4. Dia Do Julgamento

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Os primeiros minutos correram bem, se era possível dizer.

A "selva" parecia uma floresta comum por dentro. Claro, fazia um calor infernal ali, mas de resto as coisas não diferiam muito do habitual. Muitos insetos, pouca visibilidade, chão pegajoso. Não era nada muito incômodo para Atalanta, que avançava com sua espada Ingrid em mãos.

No momento, Taylor estava atrás dela, mas isso não queria dizer que ele iria respeitar qualquer ordem da garota.

Atalanta tentava se manter atenta a todos os detalhes. Avançava com cautela, espiava por entre as gretas, tentava ter um ouvido atento. Pouco a pouco, o seu nervosismo inicial começava a passar, dando lugar ao seu instinto de batalha apurado.

- Há! - Taylor, inesperadamente, falou. Atalanta parou, assustada, quando viu o garoto tomar sua frente. - Não é tão difícil quanto o general fez soar, não é?

Ela respirou fundo. A postura daquele garoto... era inacreditável.

- Não seja tolo. - Atalanta disse, bradando sua espada. - Mantenha sua guarda.

- Ah, vamos lá, Atalanta. - ele disse, sorrindo, confiante. - Nada nos atacou ainda e estamos aqui faz tempos. Não é perigoso como o mundo lá fora, não tem como ser.

- Quantas missões você já fez para fora? - ela questionou. - Você não tem noção de nada, Taylor. Fique quieto, por favor.

- É claro, você é muito melhor e mais experiente que todos nós, não é? - Taylor disse, abrindo os braços. - Eu sempre me pergunto... Como você, mortal, pode chamar tanta atenção do general assim?

- Cale a sua bola, se não vai acabar descobrindo uma coisa ou outra sobre isso. - Atalanta tentava manter a calma.

- Digo, você não tem habilidades básicas de um semi-deus, então... como, Atalanta? Como você é tão boa assim?

Ingrid tremulou nas mãos de Atalanta. Ela sentia sua inquietude.

- Bem, comparando com você... aparentemente, eu tenho um cérebro. - ela respondeu, tentando manter sua postura. - Você sabe o que é isso? Se soubesse não estaria de costas para uma floresta que pode te matar a qualquer momento.

Taylor sorriu, mas, repentinamente, algo mudou. Ele parou de andar. Atalanta, atenta, rapidamente acompanhou seu movimento, assumindo uma pose de combate. Algo estava prendendo o pé do semi-deus.

- Mas que...?

E então, eles foram emboscados.

Atalanta analisou rapidamente a situação, enquanto o esqueleto puxava o pé de Taylor, levando ao chão.

Dois... quatro... seis... nove... dezesseis. Eram incontáveis, surgindo do chão de absolutamente todos os locais de seu campo de visão. Esqueletos medonhos das mais variadas formas e tamanhos. Alguns empunhavam espadas enferrujadas, como soldados, outros eram enormes, como ogros, ou trolls. A questão era: estavam vindo para cima, enquanto Taylor tentava se livrar do Esqueleto-Soldado que lhe agarrava pelo chão.

Merda, eu sabia que isso acontecer. Atalanta constatou, nervosa. Aquela situação era culpa de Céos, mas não era hora de reclamar. Precisava agir.

- Conto com você, Ingrid. - a garota disse, agitando sua espada e liberando seu escudo de bronze. Ela partiu pra cima.

Era um fardo, mas ela precisava ajudar Taylor a se recompor. Não ajudando-o a se levantar e sim impedindo que aquela horda chegasse até ele, no chão. A melhor alternativa no momento era protegê-lo de todas formas que pudesse.

A Guerreira da Eternidade (Percy Jackson)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora