Capítulo 5

1.2K 67 34
                                    

Estamos no estacionamento, estou louca para ir embora.

— Ive, vamos te deixo em casa. — Renan fala percebendo minha frustração.

— Se puder me levar para a empresa, meu uniforme ficou lá.

— Amanhã você pega.

— Por favorzinho. — Falo com carinha de cachorrinho abandonado, ele abre um largo sorriso.

— Vamos, não tem como dizer não a você.

— Obrigado pelo almoço, estava tudo excelente. — Fábio fala apertando a mão do Taylor em despedida.

— Obrigado! Vi que são vocês que vão levar a senhorita, se não for incômodo, deixa que eu levo sua secretária.

— Não! Obrigada! Não costumo entrar no carro de estranhos, senhor Jolins.

Fecho a cara percebendo o quanto idiota ele é. Taylor continua fingindo que não me conhece, ele diz "secretária" com um ar de deboche, miserável. Eduarda o abraça e ele a beija, um beijo longo que parecia estar levando minha alma junto. Eles terminam de se beijar e ele continua insistindo em levar a "secretária" embora.

— Hoje ela não está como secretária, e sim como minha convidada e amiga, então não se preocupe, eu mesmo faço questão de deixá-la em casa. — Renan responde sem tirar os olhos do Taylor.

— E que amiga viu, fuifiu. — Fábio diz baixinho no meu ouvido, me fazendo rir. — Taylor serra os dentes de raiva. — Vamos? — Ele olha para o Renan, que concorda. — Nossa, até que enfim.

Renan abre a porta do carro e eu entro, vejo meu marido encarando fixamente Fábio, nem sabe ele que meus olhos só procuram os seus, meu corpo só se acende com seu toque. Renan é absurdamente lindo, ele tem um charme, sua voz rouca é gostosa de se ouvir, mas mesmo Taylor nunca me assumindo, não consigo olhar para outro. Claro que sinto vontade de experimentar novas sensações, pois se Taylor pode, por que eu não? Mas sou careta demais para sair com outra pessoa com segundas intenções.

— O que achou do almoço?

— Estava gostoso. O senhor Fábio e você são ótimas companhias.

No carro, estamos rindo e conversando, até que Fábio diz algo que não pude deixar de concordar.

— Só estava bom porque você estava lá. Aquela mulher gemendo estava me dando nos nervos. Como um homem tão importante como o Jolins consegue sair com uma mulher tão baixa? Desculpa, sei que é sua irmã, mas caramba, o cara estava masturbando a mina enquanto comia, sem respeitar o local que estava cheio de gente. Isso é surreal. — Olho para o Fábio envergonhada, me sentindo uma qualquer por fazer o que fiz no banheiro.

— Tem mulheres que gostam de ser tratadas como objetos. — Renan me encara como se estivesse lendo minha alma. Tento tirar o foco da minha tristeza agradecendo por terem me convidado.

— Obrigada pelo almoço. Fazia um tempo que não comia algo tão bom. Vocês são ótimas companhias.

— Sabe que adoramos estar com você. — Renan fala sem desviar os olhos da rua. — Ive, você conhece o Jolins?

— Quem, eu? Não, por quê? — Fico nervosa com a pergunta. Seus olhos, que por uns segundos estavam nos meus, desviaram para a rua. Respiro pesadamente, triste, pois Renan é um cara tão foda, no sentido bom da palavra, que não merece ter a pessoa em quem ele confia mentindo para ele.

Depois de alguns minutos, mudamos de assunto. O caminho foi tranquilo. Falamos de trabalho e outras coisas. Quando dei por mim, já havíamos chegado no escritório. Fábio nem desceu do carro, disse que a gravata estava o enforcando. Ele me dá um beijo no rosto e vai para sua casa. Entro com Renan no seu escritório e percebo que ele voltou sério, algo o incomoda.

INFIEL Where stories live. Discover now