No caos da tempestade

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Depois de ser apresentada indevidamente a empresa, e de ter um primeiro dia conturbado, tive que viver segundo as regras da burguesia... Matar um leão por dia, ou eu serei a presa.

Com o sr. Ettore me ensinando e com o dia a dia de trabalho constante, consegui me adaptar ao novo.

__ Seu café.__ pus a bebida sobre a mesa.

__ Obrigado.__ Ele parecia preocupado com algo.__ Durante a tarde, precisarei sair para resolver uns problemas. Quero que fique e resolva as pendências com o setor de planejamento.

__ Certo!

__ Provavelmente, o setor de gestão tecnológica trará algumas planilhas para análise. Se não conseguir terminar tudo, pode levar para casa e concluir por lá.__ Affs.

__ Ok.__ Reuni forças para sorrir.

Era por volta das onze da manhã quando o senhor Ettore partiu, naqule dia, tudo parecia um caos para mim. Eu estava a frente de uma empresa poderosa e gigantesca.

__ Bom dia senhorita Felippo.__ Uma loira alta e bonita com cara de nojo, adentrou a sala.__ Sou Eleonora Marine, assistente do diretor executivo Guido Costa.__ Fiquei de pé em educação.

__ O senhor Ettore disse que viria. Só que achei que seria o setor de gestão e tecnologia...

__ Ah sim.__ Ela riu.__ Eles virão também, estamos apenas adiantando o trabalho.__ Ela sorriu sínica.

__ Claro!__ Fui mais sínica ainda.__ Pode deixar sobre a mesa, ja já darei uma olhada. Se terminou, pode ir.

A mulher ficou vermelha de nervosa e saiu. Conviver com o sr. Ettore tem suas vantagens. Continuei a trabalhar e adiantei algumas partes do setor executivo, que por sinal, foi feito igual a cara de quem fez. De mal jeito. Então, para casa seria trabalho dobrado.

Peguei as coisas necessárias, organizei a sala do sr. Ettore e parti para casa. Estar cansada não era motivo para parar de trabalhar, o salário que o sr. Ettore me pagava era ótimo, não tinha do que reclmar.

Tomei um banho quente, vesti meu baby doll azul claro e deixei meus cachos volumosos soltos. Bebi um pouco de café e pus-me a trabalhar. A chuva que caía lá fora era absurda e me assustava de vez em quando.

~~~

Era por volta das oito horas, já havia concluído as análises do setor executivo e metade do setor de gestão e tecnologia quando batidas frenéticas soavam na porta.
Corri e olhei pelo olho mágico e lá fora estava o senhor Ettore.

__ Ei.__ Falei ao abrir a porta.__ O que faz aqui? Olha como está molhado. Entra.

__ Desculpe-me por aparecer assim.__ Ele sorriu tímido.__ Posso ficar?

__ Pode.__ A casa é sua mesmo.__ Só não tenho roupas para você.

Só então senti seu olhar sob meu corpo. Quase tive a certeza que ele me desejou.

__ Vá tomar um banho, vou colocar essa sua roupa na maquina.

__ Obrigado.__ Ele sorriu e sumiu rumo ao meu quarto.

O que esse homem faz aqui a essa hora? O que aconteceu para ele aparecer assim?

Sequei sua roupa e deixei em cima da minha cama para que ele pudesse pega-la. Mas quando o sr. Ettore apareceu, foi apenas com a calça, seu tronco nu m e deixou sem fôlego. Seu peitoral definido, sua barriguinha com gominhos, a tatuagem que cobria parte do seu peito. Gostoso.

__ Me ajuda.__ Ele pediu me mostrando o secador.

__ Vem.__ Ele sentou no banco em minha frente e me passou o secador.__ O que hoive para o senhor aparecer aqui assim ?

__ A família, está toda la na mansão.__ Como assim?__ No fim de semana é a festa anual da mafia em comemoração as conquistas que tivemos. Minha família está lá. Não estou com cabeça para aquela gente.

__ Tudo bem.__ Sorri para mim mesma ainda secando seu cabelo macio.

__ Seu cabelo é lindo, Angel.__ Angel. Ele me chamou pelo meu apelido.

__ Obrigado.

__ Porque não o solta mais vezes?

__ Não sou uma italiana padronizada, sr. Ettore.__ Ele me encarou.__ Se não percebeu, eu faço parte daquela pequena fração de pessoas negras que todo dia sofre racismo. Mimha mãe era Angolana, meu pai brasileiro. O Brasil é o país com o maior histórico de miscigenação no mundo, isso quer dizer, que por mais que eu tenha nascido aqui, ainda assim eu sou alvo de racismo. Então, não quero ouvir de novo que meu cabelo parece palha de aço, ou outra ofença qualquer.

Seus braços passaram pela minha cintura e me puxou para ele num encaixe perfeito. Eu estava me sentindo num daqueles doramas sul-coreanos.

__ Sr. Ettore...__ Tentei me pronunciar.

__ Não me chame de senhor, quero tanto que me chame de Enrico.__ Meu Deus, que calor.__ Eu acho você tão linda, seu tamanho de fadinha, seu jeitinho desengonçado de andar,  como você é inteligente. Você é incrível Angel, por isso eu escolhi você para ser a minha assistente.

__ Ninguém nunca me disse nada do tipo.

__ Então, que bom que sou o primeiro.__ Oxe, como assim?__ Vou te fazer uma proposta.

__ Proposta? Que proposta?

__ Seja a minha noiva, Angel. Me livre de um fardo fatal que minha familia quer me impor.__ Meu Deus.__ Seja você a minha esposa.

E sobre o caos da tempestade de caía la fora, meu coração disparava em um caos ainda maior.

SR. ETTOREOnde as histórias ganham vida. Descobre agora