Capítulo 17

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Antes que a noite de domingo pudesse chegar, Carlos e Eleonora saíram de casa, seguindo para o ponto mais próximo para pegar o bondinho, que inclusive, não demorou para chegar.

Durante o trajeto, Eleonora ficara encostada sobre o ombro de Carlos, que olhava entretido para as casas que passavam calmamente sobre eles.

Carlos não comentara nada com Eleonora a respeito de ter visto Fernando, muito menos aquela senhora que em tão pouco tempo desaparecera diante de seus olhos.

De sua casa, o centro não ficava tão longe, e antes que o bondinho pudesse chegar no ponto em que desceriam, já dava para ver a grande fila que se formava em frente ao estabelecimento, rodeando o quarteirão.

— Temos muito trabalho a fazer. — Exclamou Eleonora a Carlos, que concordara com a cabeça.

O centro fazia suas obras sociais aos finais de semana, na qual consistia em uma vez por mês fazer entrega de cestas básicas a pessoas que não tinham muitas condições. Aos sábados, no período da manhã, o centro distribuía comida para os moradores de rua e aos domingos, em grande carreata, iam percorrendo as ruas da cidade para fazer distribuições de alimento, água e cobertores em tempos de frio.

Ao chegarem mais perto do centro, ambos já conseguiam ver rostos familiares começando a trabalhar.

Elaine tinha uma prancheta em mãos, na qual perguntava o nome de quem iria receber a cesta básica. Em seguida a pessoa recebia a cesta, dada por outros dois médiuns da casa, que pegavam da pilha gigantesca encostada na parede, os sacos com os alimentos.

— Bom dia, Elaine. — Disseram Eleonora e Carlos.

— Bom dia, meus queridos. Vamos trabalhar. Podem seguir lá para dentro. As pessoas estão preparando as cestas para a entrega.

Eleonora e Carlos seguiram para dentro do centro, indo em direção a cozinha, que ficava no andar debaixo.

Haviam ali, tanto os trabalhadores da casa, quanto os voluntários, que ajudavam incessantemente na preparação das cestas básicas. Quando era terminado uma cesta, era amarrada e posta ao pé da escada, onde outras pessoas pegavam e levavam para cima, até aonde estava Elaine.

Entre essas pessoas, estava Getúlio, o dirigente.

— Eleonora! Carlos! — Exclamou Getúlio, ao vê-los descendo as escadas da cozinha.

— Oi pessoal! — Exclamou Carlos para todos os presentes; os mesmos lhe deram uma acalorada saudação.

Eleonora, sem que precisassem dizer o que tinha que fazer, começara colocando os alimentos indicados na lista que estava colado em cima da mesa, dentro do saco.

Carlos, vendo que haviam apenas duas pessoas pegando as cestas e levando para o andar de cima, começara a ajudar nessa parte também.

O Poder do Perdão - Inspirado Pelo Espírito AméliaTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon