Sour Candy

Capítulo 2

– Amara, deixei a chaleira ligada. – disse passando pelo corredor até o quarto principal.

– Tanto faz – respondeu ela do banheiro.

Adan tomou um banho rápido e depois vestiu o primeiro par de roupas que achou dentro do armário, descendo logo em seguida até a sala de jantar onde Jonathan e Amara estavam comendo. No momento em que ele viu Jonathan com uma toalha na cabeça, deu um suspiro cansado e subiu novamente as escadas, descendo com um pote cheio de creme de pentear, um pente e um elástico.

Jonathan reclamou desde o momento em que Adan começou a passar o creme de pentear pelo seu cabelo, até o momento em que o cabelo cacheado estava preso em um rabo de cavalo apertado. Adan pegou o celular e o segurou entre o ombro e a orelha enquanto pegava dois pacotes de café, despejando um pouco dentro da garrafa térmica.

– O que foi? – A voz rouca de Loren surgiu do outro lado da linha.

– Você vai se atrasar. – respondeu Adan, derramando uma dose generosa de água quente dentro da garrafa térmica.

– Merda! – disse Loren, antes de desligar.

Adan pegou uma panqueca com a mão e a levou à boca, enquanto subia novamente as escadas. Quando chegou até ao quarto, já tinha comido metade dela, então empurrou a outra metade na boca para conseguir segurar a caixa e a prancheta com as duas mãos.

Descendo devagar para não derrubar as coisas, ele pegou a caneca que tinha o resto do café e virou todo o líquido que restava nela, antes de pousar-lá na lava louças onde Amara lavava os pratos do café-da-manhã.

– Estou indo – disse Adan, pegando sua garrafa térmica e caminhando até o hall de entrada.

– Espera – disse Jonathan subindo as escadas.

– Vai na frente, eu vou preparar a lancheira do Jonathan. – disse Amara.

– Merda, tinha esquecido disso – respondeu culpado.

– Nada de novo sobre o sol – disse ela, pegando um pacote grande de bolachas do armário de cima.

Adan saiu de casa e caminhou até o carro, pousou a prancheta no porta malas e depois sobe no banco do motorista, ligando o carro.

Depois de buzinar duas vezes eles saíram de casa e Amara trancou a porta. Jonathan subiu no banco de trás e jogou a mochila do lado dele, tirando o celular do bolso e abrindo no seu jogo de corrida infinita.

Amara subiu no banco do lado e jogou um molho de chaves no colo de Adan.

– Você esqueceu – disse pousando a mochila entre os pés.

– Obrigado. – respondeu dando partida.

– Você também esqueceu de verificar as janelas, desligar os aparelhos e até mesmo o gás.

– É por isso que eu tenho você na minha vida.

Adan beberica um pouco de seu café e conduz até a escola de Jonathan, parando em frente ao portão e o acompanhando até ao segurança.

Ele volta para o carro e dirige até a escola de Amara. No painel do digital na frente de Adan aparece o nome de Loren mas é Amara que atende a chamada para que Adan não precise tirar as mãos do volante. Logo a voz de Loren sai dos altifalantes.

– Localização? – pergunta ela.

– Estou a dez minutos da escola de ciências. E você?

– Estou a sair de casa.

– Não esquece de trazer a prancheta – disse Adan, parando em frente a escola de Amara, que desceu acenando para ele. – Aquele filho da puta vai voltar a implicar com a gente.