Atalanta sentiu seu corpo inteiro se eletrificar. Da mão esquerda até o último fio de cabelo da cabeça. Da cabeça até a ponta do pé. Não sabia o que era aquilo. Empolgação, medo, ansiedade... Aquela sensação era comum de todas aquelas últimas vezes. Seu corpo simplesmente podia se mexer sozinho.

Ingrid parecia dez mil vezes mais leve em sua mão quando saltou para o alto, desferindo um golpe em diagonal no Troll. Antes mesmo que seus pés tocassem o chão, ela sentiu que se movia novamente, desferindo novamente um golpe vertical no tronco superior do monstro.

Ela podia fazer aquilo. Atalanta era como um raio.

Não tinha noção do que acontecia ao seu redor, apenas ricocheteava de um lado para o outro. Seus pés batiam o chão, no lado de árvores, até mesmo em galhos. Em milésimos de segundos, ela aplicava o máximo de golpes que podia. Tinha apenas uma breve consciência de que Taylor golpeava as pernas do monstro, tirando o equilíbrio dele enquanto Atalanta agia.

Como nunca tinha percebido aquilo antes? Aquela velocidade era... sobrenatural. 

O Troll, antes enorme, havia sido reduzido a nada mais que pó e ossos quebrados. Incapazes se remontar mais uma vez, mesmo que ainda tentassem.

Atalanta aterrissou no chão. Seu corpo inteiro tremia, mal tinha forças. Sua breve consciência indicava que a batalha havia terminado. Sendo assim, pôde desmaiar em paz.

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Flashback. Jamie Anna Copperbelly.

Dez anos atrás.

Nova York.

Residência dos Copperbelly.

- Papai, por quê a irmãzinha é tão maluca assim? - Jamie escutou seu irmão, Charles, perguntar para seu pai, antes de mesmo fechar a porta, furioso ao descobrir que a garota espiava.

Ela não tinha culpa. Definitivamente não tinha.

Aquele monstro apareceu, no meio de sua tarde em família. O que esperavam que ela fizesse a não ser gritar? 

Jamie tremia de medo só de lembrar da aparência daquela velha enrrugada e demoníaca. Por quê mais ninguém tinha visto?

Era uma simples senhora! Seu pai havia berrado. Você a assustou com suas esquisitices de merda!

- Jamie, querida... - a garota escutou a voz de sua mãe, logo atrás.

Sentiu uma mão leve em seu ombro. Imediatamente, sentiu vontade de chorar. As lágrimas vieram sem avisos.

- Shh... - a mãe virou a garota, afim de encará-la. - Não chore, docinho...

Jamie tentava encontrar um pouco de reconforto no olha terno de sua mãe.

A casa estava sempre um caos. Mas ela... ela sempre estava com a mesma cara. Sorrindo, tranquila. 

- Ma-mãe... - Jamie se jogou nos braços da mãe, agarrando fortemente sua manga. - Você... acredita em mim?

A mãe abraçou a filha forte, mas não deu nenhuma resposta em palavras.

Por quê?

Por quê?

Por quê Jamie era assim? 

- É minha culpa, mamãe? - a garota perguntou. Suas lágrimas haviam aumentado, agora no colo da mãe. - Tudo isso é minha culpa?

A Guerreira da Eternidade (Percy Jackson)Donde viven las historias. Descúbrelo ahora