Os dias da semana haviam se passado e quinta-feira enfim havia chegado. Desde o dia que Olívia tivera o sonho com o pai, apenas fingiu que nada aconteceu, fazendo com que se esquecesse dele.
Logo quando acordara, lembrou-se que hoje iria pela primeira vez a um centro espírita. Por mais que Carlos tivesse lhe falado que era tão normal quanto aparentava ser, ela ainda criava uma certa expectativa a respeito.
E estava ansiosa para que a noite chegasse.
No dia anterior, no consultório, Carlos havia combinado de que dali iriam direto para o centro. Eleonora chegaria em torno de seis, seis e pouco e André às cinco e meia. Estava tudo certo.
Descendo as escadas, Olívia deparou-se com a mãe sentada à mesa, tomando um café e comendo um pão. André já não se encontrava.
— Bom dia, querida. — Disse Margarida, vendo a filha descer as escadas.
— Bom dia, mãe. Sua benção.
— Deus lhe abençoe.
Olívia se acomodou à mesa, tomando-lhe uma xícara vazia e o completando com café. Cortando um pão ao meio, passou um pouco de manteiga e começou desjejuar.
— Hoje, André e eu vamos chegar mais tarde, está bem?
— Tudo bem. Sei que não é da minha conta, mas onde vão?
— O dr. Carlos frequenta um centro espírita e ele me convidou para visitar.
Olívia esperou que a mãe fizesse alguma cara feia a respeito, mas apenas assentiu com a cabeça. Passou em sua mente que talvez ela aceitasse a filha estudar a respeito do assunto, mas não frequentar algum lugar parecido. Por vir de uma família católica, Olívia ainda alimentava um preconceito que a mãe não tinha. Tinha que começar a mudar.
Nesse momento, veio em sua cabeça a mãe dizendo que não importava o caminho que escolhesse para exercer sua fé, pois ela apoiaria.
Não que Olívia já se via como espírita, muito pelo contrário. Nem O Livro dos Espíritos havia passado do primeiro capítulo. Mas ainda assim estava curiosa para adentrar mais fundo no assunto. Sentia que quando mergulhasse nos estudos e na convivência, muita coisa lhe abriria a mente e os olhos.
— Que legal, filha. Bem, se ainda eu estiver acordada quando chegarem, vocês podem me falar como foi a reunião. Não sabia que ele era espírita, o dr. Carlos.
— Eu também não sabia. Acabei descobrindo quando ele me viu lendo um livro que Mirna me recomendara. Tinha comentado que a dona Eleonora, a esposa dele, havia lido e que era muito bom. O que de fato, realmente, era. Aí, papo vai, papo vem, ele acabou comentando o assunto e assim descobri.
Ambas continuaram tomando o café, enquanto conversavam sobre outros assuntos.
Olívia logo saíra com a mãe para pegar o bondinho, onde cada uma seguiria para o seu destino.
Margarida enfim havia chegado na casa de dona Sônia, que inclusive, estava regando seu jardim, as lindas tulipas e margaridas que cultivava.
— Bom dia, dona Sônia.
— Margarida! Bom dia. Olha como estão lindas?
— Estão mesmo. A senhora sempre teve boa mão para isso, né? Eu nem tendo, pois sei que não rende comigo.
Sônia rira com o comentário, dizendo:
— Besteira, Margarida. Bem, vamos aproveitar logo cedo agora e vamos na feira? Preciso comprar algumas verduras, frutas e legumes.
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O Poder do Perdão - Inspirado Pelo Espírito Amélia
SpiritualA espiritualidade amiga sempre dá um jeito de nos ajudar no resgate de nossas faltas e com Olívia não foi diferente. Abandonada pelo pai quando criança, Olívia e sua mãe Margarida passaram a vida batalhando para terem o necessário. Com a ajuda de pe...