Boa leitura ❤️

Pov Nicolas (presente)

Já são 7:40, faltam só 20 minutos para a aula começar, e estamos aqui no trânsito, que está um caos, está tudo parado por causa de uma obra na estrada e deveremos ficar aqui um pouco. Os dois, como sempre estão flertando e provocando um ao outro, não sei como que já tem fogo no rabo desde tão cedo.

Fico pensando se meus colegas vão me tratar que nem o típico estereótipo do homem brasileiro: malandro, pegador e cafajeste ou então extrovertido, festeiro e alegre (não é que eu seja alegre, só não demonstro muito!) E eu não sou nenhum dos dois. Fico pensando se as meninas terão nojo de mim ou cometerem assédio. Penso mais um pouco e Chris fala:

-Ianny, nós não falamos com ele sobre a Lita - falou ele, coçando a cabeça.

-Quem é Lita?

-É uma amiga nossa, ela é bastante legal e você vai adora-la.

-Porém a gente só vai vê-la na escola, porque lembro da família dela nos desprezando só porque somos dois meninos e namoramos... - diz Ian, relembrando momentos que provavelmente foram ruins. - aí o trânsito fica normal, e vamos à escola.

Nós chegamos e, era enorme, o prédio era bastante bonito, tinha um jardim bem-cuidado, umas fontes no meio das plantas, bancos para quem quiser sentar, muros baixos de tijolo, a calçada de mármore polido e tinha aquelas bandeiras americanas que vemos nos filmes. E pensar que a pouco tempo estudava numa escola que nem portão tinha direito.

E então, uma menina se aproximava de nós, tinha pele morena, longos cabelos negros, lisos e brilhosos. Usava uma gargantilha preta e uma corrente também preta. Estava usando um moletom largo de um anime (da sailor moon, mas não entende nada de anime), calça jeans escura e um all star. Seus grandes olhos avelã eram arqueados por longos cílios. Era magrinha e baixinha, e também tinha uma franja que chegava na pálpebra e quase entrava no olho. Imagino como pessoas assim consigam enxergar.

-Senti saudades - dá um sorrisinho leve e então nota minha presença- q-quem é ele? - perguntou um pouco tensa.

-Meu nome é Nicolas, vim do Brasil para estudar aqui - sorrio de leve para acalma-la e estendo a mão para ela e então me cumprimenta.

-Ele está morando na nossa casa, ele é bem legal e engraçado, vocês irão se dar muito bem - diz Chris.

Deu o sinal e fomos para as salas, enquanto nós entravamos, as pessoas me olharam estranho, por que eu não sei, mas estavam me incomodando.

É uma escola particular e lógico que tem uniforme, porém como é primeiro dia não é obrigatório ainda o uniforme. Dava para ver meninas de roupas curtas e meninos que se pareciam outdoor de tanta roupa de marca, tinham outros indo de preto, parecendo que iam num velório, e também uns eram mais coloridos que o próprio arco íris.

Ainda vou tentar me acostumar eu ficar trocando de sala. Eu vi que a primeira aula entrava junto com Lita então fomos juntos. Ao entrar na sala, me apresento.

-Oi, m-meu nome é Nicolas, vim do Brasil pra cá e espero me dar bem c-com todos - falo meio devagar. Lita falava baixo "muito bem"

Então sento atrás de um menino loiro, magro e bastante branco, estava usando moletom azul, calça jeans clara e um adidas branco. Ele era lindo. Quando fui me sentar, derrubei meu celular, as pessoas riram de mim. Me abaixei para pega-lo mas ele pega para mim. Meu coração dispara.

-Deixou cair - fala ele sorrindo e põe na minha mesa - meu nome é Daniel, e o seu?

-N-Nicolas - gaguejei tentando não surtar. Então ele me dá a mão e cumprimentamos. Aí a porta abre.

Apareceu uma menina, atrasada. Ela era alta, tinha longos cabelos roxos, vestia uma blusa de caveira com rosas, saia rosa quadriculada, all star com desenhos, colares pretos, luvas com furos expondo os dedos, meia calça listrada, a mochila preta com uns acessórios de anime e letras em japonês.

-Meu nome é Aiko, vim de Yokohama no Japão, irei estudar com vocês - faz uma reverência e senta numa cadeira no fundo.

Pov Daniel

Um tempo depois a aula acabou, então fomos para os corredores. As meninas ficavam me olhando como se eu fosse um pedaço de carne ambulante, odiava isso.

Só que sem querer esbarro em alguém e derrubo seus livros. Era Nicolas, o brasileiro que sentou atrás de mim, corei imediatamente.

-D-desculpe, quer ajuda? - então eu comecei a pegar seus livros e o ajudei a se levantar.

-obrigado... - disse ele olhando para o chão e coçando a cabeça- b-boom meus amigos estão me chamando então tenho que ir. - eu ia falar algo, mas ele já foi. Noto que há um caderno no chão, acho que ele esqueceu.

Fui seguindo ele e então estava conversando com um grupinho de emos, parecia ser os amigos dele. Eu fui me aproximando e o toquei pelo ombro, ele virou assustado. Enquanto isso, todo mundo nos observava

-Oi, esqueceu isso - estendo o caderno para ele e me agradece. Seus amigos me olham, fico nervoso e então me retiro.

As aulas correram hoje, e fiquei pensando naquele menino. Há um tempo meu namoro não estava indo bem e já tinha começado questionar minha sexualidade, achava que era minh culpa Mandy estar tão distante, pois ela ficou o dia inteiro com as amigas e com meus amigos. Eu gostava dela, mas eu não sei se ela sentia o mesmo. E esse garoto, mexeu comigo, eu não o conheço bem. Veio do Brasil e está aqui porque teve oportunidade, eu não posso acreditar que talvez esteja substituindo uma relação de 2 anos para uma que nem conheço direito. Não quero machuca-la

Só chego em casa, como alguma coisa, faço as atividades de aula e durmo.

Pov Amanda (um pouco antes)

Deu o sinal da primeira aula, já não aguentava mais. Saí e encontrei minhas amigas, após uns minutos aparece Jordan, uns doa amigos de Daniel me chama.

-Amanda? Poderia me ajudar numa coisa? Você sempre me ajuda... - então eu entendo o que ele quis dizer.

-Ok então, meninas, vejo vocês mais tarde - então eu faço um gesto para prosseguirmos. Aí vejo Daniel conversando com os emos. Desde quando ele virou emo? Ele deve ter chegado no fundo do poço só pode. Já tava meio sem sal, agora enjoei dele.

Noto que a menina do grupo (acho que a única menina) olha para mim, quando eu a olho, ela desvia seu olhar. E de repente seu celular toca, e então vai para um lugar atende-lo.

Esqueço ela e ando com Jordan para trás da escola. Então ele me beija intensamente, e agarra na minha cintura. Me empurra pra parede e fica colado a meu corpo. Esse prazer Daniel nunca conseguiu proporcionar, pois tinha vergonha de transar, sempre achei que ele era gay porque sempre negava sexo.

Então eu abro meus olhos e a alguns metros estava a emo (que esqueci o nome) que estava olhando para mim hoje cedo. Ela estava petrificada como uma estátua com os olhos arregalados nos olhando e com o celular na mão desligado.

Opostos (bxb)Where stories live. Discover now