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A quase dez minutos no camarim me vejo sentada mexendo no celular sozinha, não tinha o porque de ficar segurando o Matheus aqui sendo que os amigos dele não paravam de mandar mensagem.

Levanto impaciente indo pegar uma água, a cada instante sinto como se meu coração estivesse prestes a sair da boca. Até que vozes surge e o primeiro a colocar a cabeça dentro do espaço é o Caio, que ao me ver abre maior sorriso.

— Manuzinha. — Vem até mim me abraçando forte. — Maior cota que não te vejo, a Steff só fala em você.

— Só tem fofoqueiro nessa gravadora? — Retruco ouvindo ele rir.

— O pior é seu namorado. — Faço careta enquanto ele se afasta. Vejo o TZ, Dallas e o Anezzi invadir o local já vindo atacar a mesa de comida enquanto me cumprimentam.

Por último entra o Filipe junto com o Maneiro.

— Qualé irmão, o problema é a patroa? — Abaixo a cabeça fingindo não estar atenta ao assunto. — É só levar ela junto, porra. Todo mundo já sabe que a Manu é da resenha, vai dar câo, não.

Me sento em um dos puff de canto quando o resto da equipe entra no camarim, permaneço quieta até a Steff vim se sentar do meu lado.

— O Filipe já sabe? — Questiona.

— Já sei de quê? — Escuto a voz dele parado a nossa frente com a feição séria.

Olá gente, senhor ranzinza tá on.

— Esse povinho de insta de fofoca foram encher o saco da Manu. — Sei que os olhos dele estão em mim, o que me leva a evitar olhar em sua direção.

— Perguntando o quê? — Inspiro fundo soltando pela boca sentindo minhas costas doer.

— O que sou sua. — Levanto o olhar o encontrando me observando de cima. Com aquele olhar de poder sobre mim, frio e calculista, sem precisar abrir a boca percebo o incomodo recair sobre seu corpo pelo maxilar travado e os olhos apertados.

Indecífravel, era como muitos o enxergavam.

Sei que mesmo que os seus olhos estejam em mim sua mente não está aqui. Os movimentos me chamam atenção quando ele leva o baseado até a boca tragando sobre a brasa na seda que ilumina seus olhos revelando o tom amarelado, antes de soltar a fumaça ele se abaixa na minha frente me pegando de surpresa.

Percebo que a Steff se vira conversando com os outros, enquanto estamos nós dois aqui, dentro da nossa bolha.

— O que respondeu? — Solta a fumaça de lado intercalando o olhar do meu rosto até meus seios, o que me leva a se mexer chamando sua atenção de volta aos meus olhos.

— Nada. — Engulo seco. — A Steff chegou na hora me tirando de lá.

Ele confirma com a cabeça umedecendo os lábios com a língua.

— Vai rolar uma festinha na casa do Maneirinho, em comemoração com os crias. Vai querer encostar? — Puxo o lábio inferior com os dentes.

Fico em silêncio sem saber o que responder quando alguém falou que tinha alguns fãs pra tirar foto fazendo o mesmo virar a cabeça.

— Você vai? — Jogo pra ele que volta a me encarar.

— Só dar uma passada. — Confirmo com a cabeça.

— Tudo bem. — Me limito a dizer encerrando o assunto quando algumas pessoas começaram a entrar no camarim fazendo com que ele e os meninos fossem dar atenção.

Aproveito o tempo quieta pra mandar mensagem pro Matheus avisando, mas conhecendo bem meu irmão sei que só vai se dar conta da mensagem amanhã.

Conseguimos chegar no estacionamento privado do local onde o Filipe tinha deixado o carro, até agora tô me perguntando o que se passava na cabeça dele quando decidiu vim fazer show com o carro dele, jurando que ninguém vai reconhecer.

Assim que pegamos a estrada o único som presente dentro do carro era a voz do Kannye, afundo no banco olhando a rua pelo vidro até que entramos em um condomínio fechado e de longe já era possível ouvir o som alto e vários carros na porta, nem preciso saber que vai ter mulher nesse rolo.

Antes de descer ele estaciona um pouco mais a frente e desliga o carro, tiro o cinto pronta pra sair quando sinto sua mão segurar meu braço.

— Ou a gente resolve o que tiver que resolver aqui, ou a gente nem desce e vai pra casa. — Volto a me sentar direito mordendo o lábio inferior. — Vim maluco pra te ver, já te falei que não quero estresse com esses papos de sempre.

Passo a língua tentando não falar tudo que tá engasgado mas quando me dou conta já estou colocando tudo pra fora.

— Sempre o mesmo papo porque a situação não muda. Eu tenho tentado passar por cima de muita coisa, mas não dá pra fingir que as coisas não acontecem, não dá pra agir pela razão com algo que me incomoda, e você sabe que incomoda, sabe que ela faz de proposito.

Com a cabeça encostada no banco ele continua olhando pra frente.

— Enquanto as pessoas não souberem quem é a pessoa que eu tô me envolvendo, ela vai continuar aproveitando da situação. Mas quem tá na minha vida, meu circulo de amizade, meus pais, porra. É você, Manuella. As pessoas que mais importam na minha vida, sabem que é você. Foi escolha sua se privar da mídia.

— Se essa merda toda já acontece sem saberem do nosso envolvimento, imagine quando vazar, Filipe. — Começo a balançar a perna impaciente, até sentir sua mão repousar na minha cocha apertando de leve.

— Esquece essa porra, preta. — Se aproxima beijando meu pescoço. Fecho os olhos sentindo o arrepio que sobe pelo meu corpo. — Sou teu homem, Manuella. O resto é resto!

Suspiro virando o rosto ficando cara a cara com ele que segura meu queixo passando a boca lentamente sobre a minha, de uma forma tão lenta me causando um calor diferente.

— Amor ... — Sussurro fechando os olhos.

Chupando meu lábio inferior com vontade ele leva a mão até minha nuca com uma certa pressão me prendendo perto.

— Tô louco pra te colocar pra mamar gostoso. — Responde avançando em meus lábios de uma vez.

   

ContramãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora