Capítulo 23 - Por Favor

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02 de Janeiro de 1993

"Por favor"


Malfoy olhava pacientemente ao redor, notando os vários alunos passeando pela plataforma e conversando alegremente com seus amigos, comentando sobre como as festas tinham sido divertidas. Os assistir de longe lhe dava uma enorme vontade de correr para onde Faw estava e pedir para que os gêmeos contassem alguma piada, pedir para Rony tirar o tabuleiro de xadrez da mala e o desafiar, perguntar a Hermione qualquer coisa, apenas para sair dali.

Ela não podia, claramente. Faw foi o primeiro que a viu naquele canto mais afastado da estação e estava prestes a correr para a abraçar quando notou que Lucius estava ao lado dela, fez uma cara engraçada e passou direto por eles, fingindo falar com outra pessoa. Rony sorriu quando a viu e acenou, mas percebeu Lucius e parou de acenar, coçando a nuca e se virando para o outro lado. Hermione sorriu pequeno quando passou por eles, sendo acompanhada pelos pais, e não pareceu se incomodar com o jeito que o pai de Malfoy a olhava.

— Eu vou dizer novamente – Seu pai disse, depois de olhar para o grande relógio na estação — É melhor eu não ouvir sobre brigas na escola. Não suje nossa reputação impecável – Malfoy não o olhou quando afirmou com a cabeça — E volte a andar com Theodore Nott.

— Não vou – Disse, olhando firme para frente — Nott é um ser sem educação, sem classe, com notas terríveis e não tem controle nenhum sobre o grupo ou sobre si mesmo – Ela cruzou as mãos atrás do corpo, arrumando a postura — Não vou sujar o nosso nome andando com gente como ele – Ela se virou para o pai, que a olhava fixamente, como se estivesse a analisando.

— Então arrume outro grupo – Mandou, muito seriamente — Precisa de conexões quando Hogwarts acabar e precisa de pessoas que o ajudem a estar no topo. Melhore suas notas – Explicou, erguendo o queixo antes de a olhar — Acredito sobre o que disse sobre Nott. Lhe dei uma função simples no início do ano e ele não me deu respostas. Não vi resultado nenhum – Ele reclamou, trincando o maxilar.

— Por isso deveria deixar esses trabalhinhos para mim, pai – Malfoy comentou, muito segura enquanto sorria pequeno.

— Não queria que tivesse chance de ser descoberto – Explicou, a olhando seriamente — Se, por um acaso, descobrirem que foi o Nott, ele que lide com as consequências – Lúcios pôs uma das mãos em seu cabelo, lhe fazendo um carinho sutil — Não podia deixar que descobrissem você.

— Sou competente o suficiente – Ela rebateu, erguendo o queixo e Lucios a olhou orgulhosamente, parando de lhe fazer o carinho.

— Claro. Mostre isso melhorando suas notas – Insistiu. Malfoy segurou o impulso de revirar os olhos (mania que tinha pego com Harry ao longo do tempo) — Mas me diga, algo de interessante aconteceu em Hogwarts?

— Me perguntou isso a semana inteira, pai – Respondeu de maneira monótona — Pela milésima vez, não. Não aconteceu. Tudo normal.

— Seu amigo é um incompetente completo – Criticou, negando com a cabeça.

— Era para algo acontecer? – Questionou, curiosa. Um sorrisinho falsamente inocente enquanto esperava respostas.

— Mandarei uma carta explicando – Disse, olhando em volta de maneira desconfiada — Vou transferir o trabalho a você, já que se julga tão competente – ele sorriu — Não me desaponte, ou teremos que brigar novamente. Sabe que eu detesto brigar com você.

— Eu sei – Respondeu baixinho, olhando para o chão.

— Não olhe para baixo – repreendeu — Um Malfoy nunca abaixa a cabeça – Ele alertou. Era uma frase que Draco poderia recitar de trás para frente e que tinha perdido o sentido depois de ter passado tanto tempo longe dos seus pais e perto de Faw e Harry.

Blood Moons - Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora