Nunca subestime um jovem Wayne

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Damian compartilhou posts sobre Klívia em todas as suas redes sociais. Passar as noites em claro havia se tornado sua nova rotina. Se sentia mal em não saber do paradeiro da amiga e do seu estado. Parecia que uma dor descomunal atingia o peito só de pensar que ela poderia estar por aí, passando frio e em apuros.

Tinha que desviar desses pensamentos.

Logou na Netflix e passou longos 20 minutos em busca de algo que o agradasse. Parou em um filme de terror, sobre espíritos, ambientado nos anos 70, com uma produção duvidosa. Logo nos primeiros minutos de filme, o CGI parecia ser digno de um jogo de playstation 2. Deu risada e buscou o celular.

Iria ligar para... Klívia...

Suspirou, encarando o perfil dela.

Nesses momentos, eles fariam uma vídeo chamada para rirem juntos ao assistirem o longa. Aquelas ligações pareciam ser a única coisa que o fazia sorrir em dias turbulentos. Como ela fazia falta...

Os dias eram tão tediosos sem a risada dela, o mundo parecia rodar mais devagar. Aquela saudade era sufocante, torturante. Nunca havia se sentido assim antes, será que todos ficavam nesse estado devido ao desaparecimento de seu melhor amigo?

Por um segundo... não, era besteira. Mas, e se...

Seu celular vibrou. Uma mensagem de Bruce.


"Tenho boas notícias".

"Temos uma boa pista sobre o paradeiro da sua amiga".


"Sério? O que descobriram?"


"Você sabe que é um assunto sigiloso. Não posso contar. Não até o fim da operação".


— "Assunto sigiloso". Que se dane! — murmurou. — Tsc! Ele espera mesmo que eu vá ficar assistindo tudo de braços cruzados, enquanto ela precisa de mim?


"Confie em mim, farei de tudo para trazê-la sã e salva".


Damian revirou os olhos.


"Eu sei. Você tem que fazer isso".


Largou o celular na mesinha de centro e se sentiu incrivelmente impotente. Ele tinha que ser capaz de ajudar em algo, participar dos bastidores parecia ser tão ineficaz. Klívia era uma garota incrível, inteligente e gentil. Um raio de sol. Ela merecia um alguém que a protegesse.

Ele tinha capacidade. Mas invadir uma casa que a polícia estava prestes a invadir seria burrice, além de que os atrapalharia. Na real, Damian não queria bancar o herói, nada disso, ele apenas queria estar lá.

Estar lá, com os policiais, assim que fosse libertada. Só para ser o primeiro a poder abraçá-la, sentir seu perfume doce, e dizer que tudo iria ficar bem. Isso já seria de bom tamanho.

Não era pedir muito, certo? Bruce deveria ser menos chato... Dick era mais maleável.

Dick, eles trabalhavam juntos! Certeza que aquele engomadinho deveria ter ido para lá. Fazia 20 minutos que ele havia saído de casa às pressas. Num primeiro momento, achou que ele iria ver a namoradinha — nenhum pouco — secreta; Oráculo. Porém, agora todas as peças se encaixavam.

Começou a dar risada e esticou as pernas na mesinha.

Aquilo facilitava muito a sua vida.

Afinal, hackear o computador de Dick Grayson para conseguir uma localização não era tão difícil assim.

DesaparecidaWhere stories live. Discover now