Capítulo 11

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— Eu disse que viria, não disse?

André se levanta, abrindo os braços, esperando que Olívia fizesse o mesmo. Ela se aproxima, apreciando o gesto.

— Por um certo momento pensei que você tivesse esquecido de como abrir a porta, porque do nada escuto alguém bater. E quando abro, dou de cara com André. — Disse Margarida, falando para filha com uma felicidade que não lhe cabia no peito.

— Quando foi que chegou aqui?

— Faz meia hora. Estava conversando com dona Margarida a respeito de como foi estar longe esse tempo todo. E como é bom estar de volta também.

Se não fosse por sua respiração profunda por ver André ali na sala, Olívia não teria nem percebido que algo estava cheirando. O cheiro vinha da cozinha e parecia ser bom, pois aguava a boca.

— Tem alguma coisa cozinhando?

— É o frango assando no forno. Vou lá olhar.

Deixando os dois a sós na sala, Olívia senta-se no sofá, seguido de André, que lhe fitava incessantemente, como se estivesse admirando uma bela paisagem.

— E então... Conseguiu resolver o que precisava? — Pergunta Olívia, quebrando a barreira do silêncio.

— Não, mas falta pouco. Tenho certeza que até a próxima semana tudo estará em perfeita ordem.

Margarida volta, seguindo para a poltrona que André há pouco estava sentado.

— O frango já está quase pronto e poderemos jantar. Sabe André, eu estava pensando e até comentei com Olívia, não quer vir ficar com a gente? Tem o quarto de visitas, mas como ninguém vem aqui, está desocupado. Assim você para de pagar pensão. Não tem nenhuma necessidade.

Olívia havia achado a ideia da mãe ótima.

— Não, dona Margarida. Não quero incomodar.

— Deixa de besteira, menino. Até parece que você é apenas um conhecido. Você é como se fosse meu filho. Se quiser pode ficar conosco sim e o tempo que precisar.

— Eu agradeço muito o convite. Mas faço questão de pagar minha estadia.

Dessa vez foi Olívia quem protestou.

— Ai André, para com isso. Que pagar estadia o que. Se for assim, não é nem melhor você sair da pensão. E até parece que você não conhece minha mãe. Duvido e aposto que você vai conseguir que ela pegue algum dinheiro seu.

André e Margarida dão risada pelo comentário de Olívia.

— Está bem. E eu fico muito agradecido. De verdade. — André estende a mão para pegar a de Margarida num gesto carinhoso de agradecimento.

Era muito gratificante depois de anos ainda ser amparado pelas duas. André tinha grande gratidão pelo amor e carinho que sentiam para com ele.

***

Em todas as noites de quinta-feira o centro espírita tinha o costume de lotar, pois além das mensagens dos mentores, havia uma médium que só conseguia comparecer a esse dia da semana. E lá dentro ela tinha o trabalhado de psicografia.

Enquanto os mentores iam se manifestando através dos médiuns, passando mensagens de conforto e ajuda, tanto espiritual quanto moral, ela ficava junto a sua mentora psicografando as mensagens. O trabalho era tão intenso que ao final da sessão, dava-se o passe coletivo não só apenas para os médiuns, mas para os assistidos, pois terminava bem tarde.

O Poder do Perdão - Inspirado Pelo Espírito AméliaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora