Capítulo 2

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Dou uma última olhada no espelho e me apresso para ir aonde mais gosto de ir. Amo o meu trabalho. Lá as coisas são leves e as pessoas são alegres. Sair dessa casa é o momento mais gostoso do meu dia.

— Força, garota, você consegue!

Coloco um sorriso nada sincero no rosto e desço os inúmeros degraus da escada dessa casa e vou em direção à sala de jantar para tomar café. Na mesa estão Gerson, Cecília e Taylor. Todos param de comer quando me aproximo.

— Olha se não é a vadia da casa. — Cecília fala destilando seu veneno.

— Bom dia para você também. Logo cedo se rastejando? Poxa, até as cobras não são tão peçonhentas assim. — Falo a encarando.

— Dá um jeito nessa vadia, Taylor!

— Chega dessa discussão. Estou indo trabalhar, filho. Depois passo no escritório. — Gerson fala sem tirar os olhos do celular e, graças a Deus, esse maldito sai, como sempre fingindo ser um homem respeitado.

— Senta para comer, já que está contaminando o ar com sua presença de vadia imunda. — Cecília fala rindo.

— É, talvez eu seja isso mesmo, pois só assim explica por que o seu marido vive atrás de mim.

— Cala essa sua boca e senta para comer, Ive.— Taylor fala batendo na mesa.

— Bom dia, amado marido. Vejo que a sua noite foi bem longa, não é?

— Você não vale nada. Maldita hora que lhe comprei.

— Realmente, Taylor, fez um péssimo negócio. Comprou um lixo de mercadoria. Nem filhos foi capaz de ter. Só sabe gastar o seu dinheiro.

— Ah, mas já que você faz tanta questão que ele tenha um filho, por que você não faz isso com ele? Lhe garanto que você vai gostar. Assim não vai precisar sondar ele tomando banho. E sobre dinheiro, eu trabalho. Não sou como umas aí que vivem encostadas.

Respiro fundo, tentando manter meu autocontrole. Não vou deixar que eles vejam o quanto as ofensas deles me afetam. Pego uma rosquinha e coloco na boca. Me viro para sair, mas Cecília insiste em me encher.

— Já vai tarde, maldita!

— Tenham um bom dia vocês também. — Falo rindo.

Acelero meus passos. Quando estou saindo pela porta, meu pesadelo volta a me atormentar. Gerson está na minha frente, impedindo minha passagem. Tento sair de suas mãos, mas é inútil.

 Tento sair de suas mãos, mas é inútil

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— Oi, gostosa. Já disse o quanto você fica uma delícia nesse terno? — Ele segura meu cabelo com brutalidade e beija meus lábios com força. Consigo morder sua boca nojenta, tirando sangue dela. — Desgraçada. — Ele murmura entre os dentes.

— Por favor, me dê licença. Preciso ir trabalhar. — Tento sair de sua frente, mas é inútil.

Com o polegar, ele limpa o sangue dos lábios e me prensa na parede com brutalidade.

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