Capítulo 29

698 30 0
                                    

Renan observa que o carro de Taylor acaba de chegar na garagem do prédio ao lado, seu sangue ferve de raiva.

— Seu maldito, você vai ver com quem está mexendo.

Caminhando apressadamente, ele sobe para seu andar. Com todas as luzes apagadas, ele senta e começa a assistir. No começo, não tinha nada de mais, apenas ele sentado com o telefone na mão, como se estivesse esperando alguém. Segundos depois, Taylor levanta e vai até a porta. Renan tenta ver quem é a outra mulher que entrou com Eduarda, mas ela estava virada de costas para a câmera.

— Então deu certo? — Eduarda fala com a voz um pouco amedrontada.

Renan aumenta o volume do áudio e começa a assistir atentamente. Logo, a outra moça, sem falar nada, vira o rosto. Renan fica surpreso, pois ali está sua ex-namorada Flávia.

— Não tem perigo de alguém nos ver, Taylor?

— Não se preocupe, como foi a operação do felino? — Renan ouve com tristeza, como ele falou do seu pequeno Apolo.

— Deu trabalho, mas no fim saiu como esperado. — Flávio fala sem esboçar nenhum remorso.

— Vocês são cruéis, por que não deixam ela em paz? Estão planejando roubar a criança mesmo?

— Lógico, Renan vai voltar para mim, e esse bastardo vai estar bem longe, de preferência morto junto com sua mãe.

Renan fica incrédulo por alguns segundos e só agora ele entende a história do bebê que Carla falou. Ele leva as mãos ao rosto ao se dar conta de que sua amada mulher está esperando um filho dele. Seu coração se enche de amor, mas o medo de que eles consigam machucá-la é maior.

— Eu prometo, amor, proteger você e nosso filho. — Lágrimas de emoção caem dos olhos de Renan. Ele sempre sonhou em ter um filho com Ive, mas achava que ela não queria, mesmo ela sempre falando assim que eles se casassem, eles vão planejar, já que praticar eles praticam quase todos os dias.

No prédio da frente.

Taylor se descontrola e prensa Flávia na parede, enforcando-a com força.

— Ninguém ousa tocar na minha mulher! Entendeu? Se uma unha dela quebrar, eu mato vocês.

Com muito custo, ele a solta e Flávia o encara. A verdade é que Flávia sempre foi um personagem. Ela se mostrava a namorada fiel, companheira e compreensiva, só que era tudo ao contrário. Flávia desde o começo traiu Renan com vários homens, mas antes de Renan conhecer Ive, ele era completamente apaixonado por Flávia. Ele era como se fosse um cachorrinho, que fazia tudo que ela mandava, e era acima de tudo fiel a ela. Renan sempre foi um homem muito intenso, quando ele ama, ama pra valer.

Flávia só viu que tinha perigo à vista quando percebeu que Renan, depois de anos sendo fiel a ela, olhou para Ive de uma forma que nem para ela, ele havia olhado.

— Não sei o que tanto você e Renan viram naquela puta, o que ela tem de mais? — Flávia fala com raiva.

— Tudo aquilo que você nunca vai ter. — Flávia fica furiosa e dá um tapa na cara de Taylor.

Eduarda nunca suportou Ive. Ela gostava de provocar, esfregando a traição na cara de Ive, mas até para uma mal-caráter como Eduarda, o que eles estão planejando é demais. Eduarda pode ser uma vigarista sem noção e sem coração, mas não é uma assassina. Ela ouve tudo de boca fechada, até que não consegue se segurar.

— Eu acho que deveríamos parar, estamos passando dos limites, pessoas vão se machucar, e eu não quero carregar essa culpa.

— Como é? Vai pular fora agora? Lembre-se que sei onde seus pais estão escondidos. Se eu denunciá-los com o poder que a dona Adriana Bronson tem, eles nunca mais sairão da cadeia.— Taylor fala ameaçando Eduarda.

— Sabia que não podia confiar nela? É só uma putinha que gosta de fazer pirraça para a irmãzinha, mas quando é para sujar as mãos, pula fora?

— Você vai ficar caladinha, né? — Taylor passa o dedo na boca de Eduarda. Ele sabe que ela é apaixonada por ele, mesmo sabendo que é apenas seu brinquedo sexual, que ele descarta quando quer.

— Não se preocupe, nunca trairia você, amor. — Taylor se aproxima dela e dá um tapinha devagar em seu rosto.

— Boa garota.

Depois de ouvir mais algumas armações, Renan descobre que o consultório da Ive tem escutas.

— Eu juro que vou te matar, seu maldito! — Cansado de ouvir tantas coisas, ele desce para ir ao outro prédio, entra no elevador com calma para que ninguém desconfie dele.

Taylor está beijando Eduarda e passando a mão no corpo de Flávia, as duas se esfregando nele, até que algumas batidas na porta quebram o clima. Taylor se solta das duas, que reclamam, e vai abrir a porta.

— O que você quer? — Sem dar tempo para que ele veja de onde vem, Renan acerta vários socos em seu rosto, só parando quando vê Taylor sangrando pela boca e nariz, com certeza tendo seus dentes e nariz quebrados.

Jolins consegue acertar um único soco que pega no canto da boca de Renan, que, com mais raiva, desfere murros sem parar, só se controlando ao ver Taylor caído no chão, com o maxilar quebrado.

— Esse é só o meu aviso. Não se aproximem da minha mulher e do meu filho. Na próxima vez, não serei tão bonzinho.

— Renan...

— Você, maldita. Nunca voltaria com você, Flávia. Aquilo que um dia achei sentir por você não existe nem vestígio. Só sobrou nojo por saber que fiquei tanto tempo com alguém tão nojenta.

Renan sai em passos largos, entra no seu carro e dirige até seu apartamento, onde mora com Ive.
Ao chegar, ele limpa o sangue que insistia em escorrer do canto da boca, pois percebe que Ive já havia chegado e não quer preocupar a sua amada.

Ao abrir a porta, Ive corre ao seu encontro, lhe dando um abraço apertado. Tudo que os dois precisavam nesse momento era sentir o coração deles batendo no peito um do outro, como se fosse um só.

— Estava tão preocupada. Onde você foi, amor?

— Vai ficar tudo bem. — Ive não fez perguntas sobre o que aconteceu, pois Carla estava esperando por ela na porta do seu apartamento e contou tudo que falou a Renan. Ive ficou com medo da reação dele, mas não a culpou ou a julgou. Ela sabe de tudo que Carla teve que enfrentar nos últimos meses e ter tudo isso acontecendo tão perto dela, sabia que era demais. — Te amo tanto, minha princesa.

— Também te amamos muito.

Renan abaixa e ergue a camiseta de Ive, deixando sua barriga à mostra, dando um beijo carinhoso e demorado. Ele enrola seus braços em sua cintura e chora pela primeira vez como uma criança. Ela leva a mão em suas costas e abraça seu amado.

— Obrigado, amor. Obrigado por me dar o presente mais lindo.

— Eu não queria que você descobrisse assim, eu... eu. — Já de pé, na frente de Ive, Renan segura em seu delicado rosto e dá um beijo apaixonado em seus lábios.

— Nada que façam vai me tirar a alegria de ter o fruto do nosso amor ao meu lado. E eu vou te proteger do mundo se assim preciso for! Mesmo que para isso eu tenha que morrer também.

— Não fale isso nem brincando! — Ela aperta os braços em torno do seu pescoço. — Você não está zangado?

— Como posso ficar bravo com o amor da minha vida?

— Não pode mesmo. — Com a voz manhosa, ela fala sorrindo. Ive se aninha em seu peito e respira aliviada. — Obrigada por sempre me apoiar e nunca me julgar.

INFIEL Where stories live. Discover now