1. Capitã

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Atalanta inclinou-se para frente, imediatamente. Seu coração estava a mil por hora. Levou alguns segundos para controlar sua respiração ofegante, sentada no meio de sua cama.

Por que ainda está sonhando com ele? Se perguntou. Ela bem que queria saber.

Ethan não vinha a sua mente em um bom tempo. Quer dizer, ela se sentia um pouco mal em pensar dessa forma, mas faziam o quê... anos? O jovem guerreiro, seu salvador, tinha partido. E Atalanta já tinha superado, após uma boa dose de sofrimento e luta, mesmo tendo o visto apenas uma vez em sua vida. Então, por raios... por que estava voltando à sonhar com aquele rosto recentemente?

Ela tentou recobrar o sonho na sua, mas começava a se esvair. Apenas se lembrava de estar muito feliz com Ethan e então...

- Cronos. - ela murmurou. - Argh...

Atalanta se levantou, precisava lavar o rosto. De canto, sua espada zuniu, num som que praticamente demonstrava... empolgação?

- Agora não, Ingrid. - Atalanta disse à espada, enquanto jogava água para acordar. Lá do lado de fora, ela continua escutar o bater de espadas e escudos. - Acabei de acordar.

A espada Ingrid respondeu com outro barulho, dessa vez com chateação.

Sim, era um espada praticamente "viva". Um presente de quatorze anos do General Céos para uma de suas mais aplicadas guerreiras. Atalanta conseguia se dar muito bem com Ingrid, mesmo com o titã dizendo que era "uma espada temperamental, vinda de outras terras". Ingrid era uma fofa.

Atalanta encarou o próprio rosto em seu espelho. Tinha aparência cansada. Aquele final de sonho tinha tirado toda sua energia, aparentemente.

Voltou-se a sentar na cama. Abriu seu armário à esquerda de sua cama e puxou um pequeno caderno, com uma caneta dourada do lado.

Ingrid fez barulho como se dissesse: Vai mesmo escrever nisso novamente?

- Ah, vou sim, Ingrid. - Atalanta retrucou, balançando a cabeça. - Ajuda a desestressar, sabia? É um pouco terapêutico.

A espada rangeu, como se não concordasse.

- Ok, pode achar que sou louca. - a jovem deu de ombros, enquanto botava seus pensamentos pra fora nas páginas de seu modesto diário.

Ela terminou desenhando um pequeno retrato de Ethan, utilizando seu tapa-olho; sorrindo, como ela se lembrava. De repente, aquela visão lhe acertou como um murro no estômago. Sentiu tudo que havia sentido nos últimos anos de uma vez.

Por que ainda estava tão ligada àquele semi-deus que tinha visto apenas uma vez?

Qual seu nome, garotinha?

Atalanta tinha começado a se tornar quem era por conta de Ethan. Ele tinha salvado sua vida, havia encontrado um propósito para ela. Jamais poderia esquecê-lo.

Ela fechou sem diário e se levantou, determinada.

Ingrid pareceu satisfeita com a motivação de Atalanta.

Vestiu-se com suas roupas de treinamento, colocou seu cinto de batalha, para o qual Ingrid imediatamente saltou, colocando-se confortavelmente no coldre do lado direito (Atalanta era canhota, o que facilitava o saque). No antebraço esquerdo, tratou de colocar seu bracelete de bronze celestial (que felizmente, se transforma num escudo reluzente e incrível quando era necessário).

- Vamos nessa então. - a guerreira disse, abrindo a porta de seu chalé.

Nova Crimeia eram um conjunto de quatro ilhas ligadas umas as outras. Uma central e outras três menores.

A Guerreira da Eternidade (Percy Jackson)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora