Capítulo 67 - Emma

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Meu bebê acabou de completar um mês, Oliver é bem calmo, chora apenas quando quer comer ou está com a fralda suja, tirando isso dorme o dia todo. E definitivamente eu pari a cópia do meu marido, ele tem todos os traços do pai, e com as fotos de Bernard bebê comprovou como os dois serão idênticos. Meu filho será lindo, pois meu marido é lindo.

Hoje Ava e Aurora chegam para me visitar, e conhecer Oliver. Reinier acabou de completar dois anos, como estava nos últimos meses de gestação achei melhor não viajar para o aniversário, nem acho que Bernard ia concordar em ir, ele era superprotetor durante a gravidez. Não me espantava, eu também tinha medo com o que havia acontecido com nosso outro filho. Não vamos falar de coisas tristes.

As duas chegam e logo Aurora está com meu filho no colo, Reinier está no colo de Ava, o garotinho parece hipnotizado por ela.

- Ava é tão bonita que seu filho não tira os olhos- brinco.

- Sinal que terá bom gosto- Aurora responde.

- Seu filho é a cópia do Lynch- Ava comenta.

- Eu sei, eu só carreguei mesmo, parece que o material dominante foi todo do pai- digo.

- Como vai fazer com a faculdade?- Aurora pergunta.

- Quando Oli fizer um ano volto, aí concluo- respondo- Quero me especializar em Pediatria. Então trate de uma de vocês engravidarem para eu fazer o acompanhamento- brinco.

Aurora olha para Ava.

- Nem adianta olhar para mim- Ava retruca.

- Você é a única sem um bebê aqui- Aurora implica.

- Só se eu fizer com o dedo- Ava diz braba- E claro que eu tenho um bebê, olha aqui - aponta para Reinier em seu colo.

O que eu tinha desejado para Ava ainda não tinha se realizado. Ela continuava solitária. Não que Ava seja uma pessoa que dependa de outra para ser feliz, ela é do tipo que quer carregar o mundo nas costas e resolver tudo sozinha. Isso não faz bem para ela. Todos estão tão acostumados à ela resolvendo tudo que ninguém percebe o quanto isso a sobrecarrega.

Ela pode ser Ava Wallerius, mas ainda é humana.

- Adoraria ver uma mini versão da Ava- brinco.

- Eu não tenho jeito com crianças- Ava diz.

- Não é o que parece- Aurora se refere à seu filho no colo dela.

- O Reinier já é grande, imagina eu com um bebê igual o Oliver- aponta para meu filho no colo de Aurora- Nem saberia segurar ele, poderia machucar- fala a última parte triste.

Ava tinha um instinto protetor muito grande, ela já agia como mãe dos primos e irmãos, só que ainda não percebeu.

Aprendi que tudo tem seu tempo, hoje eu vivo uma vida que nunca imaginei. O tanto de voltas que minha estória deu ninguém podia prever. Quem diria que um dia amaria Bernard Lynch? Se alguém me falasse isso daria risada na cara da pessoa.

As vezes queria conversar com meu eu antigo, a Emma assustada e abandonada, a que só queria desistir de tudo. Eu diria para ela que tudo melhoraria, para ela acreditar, sua vida podia não ter um início feliz, mas que a felicidade a encontraria. Quando ela menos esperar, iria encontrar uma pessoa que juntaria todos os seus cacos e ajudaria a seguir em frente. Mesmo com vocês brigando igual cão e gato no começo.

Bernard foi o legítimo presente de grego ao contrário, esperava tudo de ruim dele e no final só ganhei coisas boas. Claro, tivemos alguns tropeços no caminho, no início o ódio entre nós era recíproco, não sei em que ponto aquele ódio começou a evoluir para amor.

Mas aqui estamos, com nossos filhos e felizes.

[...]

Alguns meses depois...

Oliver já completou seu sexto mês de vida, todos babam pelo meu filho, ele é lindo, cada dia fica mais esperto e risonho. Minha sogra e cunhada estão quase me mandando a força de volta para a faculdade, somente para passar o dia todo com ele. Nem preciso dizer que ele é extremamente mimado.

Não pensem que deixamos Mila de lado, sempre damos atenção para ela, quando Oliver nasceu meu amor por ela não diminuiu e sim se multiplicou. Nunca considerei Mila diferente do meu filho de sangue... Mila é minha filha. Mato qualquer um que diga o contrário.

Ao contrário do que pensava minha filha nunca sentiu ciúmes do irmão, ao contrário ela o ama tanto, coisa mais linda do mundo vê-los juntos. Oliver gargalha alto ao apenas ouvir a voz da irmã. As vezes abandono meu marido para dormir com meus filhos e Bernard vem atrás de mim e acaba se juntando à nós.

Bernard acende velas na frente da lápide.

- Olá Inês- diz baixo mais ainda consigo escutar- Eu te odiei por tantos anos, carreguei esse ódio que me consumiu... Hoje eu sei que nunca te amei, eu nem sabia o que era amor. É estranho pensar não era você que era pra mim é sim sua filha. Esse mundo é mesmo louco. Te perdoo pelos seus erros, sei que fez tudo por amor, pena que não foi um amor correspondido. Peço perdão também pelos meus, principalmente os que cometi com sua filha. Emma é minha rainha, todo meu reino está à seus pés. Que você finalmente descanse.

A expressão de Bernard é de alívio, ele finalmente deixou essa parte de sua vida para trás, se perdoando.

Entrego Oliver para meu marido, Mila me alcança as rosas brancas que ela me ajudou a escolher.

Ajeito as flores ao lado das velhas, pego Oliver no colo.

- Oi mãe, queria te apresentar meus filhos, esses são Mila e Oliver- algumas lágrimas escorrem

- Vou deixar vocês terem um momento.

Aceno que sim. Bernard pega Oliver de meu colo e pega a mão de Mila.

- Mãe, eu casei com o Lynch, não só casei como tenho um filho com ele- enxugo as lágrimas- Sempre tive medo do amor, fugiu de qualquer tipo de relacionamento afetivo. Tinha visto o que o amor fez com a senhora, não queria me tornar um ser tão lamentável. Ouvi a vida toda que era frutos dos seus pecados, que tinha sido gerada dos erros da senhora. Hoje percebo que seu único pecado foi amar demais alguém que não te merecia. Deixei todos esses resentimentos para trás, não tenho mais rancor nenhum da senhora. Apenas quero viver minha vida ao lado da minha família. Eu vou indo. Fica bem, mãe- beijo minha mão, depositando o beijo em sua foto.

Bernard me espera à alguns metros, me entrega Oliver, pegando Mila em seu colo.

- Vamos para casa?- Bernard pergunta.

- Vamos- respondo.

Caminhamos mais um pouco até chegar no carro, fora do cemitério.

É lindo ver Bernard com nossos filhos.

Dou um selinho em sua boca.

- Também quero beijo mamãe- Mila faz dengo.

Beijo sua bochecha, ela ri e beija a bochecha do irmão.

Meus filhos são as coisas mais linda do mundo.

Pecado dos Pais ( Tríade das Máfias - Livro 3)Where stories live. Discover now