43_ Ele tá doente.

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Uma semana depois...

Uma semana se passou depois de todas as turbulências que eu enfrentei derrubando lágrimas.

Essa semana foi uma das melhores que eu já tive em toda vida. Aparentemente, estava com todos os problemas resolvidos e sem parentes que poderia me colocar para baixo.

Sem meu pai, minha mãe e minha irmã continuando em silêncio após aquela fatídica discussão com o meu pai eu estava bem tranquila. Sem eles mandando mensagens todos os dias querendo que eu voltasse, eu havia curado aquela parte que doía em mim.

Em relação ao meu trabalho, depois que a Sra Bennett foi demitida pessoalmente pelo Sr Lee foi como um peso a menos nas minhas costas. O trabalho continuava corrido pelas pessoas que estavam querendo imóveis, contratos, transação, e outras coisas chatas burocráticas.

Eu havia gostado muito de ter conseguido um trabalho tão bom. E mesmo que seja enjoativo e chato ver tantos papéis e cláusulas, era bom ter algo que me fazia bem e me fazia socializar com pessoas sem ouvir julgamentos.

Na faculdade estava tudo correndo perfeitamente bem. As aulas estão sendo incríveis, eu tenho aprendido muito, trocado muitos olhares e sorrisos, e ensinado muito português para o Bob. A Phoebe nos últimos dias tem ficado bastante estranha com todo mundo.

Tipo, ela sempre teve o jeito dele fechado e etc. Mas nos últimos dias ela estava bem mais, e só falava poucas palavras. Ela não havia falado nada nem para mim e nem para o Bob, e então nós dois resolvemos respeita-la.

A minha relação com Axel estava indo perfeitamente bem também. Os últimos dias com ele tem sido incríveis e sensacionais. Ele tem sido calmo e respeitoso comigo, e me ajudava em tudo mesmo sem ter obrigação nenhuma.

E o que mais aconteceu nessa semana foi que os meus sentimentos por ele ficaram cada vez mais claros. Eu estava perdidamente apaixonada por ele e mesmo sem conseguir admitir em voz alta olhando nos olhos dele, eu deixava claro com carinhos e olhares intensos.

ㅡ ARG!!! ㅡ Tomei um susto após ouvir um grito de repente. Levantei rapidamente da cadeira e corri para o quarto da Sid de onde veio o grito.

ㅡ SIDNEY??? ㅡ Gritei pelo seu nome abrindo a porta do seu quarto e vendo que ela estava em pé na frente da sua cama e com uma expressão irritada. ㅡ O que foi? Tá louca?

ㅡ Me desculpa! Tá legal? ㅡ Sid balançou as mãos erguidas antes de se jogar na cama. O tom rude dela me fez ir até a sua cama e me sentar ali até que ela falasse. Não era normal a Sid falar comigo daquela forma, nem ao menos gritar do nada. ㅡ Foi mal. ㅡ Ela passou a mão no rosto.

ㅡ Se você gritou com sua melhor amiga, o negócio é sério. ㅡ Murmurei estendendo minha mão para ela pega-la. Ela pegou na minha mão e eu puxei ela para ela colocar a cabeça em meu colo, e assim ela fez. ㅡ Diga.

ㅡ É a minha mãe. ㅡ Sid começou a falar. Quando a família da Sid me escolheram para ser parte e morar com elas, eu achei que era uma família extremamente equilibrada e queria ter mais um filho para compartilhar amor. No entanto, quando eu cheguei lá foi bem diferente do que eu imaginava. ㅡ Você sabe que eu ligo para ela todos os dias para saber como ela tá, como o papai tá, e como está meus irmãos. Hoje eu inventei de ligar mais cedo porque hoje eu tô atolada de trabalho e ficaria longe do celular o dia inteiro.

ㅡ E o que ela disse?

ㅡ Ela falou que estava passando por problemas em casa. ㅡ Sid respondeu me fazendo arregalar os olhos. ㅡ Sabe que ela trabalha como chefe de cozinha e ganha bem, mas o restaurante não está indo bem e não tá rendendo muito.

ㅡ E o seu pai?

ㅡ Aparentemente, ele tá doente. A minha mãe explicou a situação e disse que ele não estava bem nos últimos dias, está impossibilitado, recebe comida na cama porque não consegue levantar. Entre outras coisas. ㅡ Sid explicou balançando as mãos. A Sid tinha uma mania terrível de que quando ela estava nervosa, aflita, ansiosa ela balançava aos mãos. ㅡ Ai, ela quer a minha ajuda.

ㅡ Com dinheiro? ㅡ Questionei-a franzindo minha testa. ㅡ Eu vou receber meu salário ainda, mas ainda tem na minha conta.

ㅡ Não, Mari! Tá doida? ㅡ Ela se levantou e me encarou. ㅡ A gente combinou que quando você tivesse economias e eu, guardariamos para emergências e para as coisas do apê. Além disso, eu recebi meu salário do mês passado e ainda tá guardado.

ㅡ Sid... ㅡ Ela me interrompeu.

ㅡ Tá tudo bem, Mari. O que eu tenho dá para eles ficarem por um mês tranquilo. ㅡ Sid passou a mão pelos cabelos. ㅡ O problema é que eu vou ter que passar uns dias lá.

ㅡ Dias? ㅡ Fiz uma careta. ㅡ Você vai aguentar?

ㅡ Não. ㅡ Ela respondeu fazendo uma careta também. ㅡ Mas, eu vou. Eu vou convencer ao meu pai ir ao médico, ajudar minha mãe por alguns dias e matar a saudade dos meus irmãos.

ㅡ E o seu trabalho?

ㅡ Eu posso terminar tudo pelo notebook mesmo. ㅡ Sid deu de ombros. ㅡ Eu levo folhas de onde eu posso tirar ideias, e colocar tudo. Depois eu posso imprimir depois e mandar para a agência.

ㅡ Essa casa vai ficar vazia sem você. ㅡ Murmurei.

ㅡ Nem vem, Marina! ㅡ Ela se levantou da cama erguendo a palma da mão. ㅡ Eu não gosto desses momentos sentimentais, então nem começa. E além disso, é só por alguns dias. Não aja como se o Axel não estivesse aí para cuidar de você.

Acabei rindo da mesma vendo ela pegar uma mochila e começar a pegar roupas no seu armário. Eu até poderia estar sorrindo, naquele momento, vendo que a Sid estava indo embora por alguns dias me deixava triste.

Entretanto, uma sensação estranha me rodeou. Era um pressentimento ruim.

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Lições do Amor | Vol.1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora