⭒CAPÍTULO VINTE E TRÊS⭒

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Caminhei rápido pelas pessoas tentando não me esbarrar em ninguém, consegui comprar fichas de todos os brinquedos e animada voltei pra fila onde ainda faltava umas seis pessoas na nossa frente, balanço todas as fichas na direção do meu vizinho que me olha um pouco surpreso, mas logo somos os próximos. Por mais que estivesse com frio na barriga não vou mentir que não foi divertido, gritei tanto que acho que o parque todo deve ter me ouvido e só sei que queria ir de novo quando acabou o tempo. No entanto a fila estava bem maior que antes e decidimos ir juntos em outros brinquedos, meu namorado falso segurou na minha mão para não nos perdemos no meio das pessoas.

─ Poderíamos ir na casa do horror. ─ O Kisung sugeriu apontando na direção do local.

─ Ótima ideia! ─ A Maddie pulou de animação e o meu primo soltou uma risada.

─ Estão loucos? Está todo mundo falando que dá muito medo. ─ O meu melhor amigo balançou a cabeça de um lado pro outro.

─ Louco seria se não desse medo. ─ O Liam brincou o que fez o Zack revirar os próprios olhos.

─ Ellenor o que você acha? ─ Jogaram a proposta na minha direção e observei o olhar animado de todos exceto do loiro que ainda não concorda com a ideia.

─ Acho uma ótima ideia. ─ Respondo com um sorriso enorme nos lábios.

Todos comemorou, fiquei rindo do meu melhor amigo que foi puxado pelo namorado que tentava de todas as formas animá-lo. Não tinha ninguém na fila porque as últimas pessoas havia acabado de entrar, ficamos ouvindo os gritos das pessoas o que nos deixou ainda mais com frio na barriga. Na placa ao lado estava todas as fases e poderíamos escolher qual quiséssemos, obviamente a extrema ganhou pela maioria dos votos e escolhemos a que um dos um dos integrantes será sequestrado e os outros devem tentar encontra-lo apenas com uma lanterna enquanto todos fogem dos assassinos de diversos filmes de terror.

Tudo estava escuro quando entramos, mas antes foi passado as regras e prontamente já estávamos dentro, não deixei de segurar a mão do meu vizinho que a todo momento não me deixou sozinha mesmo quando algum dos assassinos chegava perto para nos assustar.

A minha melhor amiga foi sequestrada e ficamos tentando encontrar a mesma enquanto tentávamos não nos perder no meio dos corredores que mais parecia um labirinto. Ouvimos os gritos dela e isso fez o meu coração quase sair pela boca. Ficamos surpresos assim que a encontramos na sala e ela estava em pé segurando um cajado de brinquedo que fazia parte de um dos assassinos que estava amarrado na cadeira que provavelmente tentou amarrar a mesma. Não consegui parar de rir assim como todos os outros, mas não demoramos muito para conseguir sair e precisei de alguns minutos para me acalmar de toda a tensão.

⭑⭑⭑

Sinto a minha cabeça latejar depois de ter feito o primeiro simulado e dentro da cabine do banheiro levanto a minha calça depois de me limpar, mas paro no tempo quando ouço vozes de duas garotas e o nome da Natália é muito presente na conversa o que chama a minha atenção.

─ Não acredito que a Natália estava com o antigo treinador, ela nem é tudo isso e meu Deus aquele homem era um gostoso! ─ A voz feminina parecia mais como a de uma garça enquanto ria sem parar.

Não me sinto tão confiante assim para sair e confrontá-las, diferente dos primeiros dias de aula que fiz quando o assunto se tratava sobre mim. Fico ali dentro sem me mover até as vozes cessarem e ouvir a porta bater, peguei a mochila do suporte e sai da cabine ignorando os rostos que entravam.

Estou sentindo aquela culpa de novo e isso me corrói por dentro tanto quanto as minhas pernas que se mexem rapidamente, não posso me esconder na área da piscina porque provavelmente estão limpando para a próxima aula depois do intervalo e só existe um lugar que jamais pensei que me esconderia novamente. Entro na biblioteca e forço um sorriso na direção da bibliotecária que está um pouco ocupada com uma aluna que lamenta ter perdido algum livro que pegou emprestado, passo pelas mesas que estão cheias e me escondo no fundo da última prateleira. Não tinha percebido que me faltava ar até me sentar no chão frio, dobrei as minhas pernas e pousei a mão no joelho, não preciso abrir a conversa no celular pra ter certeza que ela não me respondeu, mas mesmo assim ainda faço porque querendo ou não tenho resquícios de esperança que um dia vou acordar com uma notificação dela mesmo sabendo que nada vai voltar a ser como era antes.

Querida, grande vida. #2 Where stories live. Discover now