com todos os tons de laranja

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Observo Eleanor fazer uma careta depois de tomar o último gole da vitamina que eu havia preparado para ela.

— Eu te odeio, não quero mais morar com você — rio com suas palavras.

— Você me ama, isso sim.

— Nesse exato momento a minha vontade é enfiar esse copo na sua cabeça 'pra você deixar de ser engraçadinha, sua-

— Okay, sem violência, amor... — tiro o copo da sua mão, deixando um selar em sua testa.

Eleanor ficava engraçada estressada, seu sotaque ficava mais forte e as vezes até falava alguns palavrões em espanhol. De longe se via a sua raiva exposta.

— Adoro quando me chama assim — diz, sorrindo, como se não houvesse me ameaçado três segundos atrás.

— Te chamo assim porque você é o meu amor — dessa vez selo seus lábios, que tem o açúcar do morango.

Quando a vejo sorrir, seus olhos se fecham um pouco e me perco a observando.

Sempre odiei precisar cuidar de qualquer pessoa, até mesmo Finneas, nunca tive paciência. Mas com ela é diferente, é como se eu precisasse fazer aquilo, não só por Ele mas por mim, para poder dormir tranquila sabendo que ela estava bem, em segurança, sendo bem cuidada. Ninguém me pediu nada, eu só me ofereci, e praticamente implorei para os irmãos dela aceitarem a minha ideia.

Sinto vontade de dizer "eu te amo".

Por que é isso o que eu sinto.

Amo Eleanor.

— Você é muito linda— murmura ela, pondo a mão na minha nuca e me puxando para perto.

— E você é uma safada, isso sim, estragou o nosso momento fofo — ela se faz de desentendida, como se seu toque não dissesse outra coisa — Ontem não foi o suficiente?

— Hm... não?

— Amor, as minhas pernas estão me matando.

— E mesmo assim não foi o suficiente. — rio fraco.

— Você é uma ninfomaníaca.

— E você é o que? Ficou implorando 'pra levar tapa na cara — me afasto dela, rindo.

— Apague essa memória da sua cabeça, aquela não era eu, era uma miragem.

— Ah que pena, iria pedir uns tapas na cara pra miragem, sabe por onde ela foi? — Eleanor da uma risada.

— Quando foi que você se tornou assim? Hm? A menos de três meses a safada da relação era eu — ela da uma gargalhada, antes de sermos interrompidas pela campainha. — Está esperando alguém? — ela assente.

— Meu irmão disse que Anne queria ver se eu estava bem, deixa que eu atendo... — a vejo tocar minha bochecha antes de passar por mim em direção à porta da sala.

Enquanto Eleanor atende a porta, fecho as portas dos armários e arrumo de um jeito desleixado a mesa.

— Deve ser um inferno te aguentar o dia inteiro — escuto a voz de Lauren, logo ergo o olhar podendo ver o sorriso sacana no rosto da minha amiga de trabalho.

— Vai se foder — murmuro, escuto a voz de Camilla por alto e Lauren vem em minha direção me dar um abraço.

— Como a chefinha 'tá?

— Bem, bem teimosa na verda... Ai! — Eleanor me deu um tapa.

— Você fala mais que a língua — diz, sorrindo — Estou muito bem, pronta 'pra voltar inclusive.

𝐋𝐎𝐒𝐓 𝐈𝐍 𝐋𝐎𝐍𝐃𝐎𝐍 | ᵇ.ᵉ Where stories live. Discover now