O Poder do Perdão - Inspirado Pelo Espírito Amélia

Capítulo 29

Junho havia chegado. E com ele vinha uma das grandes festanças. A celebração da festa junina na paróquia Nossa Senhora dos Anjos era de grande alegria e harmonia. Todos os anos, Margarida e Olívia, junto a outros membros frequentes, organizavam a quermesse e a missa em homenagem a Santo Antônio, São Pedro e São João.

Sem mencionar que no final de cada missa, era acendido uma fogueira grande atrás da igreja, que era uma das coisas mais lindas e emocionantes na paróquia.

O bingo era organizado por Celeste, uma das frequentadoras da paróquia. Porém, nessa festa ela não poderia estar comparecendo, então Padre Euclides escalara Margarida para ficar em seu lugar.

Desde a noite em que recebera a carta de sua avó, Olívia começara a frequentar o centro espírita em que Carlos a levara, junto a André. Mas para que o Padre Euclides não desconfiasse de nada, também não deixava de frequentar as missas de domingo. Até porque, o sumiço dela de alguns domingos não comparecidos, havia deixado o padre um tanto curioso.

E tanto Margarida quanto Olívia, não queria que ele a expulsasse da paróquia por esse motivo. O segredo estavam entre elas e morreriam entre elas, se pudesse.

Nesse tempo, Margarida acabou cedendo em ir numa dessas reuniões, que acabou acarretando, também, no tirar do véu da ignorância, por achar que coisas estranhas e perturbadoras aconteciam. Mas vendo como prosseguia, sentiu-se muito bem com as preces, as palestras e o passe dado ao final de cada reunião.

Mas ainda continuava firme e forte na igreja. Já Olívia estava mais na igreja, apenas para causar impressão de boa devota, pois vontade já não tinha mais.

Participando junto a André nos estudos de sexta-feira, grande era o esclarecimento e as informações que recebiam d'O Livro dos Espíritos.

A cada capítulo, uma página em branco era escrita no caderno de suas mentes. Estavam aprendendo muito com Eleonora, que tinha toda a paciência do mundo em explicar as questões que não ficavam claros o suficiente.

Quando André e Olívia chegaram em casa, as nove de uma sexta-feira, Margarida se encontrava a beira do fogão, cozinhando um delicioso ensopado de galinha.

— Nossa, o cheiro está delicioso. — Foi a forma que Olívia anunciou sua chegada.

— E está mesmo. — Confirmou André.

Margarida esboçara um sorriso, enquanto mexia a panela de ferro com uma colher de pau.

André e Olívia começavam a colocar a mesa, enquanto Margarida trazia consigo a panela, segurando pelos dois cabos com o pano de prato.

Voltando para a cozinha, não podia esquecer-se do pão. Ao pegar o saco, depositou-o em cima da mesa, enquanto o resto se acomodava para mais um jantar em família.

— Como foi o estudo? — Perguntou Margarida, enquanto servia os pratos de Olívia e André com uma concha de metal.

— A cada sexta-feira estamos aprendendo mais e mais. — Disse Olívia, olhando para André, como se esperasse sua confirmação.

— É verdade. Está sendo muito bom para nós. Muitas dúvidas que tínhamos a respeito sobre as coisas da vida, estão aos poucos, sendo mostrados para nós.

— Que bom. Fico feliz que estejam gostando e que talvez tenham se encontrado. — Margarida coloca um pouco de sopa em seu prato e acomoda-se na cadeira para comer. — Mas não posso negar de que também gostei de lá. É um lugar calmo e sereno. Sem mencionar na hora da palavra. É muito bom ouvir sobre o evangelho.