28_ Acredite em você.

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ㅡ Não... Não. ㅡ Dash negava enquanto falava pelo meu telefone enquanto eu apenas o observava pela janela do carro. ㅡ Aqui é o Dash Harris, colega de trabalho da Marina. Você é a amiga dela, né? Sidney? Sim... Na verdade eu não sei direito. Ela não está bem.

Abaixei minha cabeça deixando que mais lágrimas escorressem. Eu me sentia uma idiota por estar chorando daquele jeito pelas lembranças dolorosa sobre a minha família, porém, eu não conseguia.

Independente de tudo, era minha família. Minha mãe, meu pai, minha irmã... eles são uma parte de mim independente de qualquer coisa e eu me machucava por não ter o apoio nem o amor deles.

ㅡ Ok, tudo bem, Sidney. Eu vou levá-la até a casa de vocês e espero até você chegar. Muito obrigada. ㅡ Dash desligou a ligação e entrou no carro. ㅡ Falei com sua amiga, Marina. ㅡ Ele me entregou o celular. ㅡ Vou te levar para a casa.

ㅡ Dash... ㅡ Enxuguei as lágrimas sentando direito no banco. ㅡ Eu posso muito bem continuar o trabalho hoje. Não tem porque ir para a casa.

ㅡ Negativo ㅡ Dash negou dando a partida no carro. ㅡ Pelo resto do dia a gente só iria visitar as casas, eu posso muito bem fazer isso.

ㅡ Mas eles vão sentir a minha falta. Principalmente a Sra Bennett! ㅡ Tentei explicar.

ㅡ O que é que tem? Ela que se dane! Euem! ㅡ Dash falou com desdém. ㅡ Tá tudo bem, Mari. Eu cuido de tudo, ok? Descansa hoje.

ㅡ Dash... ㅡ Ele me interrompeu.

ㅡ Sem discussões, Marina ㅡ Dash murmurou. ㅡ Eu falo para todo mundo que você teve um mal estar ou até teve um desmaio que parou no hospital. Mas, HOJE, você vai descansar.

Sem querer continuar com aquilo, balancei a cabeça concordando me encostando na janela e suspirando. Controlando, ou melhor, TENTANDO esquecer daquelas lembranças.

*
ㅡ Muito obrigada de novo, Dash. Até mais! ㅡ Sid acenou enquanto fechava a porta após o Dash se despedir e sair de casa. Enclinei-me tirando meus tênis e voltei a encostar minhas costas no sofá, vendo que a Sid fechou a porta e se virou para mim com uma expressão de surpresa. ㅡ Marina do céu!

ㅡ O que foi?

ㅡ Por que você não me disse que trabalhava com um DEUS GREGO daquele?? ㅡ Sid perguntou se aproximando e sentando na mesinha na minha frente.

ㅡ Quem? O Dash?

ㅡ Sim! ㅡ Sid bateu palmas animada. Aquilo me fez revirar os olhos só de imaginar o que viria. ㅡ Ele é tão...

ㅡ Ah, Sid, para! Até o Dash? Você não estava saindo com um carinha semana passada? ㅡ Questionei-a.

ㅡ Semana passada já passou. ㅡ Ela balançou a cabeça. ㅡ Eu exclui ele dá minha lista depois que ele disse que só iria voltar a ficar comigo depois que viesse passar uma noite na minha casa. Acredita nisso?

ㅡ Realmente acredito. ㅡ Balancei minha cabeça rindo. ㅡ Você deveria dá uma chance para ele, Sid. Vai que ele queira um relacionamento sério com você.

ㅡ O que? Deus que me defenderás! ㅡ Ela ergueu as mãos me fazendo rir. ㅡ Quero que ele vá para a put* que o pariu!

ㅡ Sidney! ㅡ Exclamei.

ㅡ Tá, tá, tá. Desculpa! ㅡ Ela ergueu as mãos novamente, em seguida me analisou. ㅡ Dash me disse que você estava chorando. Por que? O Axel fez alguma coisa que você não gostou?

ㅡ Pelo contrário, Sid. O Axel é um amor de pessoa. ㅡ Afirmei abrindo a minha bolsa e pegando o meu celular que estava lá dentro, desbloqueei e mostrei para a Sid. ㅡ O problema é o meu pai. Enquanto eu estava indo pra o trabalho ele me ligou dizendo que fez uma besteira de ter me deixado vim para cá e quer que eu volte.

ㅡ Ele o que??

ㅡ Olha as mensagens. ㅡ Apontei para o Whatsapp. ㅡ Ele me mandou mensagens e me ligou, mas eu continuo sem responder e sem atender.

ㅡ Oh, Mari... ㅡ Sid deixou o celular de lado e voltou a me olhar. Naquele momento, de novo, meus olhos se encheram d'água só de lembrar. ㅡ Eu não sei como você consegue aguentar tudo isso.

ㅡ Nem eu sei, Sid. Na verdade, eu nem sei se eu aguento. ㅡ Murmurei com a voz embargada.

ㅡ Você sabe que tá mentindo para si mesma ㅡ Sid ergueu uma das suas mãos e tocou no meu cabelo. ㅡ Sabemos que você é uma das pessoas mais forte que conheço. Corrigindo, É A MAIS forte que conheço. ㅡ Sorri fraco com as palavras da Sid. Ela saiu da mesinha, sentou-se ao meu lado, pegou em minhas mãos. ㅡ Marina, escuta uma coisa, olha para você agora. Tem noção do quanto você é maravilhosa? Lutou contra a invejosa da sua irmã, lutou contra o seu pai babaca, lutou contra a sua mãe que tentava destruir seus sonhos. Olha para você, amiga! Você está nos Estados Unidos, estudando o curso que queria, conseguiu passar EM SEGUNDO LUGAR, juntou dinheiro suficiente para comprar uma passagem apenas de ida até aqui e conseguiu para dá entrada nessa casa para nós duas. Nessa parte eu ajudei, mas nada diminui o esforço e a força de vontade que você tem. ㅡ Lágrimas e mais lágrimas escorria pelas minhas bochechas. ㅡ Deixa seus pais, sua irmã, bem longe da sua vida e aproveita o que está construindo aqui! Uma vida boa de universitária, uma vida profissional como corretora, a dona do seu próprio nariz morando com a melhor amiga de todas e... um pretendente maravilhoso que está praticamente beijando seus pés. Ah, tenho uma ideia melhor! Por que você não manda seus parentes tomarem no olho do... ㅡ Ergui minha sobrancelha encarando-a. ㅡ Fiofó. Isso! Assim está bom! ㅡ Sid sorriu empolgada enquanto eu só ria pelo fato dela ter aprendido uma palavra nova em português. ㅡ Mari... acredite em você. Assim como eu acredito.

Sid me abraçou fortemente em seguida.

•••

Lições do Amor | Vol.1Where stories live. Discover now