

Passamos quase horas falando sobre tudo o que havia acontecido entre a gente naquele dia.

Uma conversa onde eu fui totalmente sincera com ele, deixei bem claro sim que ele havia me machucado muito com tudo o que ele havia dito.

E eu não vou negar que foi difícil sim acreditar em tudo o que ele falou.

O jeito com que ele falou não saiu da minha mente.

E eu gosto do Ítalo pra caralho, não vou negar porque é isso óbvio pra todo mundo.

Mas quem me garante que ele não seria capaz de fazer isso de novo, surtar e sair falando tudo aquilo novamente?

Quem me garante também que tudo aquilo o que ele disse não era verdade e agora ele só se arrependeu e quer voltar atrás? Quem me garante? São tantas dúvidas que eu nem sei mais em quê acreditar. Mas mesmo assim eu deixei ele se aproximar de novo.

E foi involuntariamente, de começo eu estava totalmente retraída e fechada com ele, mas com o tempo fui deixando ele se aproximar mais e hoje ele tá aqui, na minha casa, cuidando de mim porque ele jura que eu não consigo me virar sozinha.

E eu saí dos meus pensamentos e observei ele quando o mesmo se colocou na minha frente ainda escovando os meus cabelos, todo concentrado e cuidadoso, e involuntariamente subi meu olhar pro rosto dele.

Encarei cada detalhe seu e desci meu olhar pra sua boca.

Acho que nesse momento pude sentir meu coração bater um pouco mais forte, só pelo simples fato de ter ele tão perto de mim assim depois de tanto tempo. E eu só senti tudo isso aumentar mais ainda quando ele levantou o olhar, me encarando nos olhos de volta.

Engoli em seco e ainda sim mantive nossos olhares uns nos outros, sentindo um misto de sensações dentro de mim.

Essa era a primeira vez em tantos meses que eu o vi assim, tão perto de mim. E isso foi o motivo de eu me desconcertar toda.

Vilão: Qual foi? - A voz dele saiu baixa e rouca.

Senti todo o meu corpo estremecer.

Mesmo que havíamos combinado de convivermos juntos somente na amizade, decisão mais por vontade minha do que dele. Ítalo ainda mexe comigo.

E com ele assim tão perto a minha vontade era só de esquecer tudo o que eu falei e acabar com essa vontade que eu estou de beijar ele.

Mariana: Nada... - neguei baixo.

Vilão: Certeza? - ele questionou novamente.

Ítalo me olhava nos olhos e eu não sabia descrever qual era a sensação que isso me causava. Eu só sabia que eu queria a todo custo parar de sentir isso, mas a proximidade entre nós não estava ajudando.

Mariana: Ítalo... - sussurrei baixo quando vi ele se aproximar devagar. - Não faz isso... - minha voz quase nem saiu.

Pedi baixo sem ao menos olhar para ele, porque eu já sabia que se eu olhasse eu iria acabar fazendo algo que eu me arrependeria depois.

Mas ao mesmo tempo que eu queria que ele não continuasse, eu queria muito que ele não parasse.

E foi o que ele fez, ele continuou...

Ítalo segurou meu rosto fazendo com que eu olhasse diretamente para ele.

Vilão: Eu não vou fazer nada que você não queira, Mariana. Então olha aqui e fala olhando pra mim, você não quer? - ele perguntou vagarosamente.

Encarei os olhos escuros dele me olhando firme e senti toda a minha sanidade indo embora quando eu mesma beijei ele.

O beijo do mesmo jeito bom de sempre misturado com saudade e desejo.

E era isso o que eu sentia por esse homem.
Uma saudade enorme...

Saudades de estar junto, de conversar, de beijar, de fazer coisas juntos.

Caralho, como eu estava com saudades disso aqui!

E o nosso beijo se encaixava na mais pura sincronicidade.

Ítalo segurava meu cabelo com vontade e não demorou para eu sentir a mão dele descer devagar pelo meu corpo. Ele apertou minha cintura contra o corpo dele e foi impossível não sentir um friozinho bom na barriga. E eu só me separei dele quando faltou ar.

Sorri abertamente encarando cada detalhe do seu rosto e fechei meus olhos quando senti ele depositar diversos selinhos na minha boca e logo em seguida me olhar nos olhos.

Vilão: Tava com saudades de você, garota... - sussurrou no meu ouvido.

Olhei em seus olhos e mordi meu lábio inferior tentando segurar o meu sorriso de felicidade ao ouvir isso antes de ele me beijar novamente.

Mente de Vilão Onde as histórias ganham vida. Descobre agora