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Hunter esperou do lado de fora da casa de Nora se sentindo cansado, Amélia havia insistido em visitar a velha louca da cidade e ele não ousou questionar.
Havia mil perguntas martelando sua mente e ele apenas não podia mais guardar elas dentro de si.

Havia uma grande probabilidade de a visita a casa de Nora ser uma tentativa de fuga por parte de sua companheira mas ele apenas deixou ela partir, Hunter não era o lobo que a estava perseguindo e ficar ao seu lado e confiar nele deveria partir dela de livre e espontânea vontade se não nunca seria verdadeiro. Então ele simplesmente se sentou em silêncio e esperou, duas horas ou talvez três. Quem sabe apenas trinta minutos mas sua mente ansiosa o estava torturando, o céu começou a escurecer e a preocupação de Hunter começou a aumentar. Seu lobo queria ir atrás dela mas ambos se conteve. Hunter estava com medo sentado naquele carro esperando por uma companheira que talvez nunca voltasse, ele conhecia as razões dela. Sabia que Amélia estava com medo e sendo perseguida por um lobo violento.

Quando seu coração começou a afundar em seu peito uma Amélia chorosa se aproximou de seu carro.

- O que houve? Ela te fez algum mal?- ele perguntou assim que ela entrou no carro.

- Ela é minha amiga Hunter.- Amélia respondeu com uma voz fraca.

- Me desculpe.- ele falou sem saber ao certo o que dizer, Nora não se dava bem nem mesmo com os humanos da cidade quem dirá com lobos.

- Ela...Nora me aconselhou a falar com você sobre o Theo.- Amélia soltou de repente.

- Aconselhou?- Hunter perguntou confuso.

- Ela me disse que isso não seria só importante para nós dois mas também para sua alcateia. -ela explicou ansiosa, seu coração acelerado em seu peito. Enquanto ela olhava assustada para todas as janelas do carro. - Podemos ir para a sua casa? Não me sinto segura aqui.

- Claro.

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Amélia repetiu as palavras que diria para Hunter em sua mente por todo o caminho até a casa dele, ela apenas queria despejar as palavras de uma só vez. Se ela parasse já mais seria capaz de continuar, sua loba pela primeira vez em anos estava de acordo com ela. Não havia discordância sobre seus próximos passos, Amélia podia jurar que sentia a tensão e ansiedade de Hunter quando ele abriu a porta de sua casa para ela.

Sentada na confortável poltrona de Hunter Amélia esperou que o grande homem parasse de dar voltas pela sala.

- Me diga como encontrar ele.- ele finalmente disse.

- Se eu soubesse onde ele está eu já teria fugido para longe.- Amélia disse calmamente.

- Você me disse que não é uma loba nascida, o que diabos isso significa?- Hunter questionou com um olhar atordoado.

- Acho que deve saber como melhor do que eu, eu era humana. Eu era... inocente.

- Ele machucou você.- ele concluiu se aproximando dela.

- Muito mais do que mordidas e arranhões. Ele me torturou, me puniu e me moldou.- Amélia respondeu sentindo aquela velha sensação gélida correr por sua espinha.

- Como isso aconteceu?- Hunter se sentou no chão a sua frente segurando suas mãos.

- Eu tinha acabado de fazer dezoito anos. Quando você atinge a maior idade os abrigos...ou melhor orfanatos te chutam para fora.- ela começou nervosa, sua loba sussurrando em seu ouvido que podia confiar nela. Que podia confiar em Hunter.

- Você cresceu em um orfanato?- surpresa preencheu os olhos dele.

- Sem ninguém para me reivindicar ou procurar por mim, eu era vítima perfeita. - ela riu com escárnio. - Quando eu saí fiquei uns dias perambulando pelas ruas, eles até tentam achar algum lugar que possa te abrigar até arranjar um emprego mas nem sempre é um bom lugar.

Perigo Ardente - Série Lobos De Lakeville Livro 4Onde as histórias ganham vida. Descobre agora