Capítulo 11 - Emma

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Dormi toda encolhida durante a noite e mal me mexi. Lynch me agarrou tão apertado que parecia querer grudar seu corpo no meu. Essa vida de casado vai ser uma droga mesmo.

Hoje está bastante quente, e tenho me por uma blusa de gola novamente. Infelizmente as marcas não saíram do dia para a noite. Não sou muito boa em me maquiar, acho que devia pedir para Betina algo que escondas as manchas roxas, por hora vou usar as roupas à meu favor.

Para a minha sorte o diabo digo... me marido, não estava no café da manhã, estou tão triste que nem consigo botar em palavras. No almoço também não apareceu. Podia não dormir em casa também.

É um saco ter que ficar aqui sem fazer nada, faz anos que trabalho, não nasci para a vida de madame. Ainda bem que tenho Mila para me ocupar, passei bastante tempo brincando com ela. A tarde fizemos pipoca e fomos para o quarto dela olhar filmes.

Levamos meus gatos, ela adora animais, mas pelo que entendi nunca a deixaram ter um. No meu ponto de vista é bom para as crianças terem contato com animais, meus gatos são meus amorzinhos. Meia-noite e Lua dormiam comigo, mas agora não levo eles para o quarto. Lynch não tem cara que gosta de animais, ele não tem cara que gosta de nada. Melhor deixar meus filhos bem longe dele.

Uma coisa que não passou despercebido é uma empregada, ela me olhou esquisito ontem pela manhã e hoje também, é a única que não foi gentil comigo. Lynch seria capaz de ter um caso com uma empregada? Homens não são confiáveis. Ele já tem um caso com a secretária, não custa nada ter mais um.

Vou para a cozinha, estou com vontade de comer creme de chocolate com morangos. Podia aproveitar e cozinhar um pouco. Desde que vim para Paris nunca mais cozinhei.

- O que o Bernard viu naquela água de salsicha...

Chego bem no meio de uma discussão. Sei que não devia mas fico ali escutando como uma boa curiosa.

- Primeiro de tudo é senhor Bernard- a voz de Matilda está alterada- E segundo a Emma é a senhora dessa casa e sua patroa.

Eu mereço mesmo. Pelo jeito a suposto caso não é tão suposto.

- Quem me contratou foi o SENHOR BERNARD, não ela- a empregada volta a falar.

- Olha aqui Anna- Matilda suspira- Essa obsessão que você tem pelo patrão está indo longe demais, ele nunca nem olhou para você.

- Isso é o que a senhora pensa.

Lynch faz sucesso com as mulheres, não sei o que viram nele, ele é bem alto... e forte... e claro tem um olhar penetrante... O que você tá falando, Emma? Ficou louca? Só pode.

Estou sem paciência, se humilhar por um homem que não te quer é degradante demais.

- Matilda- entro na cozinha.

- Sen... Emma- ela fala assustada- Não é nada que está pensando...

- Pouco me interessa- digo apenas- Quero comer creme de chocolate com morangos.

- Vou preparar para sobremesa do jantar.

Anna ainda me olha dos pés à cabeça. Tenho vontade de dizer " leva querida é todo seu".

- Emma- Lynch entra na cozinha- Preciso falar com você. Tem algo de errado?

Acho que ele percebeu o clima estranho na cozinha.

- Ela só veio pedir uma sobremesa- Matilda se apressa em dizer.

- Não é isso- as íris douradas dele brilham- Estava me referindo a essa blusa quente- se refere à que estou vestindo- Pensava por que minha querida esposa usava uma blusa de gola nesse calor- ele se aproxima de mim, puxa a gola exibindo as marcas em meu pescoço- Doces lembranças da noite de núpcias.

Nós três avermelhamos, eu e Matilda de vergonha e Anna de raiva.

Lynch me conduz até seu escritório.

- Não faça mais isso- sinto minhas bochechas em chamas.

- É normal o sexo entre um casal deixar rastros pelo corpo do parceiro- dá de ombro.

- Isso vale para você também- rebato.

- Está me pedindo para te foder aqui no escritório?- Lynch me encurrala contra sua mesa.

- Não- empurro seu peito que parece duro como pedra- Na sua idade é melhor esperar sentado, já te falei, pode fazer mal pras juntas...

Lynch agarra meu queixo.

- Não me chame de velho- fala entre dentes.

- Esqueci que você prefere terceira idade.

- Sua capetinha...- ele aperta mais meu queixo.

Ele solta meu queixo, está visivelmente alterado. Eu não devo ter medo da morte mesmo, provocar um mafioso é atestado de loucura, mas não deixarei ele pisar em mim.

- Vou ter que ficar fora algum tempo- ele acende um charuto- Assuntos da máfia.

- Quanto tempo?

- De dez à quinze dias.

- Pouco tempo.

- Dá pra pelo menos fingir que está desapontada?

- É feio mentir- falo com um sorriso de lado.

- Emma, eu vou te punir por cada uma de suas provocações- ele senta em sua cadeira- Peguei leve em sua primeira vez, mas quando me pedir para te dar prazer novamente não irei parar tão cedo.

- Viagra faz mal para o coração.

Ao terminar a frase Lynch já me agarrou e jogou no sofá, seu corpo me esmaga e suas mãos me apertam.

- Devia ter fodido essa boca tão forte que toda vez que fosse falar alguma bobagem se lembrasse do meu pau enterrado nela- Lynch morde meu lábio inferior.

Ele se levanta.

- Martin será seu segurança apartir de hoje, ele me fará um relatório diário sobre seu dia querida esposa. Não pense em fazer nenhuma gracinha.

Ele deve pensar que vou tentar fugir.

- Claro daddy.

A expressão de Lynch endurece, ele ficou muito estranho.

- Não me chame assim.

- Assim como? Daddy?

Ele aperta os dentes. Achei uma nova palavra para irritá-lo.

Vou para o " nosso quarto", torcendo para o dia terminar logo e estar livre, mesmo que seja por apenas alguns dias.

* Gente... Achei uma foto vagando pelo pinterest e o rapaz é exatamente como imagino o Damon Wallerius. Querem ver?

Pecado dos Pais ( Tríade das Máfias - Livro 3)Where stories live. Discover now