Capítulo 13

222 77 20
                                    

PERSEU

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

PERSEU

Já tem mais de duas horas que Zoe saiu e nada de notícias, aguço meu olhar para a bolsa de sangue que o Xandy está me obrigando a tomar. Odeio agulhas, mas perdi bastante sangue e estou muito fraco, e ele é o médico, portanto, tem razão, mas isso não quer dizer que preciso gostar da ideia. Estou preso à droga de uma cama, sem poder observar o encontro da Zoe, seria mais um motivo para me vingar de quem fez isso comigo. Soco o travesseiro, já passei por situações piores quando servia a agência, mas tínhamos todo apoio de médicos por lá, e já tive em situações que só meu sangue ruim me ajudou, pois não tinha ninguém para ficar cuidando de mim.

Já curei minha própria febre sozinho, já fiz curativos em meus próprios ferimentos, mas, dessa vez, foi grave, perdi muito sangue e minha perna vai precisar de cuidados para que eu volte a andar normalmente – é só um contratempo – penso, logo estou de volta e tenho pena de quem fez isso comigo.

Soco o travesseiro com raiva por toda situação que estou vivendo. Inferno, todos podem achar que é pelo dinheiro, analiso o quarto com esse pensamento rodando minha mente, mas não é, para um garoto que não teve nada na vida, era comum que as pessoas achassem que faço meu trabalho por grana. Não, é porque é a única coisa que sei fazer e sou bom nisso, diria que sou o melhor. E tenho uma vingança pessoal a cumprir, só assim poderei morrer, até lá continuarei cumprindo meu trabalho naquilo que sou ótimo, que é mandar pessoas para o diabo.

— Está inquieto! — Xandy comenta fechando a revista que fingia ler enquanto me observa tomar a bolsa do sangue. — Vi a Zoe entrando no cinema.

Enfrento seu olhar astuto e frio, Xandy e Emma seriam um belo casal, dois idiotas prontos para infernizar minha vida.

— Onde a encontrou? Tenho curiosidade por essa conexão.

Suspiro, não tem por que não contar, ele, uma hora, vai descobrir e preciso de sua ajuda para proteger a Zoe quando chegasse o momento.

— Na fazenda!

Ele sabe de qual lugar estou falando, todos na organização conheceram a fazenda e minha necessidade de pegar aquele trabalho, o Coronel como era conhecido, é um velho inimigo meu, e foi um prazer mandá-lo para o inferno. Minhas cicatrizes nas costas coçam e devem ser reflexo das lembranças de como as ganhei. Duraram anos, mas finalmente matei todos eles, cada um dos que cuspiram e me torturaram naquele orfanato maldito.

Como disse antes: sou bom em matar e, quando estou com instintos vingativos, sou melhor ainda.

— Ela...

— Não, a mãe dela era uma das garotas, ela não foi tocada por ele.

Quase não foi e por isso a Zoe fugiu, porque sabia que logo seria sua vez de ficar no lugar de sua mãe. Xandy assovia, impactado com minha revelação.

— Ela deve ter passado por muita coisa.

— Creio que sim. — Poderia dizer que não somos tão próximos para compartilhar revelações — Enterrou a própria mãe em uma cova que ela mesma cavou e matou o homem que tentou estuprá-la e matou sua genitora — conto, e acho que minha voz tenha o tom de orgulho e admiração pelo seu feito, Zoe é incrível, não consigo deixar de sentir fascínio por aquela menina. — Ela ateou fogo na própria casa.

PERSEU: FILHO DO FOGOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora