Ele chupa, lambe, geme, domina, e eu seguro seu rosto, enquanto sua mão está puxando meus cabelos com total domínio. Quero mais, muito mais, quero tirar a roupa, quero deixá-lo tomar tudo em mim.

Assim termina e fico vazia, seus olhos se fecham, e me afasto na hora em que a porta do quarto se abre e Emma entra, conversando com o Xandy. Os dois não focam em mim, aproveito para me recompor e não olho para cama, tenho medo de demonstrar todos os sentimentos que estão em divergência dentro de mim.

— O que ele faz na minha casa? — Perseu está de volta, com bastante raiva pelo seu tom. — Que porra você fez?

Ainda bem que era para Emma toda sua ira, fico perto da janela, olhando para fora. O seu sabor ainda comanda minha boca, seu cheiro, seus gemidos, tudo ainda está em mim.

— Bom saber que já está em forma de novo. — A voz do médico escorre deboche. — Pego um voo horrível até aqui e como sou recebido? A pontapés, sem contar que você tem uma casa na praia, e eu nunca fui convidado, e uma enfermeira linda, que nunca me apresentou.

Me viro rápido a ponto de ver Perseu aponta sua arma para ele, que não dá mínima pelo semblante impassível e debochado.

— Não se meta com a Zoe!

— Ciúmes? — Ri, e eu espero, chateada por falarem de mim como se eu não estivesse ali.

— Não tenho motivos para isso, ela é minha funcionária! — Meu coração despenca, ando até a porta e deixo o quarto sem nenhuma palavra para nenhum dos dois. — Zoe, você...

— Vou arrumar as coisas do jantar — digo, já fechando a porta atrás de mim.

Encosto na parede e respiro fundo, uma lágrima boba se solta dos meus olhos, fungo, e desço as escadas. Meu celular vibra e vejo a mensagem do Maurício, pedindo para confirmar nosso encontro. Lembro que marquei com ele de ir ao cinema, e agora? Bem, sou uma funcionária, então posso muito bem sair na minha folga. Mando mensagem confirmando, Emma e o tal Xandy poderiam cuidar muito bem dele.

Que se dane a porra daquele beijo que trocamos, não foi nada de mais, só um paciente doente, é isso. Tento incitar meu esquecimento sobre o assunto, melhor assim, Perseu não tem coração.


*****

O tal Xandy não voltou aparecer na minha frente, mas arrumei o quarto de hóspede para sua estadia, e fiz comida para se, na madrugada, alguém resolvesse fazer um lanche. Deixei tudo organizado e fui atrás da Emma, e uma discussão se desenrolava no corredor entre ela e o médico.

— Você acha que vai conseguir protegê-lo sozinha, você e a menina? — ele praticamente está gritando. — Perseu não vai andar por uns bons meses.

— E daí? Vai ser bom para ele tirar férias, só tire o endereço dele do radar da agência. — Ela cruza os braços e bate os pés, — Se eles descobrirem, vão fazer tudo para ele voltar, e você sabe o que isso faz com a cabeça dele?

— Disciplina faz bem Emma, Perseu precisa de limites, e alguém para protegê-lo do que ele procura há anos, que, pelo jeito, o encontrou primeiro. — Ele aponta o dedo para ela. — Sem contar a Zoe, ela precisa conhecer o mundo, e não ficar presa com esse rabugento, ela é nova...

— Eu sei o que preciso! — digo, e os dois se viram para mim. — Creio que eu e Perseu não somos crianças e sabemos o que desejamos desta vida, você não me conhece e nem a minha história, por isso quero que pare de falar como se fosse meu protetor ou amigo.

— Eu disse que ela tinha garras! — Emma balança os ombros. — Não se meta no que desconhece.

— Mas posso descobrir mais! — ele ameaça, me encarando, e estremeço com o impacto dos seus olhos astutos. — Não desejo o mal de nenhum aos dois, mas aqui já não é seguro.

— Será? — Aperto o botão certo do controle em minha mão e uma grade desce, ficando à minha frente, separando nos três. — Isso não é uma mera casa, pode ter certeza, quem tentar entrar, não vai sair com vida.

Ele olha para a grade e depois para mim e, em seguida, para Emma, que está rindo.

— Perseu sempre se cerca de mulheres irritantes. — Sorri e coça a cabeça — Pode esconder isso?

Dou de ombro e aperto o botão, a grade volta para o lugar.

— Ele continua com febre, e eu vou passar a noite com ele — Xandy comenta, mudando de assunto.

— Não, eu fico, qualquer coisa chamo você. — Perseu pediu para não deixar ninguém tocar nele, e farei isso.

— Ok, ok! Você que sabe, preciso dormir um pouco.

Emma o segue pelo corredor e se vira, piscando para mim, sorrio de leve e entro no quarto do Perseu.

— Xandy é de confiança. — A voz Perseu é sonolenta. — Apesar de um cafajeste, só está tentando nos proteger, pode baixar a guarda com ele.

— Se você diz! — Arrumo a poltrona e me sento, sem encará-lo.

— Sobre o beijo, eu estava...

— Esqueça, não desejo voltar a esse assunto.

Perseu suspira, e olho em sua direção, seus olhos estão fechados.

— Não deveria ter beijado você — ele diz, e fico triste, mas não demonstro.

— Concordo! — resmungo, e ele respira forte, pelo jeito, o sono o domina. — Babaca!

Levanto e tranco a porta, verifico as janelas e a arma, ele pode até confiar no tal Xandy, mas eu não confio em ninguém, vi bem homens parecerem bons e se transformarem em demônios segundo depois. Vi minha mãe apanhar diversas vezes, ser sodomizada e dominada por esses homens de carinhas fofas e boazinhas.

— Quero água!

Coloco água no copo da jarra perto da cama e levo até os seus lábios, parece menos febril, dormir será bom para ele, seu corpo precisa se recuperar. Segura minha mão e bebe a água devagar, mas seus olhos estão focados em mim. Arrepios passam por minha pele, tento não tremer e desvio o olhar para o copo. Perseu me desconcerta, me faz querer coisas que nunca terei.

— Obrigado!

Não digo nada, ponho o copo na mesa de cabeceira e arrumo seus travesseiros, verifico mais uma vez sua febre, mas sua mão segura a minha mão antes que eu me afaste.

— Não quero magoar você, Zoe! — fala, e eu puxo minha mão da sua.

— Não se preocupe, não vou te dar esse poder!

Com certeza não vou deixar o Perseu chegar perto de mim outra vez.

— Foi só um beijo, relaxa! — Dou uma de descolada. — Todo mundo beija!

Ele se senta na cama com dificuldades, mas bem rápido para um convalescente.

— Você anda beijando?

Reviro os olhos e continuo arrumando os travesseiros.

— Isso é meio perigoso!

— Somos adultos.

— Eu não acho que você deva sair beijando por aí.

Olho feio para ele, que se joga nos travesseiros e fica quieto, agradeço, pois não sei o motivo de tanto show por conta da droga de um beijo. Perseu deve ser muito doido, cara bobo. Sei que o beijo mexeu comigo, e não com ele, e qual a dele, que fica insistindo nesta porra de assunto? Vou beijar o Maurício, vou arrumar um namorado e logo termino o curso e deixo essa casa e esse babaca para trás. Ele vai sentir minha falta, quero só ver. Fico remoendo minhas mágoas com planos mirabolantes, e acabo caindo no sono, sentada na poltrona do lado da sua cama, e não vejo seu olhar terno para mim. 


BOA NOITE MENINAS!

ZOE E PERSEU TIVERAM O PRIMEIRO BEIJO E ISSO VAI PEGAR FOGO. 

XANDY SÓ PONDO LENHA NA FOGUEIRA!

BEIJOKAS 

PERSEU: FILHO DO FOGOWhere stories live. Discover now