childhood

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— Bom dia! — Evelyn exclama assim que me vê entrar na casa.

Hoje era a sua folga, por isso a sua animação. Lyn estava sentada em cima do carpete robusto, com uma tigela de cereais e leite na mão enquanto assistia a televisão. Suas roupas estavam longe do comum, vestia uma bermuda bege e um top esportivo cinza.

— Bom dia — sorrio de volta. Fecho a porta e me aproximo dela. Deixo minha bolsa em cima da bancada no caminho e pego meu celular no bolso.

— Dia tranquilo hoje? — assinto.

— Meu único compromisso é daqui a duas horas, dessa vez tenho tempo de tomar um banho descente e comer alguma coisa — dou de ombros — E a Clau?

De repente, escuto o barulho suave que eu tanto conhecia pelos meus primos. O som de criança arteira correndo pela casa descalça. Leo corre até mim com os cabelos longos e escuros enquanto sorri e grita meu nome. Me abaixo para o pegar nos meus braços.

— Você cresceu! — sorrio dando um beijo estalado na sua bochecha. Sua risada ecoa pelo ambiente.

Leo me olha com seus olhos verdes e retribui meu gesto, dando-me um beijo na bochecha enquanto segura meu rosto com as mãozinhas quentes.

— Você demorou voltar — ele diz.

— Dessa vez eu moro aqui, não sabia? — seu espanto é exposto, e dá espaço a alegria.

Leo é o filho do ex cônjuge de Claudia. E mesmo que ele e a madrasta não fossem tão próximos, esse garotinho pareceu ter gostado de mim quando vim a ver, meses atrás. Ele é a cara do pai, os olhos verdes deve ter puxado da mãe, mas nunca a vi. O garotinho esperto que adora 'Ru Paul' nasceu de um namorico do pai durante a faculdade. Pelo o que sei, Jacob tem a guarda unilateral.

— Quer ver meu irmão? — sua voz é doce, assinto rapidamente.

Leo desce do meu colo e me puxa pela mão com pequenos passos rápidos até o quarto de Clau. Quando chegamos na porta, ele aponta para Clau. Quando ela se vira posso ver o bebê em seus braços, envolto em um cobertor fino verde enquanto ela dava leite com uma mamadeira a ele.

— Ele é a minha cópia, não é? — ela sorri se aproximando de mim para que eu o visse com clareza.

Os olhos eram exatamente iguais aos de Claudia.

— Me deixa segurar? — Leo pergunta, com os olhos fofos que derretem qualquer um.

Claudia faz que sim, e o pede que se sente na cama, no lado encostado na parede para não ter perigo nenhum. Leo pula no colchão rapidamente e ela põe o bebê nos seus bracinhos. O carinho que ele tem de segurar a mamadeira e o irmão ao mesmo tempo é incrível, até para uma criança.

— Fica de olho neles enquanto eu vou ao banheiro?

— Fico — ela suspira, deixando o local.

Era como se todo o nível de serotonina houvesse voltado a ela, transparecia no seu jeito.

Me sento na cama ao lado dos dois, Leo dá uma risada quando August tenta segurar a mamadeira.

(...)

— Você conhece meu pai e a namorada dele? — Leo pergunta enquanto brinca com os blocos de montar, ele construía o prédio do apartamento em que morava com calma e delicadeza.

Claudia saiu para dar uma volta com o filho mais novo já que a criança não parava de chorar por nada, só se acalmou quando ela começou a andar pela casa igual uma maluca com a criança. Lyn deu a idéia de irem ao parque mais próximo e a acompanhou, levando o carrinho de bebê junto. Dessa forma, Leo e eu ficamos sozinhos.

𝐋𝐎𝐒𝐓 𝐈𝐍 𝐋𝐎𝐍𝐃𝐎𝐍 | ᵇ.ᵉ Onde histórias criam vida. Descubra agora