Capítulo 62 - Bernard

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Abro meus olhos com dificuldade. Demora um pouco até as imagens entrarem em foco. Onde estou?... Parece um hospital... Puxo na memória o que aconteceu, a última coisa que lembro é de um canalha tentando balear minha esposa. Sorte que cheguei à tempo, pelo que lembro nenhum disparo a atingiu?

Meu filho...

Será como Emma está?

Eu preciso ver minha esposa. Saber se ela é meu filho estão bem.

Tento me levantar, parece que minhas pernas não tem mais força. Percebo que meus ferimentos estão cicatrizados. Quanto tempo passou?

Tenho que ir para casa. Quando chego na porta, tem um soldado meu de guarda.

- Senhor- ele me segura- Tenho que chamar o médico.

- Não, quero ir para casa.

- Senhor, seu estado...

- Me leve para casa agora, não me faça cortar sua língua- ameaço.

O rapaz começa a tremer na minha frente, fazendo o que mandei. Meu corpo está bem, apenas me sinto fraco, deve ser pelo tempo que dormi. Por falar nisso quanto tempo fiquei apagado?

- Quanto tempo o dormi?- pergunto.

- Trinta e seis dias- responde- Estamos no começo de dezembro.

Agora que reparo que a cidade está toda decorada para o Natal. Em alguns dias farei aniversário, acho que o maior presente ganhei ao sair vivo desse atentado.

- E Emma como está? Tem vindo me visitar?

- Bem...- ele pondera- A senhora Emma anda muito ocupada...

- Claro- o interrompo- Vamos logo para casa.

A última coisa que lembro é do rosto assustado dela. Mais uma vez fiz merda, não devia ter levado ela para aquele jantar. Sabia que Jacques estaria lá, esse homem a machucou de todas as formas, e eu como um idiota coloco a vítima diante de seu abusador. Que péssimo marido que eu sou.

Ela podia ter morrido... ela e meu filho. Meu corpo todo gela ao pensar nisso. Levaria quantos tiros fossem necessários para que eles ficassem bem.

Chego em minha casa, faz frio, também estamos no inverno. A casa está silenciosa, até que escuto vozes vindas do meu escritório, decido ir checar. Ninguém usa o escritório a não ser eu.

Ao abrir a porta vejo Emma sentada na minha cadeira, e ao lado dela está Ava Wallerius e do outro Aurora D'Angelo, as duas parecem explicar algo para ela.

Quando Emma levanta seu rosto e seus olhos me encontram, ela começa a chorar, fazendo ser percebido pelas outras pessoas. É tão bom ver minha esposa, minhas pernas cedem.

- BERNARD- Emma grita.

As três mulheres correm me socorrer, me colocando sentado no sofá.

- Quem deixou você sair do hospital? Não me avisaram nada- ela abre a camisa examinando meu tórax- Não me diz que você fugiu? Que merda tem na cabeça?

Aurora cutuca Ava, as duas se entendem em um olhar e saem do escritório.

- Você tem que permanecer de repouso, me escutou, Bernard? Está parecendo um criança fugindo do hospital.

Tenho que rir, estou levando uma bronca da minha esposa vinte anos mais nova.

- Precisava te ver- digo- Como você está? E nosso bebê?

O rosto de Emma ganha um expressão triste, e algumas lágrimas brotam.

Ela devia estar com mais barriga, pelas minhas contas deveria ter três meses de gestação, mas tem menos barriga que antes.

Pecado dos Pais ( Tríade das Máfias - Livro 3)Where stories live. Discover now