Distraído, Milo só então se dava conta da presença de Jeongguk, que havia acabado de se ajoelhar também para ouvir a história.

— Este é Jeon Jeongguk, Milo —Taehyung o apresentou, a voz abafada;  estava plantando um beijo no topo da cabeça de Mango.

— J-Jeon? — o garoto gaguejou, atrapalhando-se com uma reverência.

— Não precisa dessa formalidade. — Jeongguk sorriu para ele. — Você estava contando que montou um circuito para o Mango?

Milo logo se recuperou do deslumbramento com o lorde em sua frente, e prosseguiu em contar a história de Mango saltando pelos corredores de livros que ele montara. Taehyung observou a interação com um sorriso terno: Jeongguk era natural com crianças.

Quando estavam indo embora, Milo sussurrou — ou assim tentou, visto que carregava toda indiscrição típica da sua idade — para Taehyung:

— Você ainda é o beta dele?

Taehyung parou, contemplando a pergunta com cuidado.

— Eu não sou o beta de ninguém. Mas sou um amigo de Jeongguk… — conspiratório, Taehyung também assumiu um tom de falso sussurro. — Guarde como um segredo, sim? Mas descobri que é bem mais divertido ser um beta separado da nobreza.

Ele piscou para Milo, deu as costas e seguiu Jeongguk.

***

Era estranho para Taehyung estar de volta à fortaleza, revendo os muros que abrigara tantos momentos infelizes seus — e momentos bons, também, pois ele não era injusto de resumir toda sua estadia a situações traumáticas.

Se estivesse sendo sincero, sequer conseguia recordar-se bem dos seus últimos momentos ali. O que fizera? Havia arrumado suas coisas e despedido brevemente de alguns empregados e de Jimin… E esses eram os únicos fragmentos encontrados em sua memória para o dia.

Apesar da estranheza, Taehyung não se sentia angustiado. Estava apenas muito, muito exausto.

Já era madrugada, e a entrada do grupo foi silenciosa. Taehyung seguiu Jeongguk até o último andar como se seus passos fossem ditados pelo instinto. Mango saiu de perto para reexplorar a casa.

— Não me lembrava da torre ter tantos degraus — Taehyung reclamou assim que atingiu o fim da escadaria.

A exaustão de Taehyung estava visível em sua expressão. Jeongguk ficou dividido entre dar ou não algum apoio: estava incerto sobre as permissões que tinha para oferecer toques de conforto a Taehyung. Elas haviam sido revogadas, agora que as tensões da floresta estavam para trás?

— Ever e Marin dormem aqui, no seu antigo quarto — Jeongguk sussurrou, abrindo a porta para o cômodo. Dizendo mais para si mesmo do que para Taehyung, completou: — Ninguém além deles poderia ocupar o espaço.

Não parecia que Jeongguk falava só de um espaço físico e existente na casa dele. 

— É a solução mais prática, também, porque assim ficam perto de você — Taehyung sorriu, dissolvendo um pouco da tensão entre eles.

Jeongguk devolveu um sorriso similar.

— Tem isso também.

Os dois se calaram, já que não queriam interromper o sono dos gêmeos. Caminharam até os berços de madeira que ocupavam a maior parte do quarto. Por conta do olfato aguçado, Jeongguk já sabia que seus filhos estavam bem antes mesmo de adentrar nos perímetros do quarto. Ainda assim, sentia um enorme alívio ao assisti-los respirando profundamente em suas camas.

Servante (jjk + kth) (ABO) - ConcluídaHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin