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"Quando somos pequenos nós aprendemos a diferença entre o vilão e o herói; o bem e o mal; um Salvador e uma causa perdida. Mas, e se a única diferença for de quem está contando a história?"

 Mas, e se a única diferença for de quem está contando a história?"

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Apocalipse. Era a palavra que rondava em minha cabeça naquele momento. Oque seria um apocalipse? Pessoas em massa morrendo, humanos se escondendo com medo, monstros a solta a que ventiam pele humana, o mundo acabando? Já viviamos em um apocalipse antes que os mortos voltassem a vida.

A vida não era perfeita, nunca seria. Mas era boa, tentavamos ver o pouco de esperança que restava no mundo. Mas não se pode confiar em ninguém. Todo mundo pode trair todo mundo. Não confie.

Meu lema sempre foi familia acima de tudo. Eu não era a melhor pessoa naquele mundo, mas não fazia coisas terriveis como sou forçada a fazer agora.

Só espero que eu não me torne oque eu mais temo, porque no final serei a vilã ou a heroina? Farei oque for para proteger oque resta da minha familia. Custe oque custar.

Esta escuro, mas ainda sim escalo o morro enquanto ouço resmungos atrás de mim. Porra!

Fecho os olhos por um momento lembrando daquela noite, luzes brilham no céu, e o barulho de helicópteros ficam mais próximos cada vez mais.

Acerto uma flecha na cabeça do morto assim que estou longe o suficiente e corro novamente para cima.

Chego no começo do morro e me sento de costas para as árvores. Proximo. Estou proxima de uma clareira que vinha acampar com meus irmãos quando crianca.

Eu não deveria parar. Não deveria me sentar. Os mortos não cansam. Eles vão continuar.

Mas estou exausta.

Solto a respiração sentindo meus dedos arderem pelas unhas rachadas com terra. Passo o dedo em um filete de sangue que escorre pelo meu rosto, sinto uma frepa de madeira com um grunhido tiro.

Uma mão toca meu ombro me puxando para trás. Puxo minha faca ao mesmo tempo que chuto a perna da coisa forte e subo em cima.

Um grunhido sai da minha garganta quando um grito queima meus ouvidos. Ela tenta segurar meu pulso.

Olhos grandes azuis me olham amendrontados, mas nao havia os leitosos dos mortos. Eu conhecia aqueles olhos azuis.

- Lori?

- Meu Deus, Winter! Estava tentando te chamar mas pareceu não me ouvir!

Não consigo falar nada e nem me mexer do meu lugar, mas sinto meus olhos enxerem de lágrimas.

- Puta merda.

Saio de cima dela puxando meu corpo rapidamente até chegar a árvore.

- Agora estou tendo alucinações, ótimo.

Meu corpo se arrepia quando o fantasma de Lorie se senta e olha para mim.

- Estou sem palavras.

- Nem voz você deveria ter, gasparzinho! Droga, devo estar com ensolaçao.

- Não, Winter. Eu estou aqui.- ela sorri e se ajoelha na minha frente.- Não sei como nos achou, mas nós achou, estou aqui!- ela se apoia nos meus joelhos.

Estendo a mão e toco no seu rosto. A pele macia, os mesmo olhos azuis, mas pareciam ter perdido certo brilho. Os cabelos castanhos opacos, as roupas sujas de terras assim como as minhas por ter rolado dias na terra desde que o mundo virou um inferno.

Tomo uma respiração tão profunda que meu peito dói, me jogo em cima dela de novo mas dessa vez a abraço apertado.

- Aí meu Deus! Obrigada J.C!- dou beijinhos no rosto dela que sorri mas logo me empurra.

- Esta fedendo!- ela faz careta ainda sorrindo.

- Desculpa lindinha, mas meu one milion se quebrou enquanto eu corria de mortos.

Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo e arrumo meu cinto tatico na cintura, passo a mão pela minha arma agora já sem balas.

O cinto ajuda a segurar as calças alguns números maior que achei em uma cabana no meio das montanhas, era preferível a ficar cheia de sangue. Mas sem camisa, está calor de mais para ficar com algo me cobrindo.

Olho para baixo arrumando meu top e no outro segundo achando outros arranhões de galhos espalhados pelo meu colo e barriga.

Suspiro quando algum deles ardem. Um arranhão profundo em cima da minha maior tatuagem entre algumas dezenas delas.

Um dragao que atravessava minha coxa, bunda e sua cabeça acabando na cintura. A cicatriz vai ficar marcada na tatuagem. Pelo menos o dragao teria uma cicatriz foda na bochecha.

Relaxo o corpo olhando na cima.

- Então, formamos um grupo e...- por mais que eu queira ouvir tudo, dou alguns passos para frente e coloco uma mão no ombro de Lorie e com a outra pressiono os dedos em meus lábio fazendo sinal de silêncio. Sou alguns centímetros mais baixa que Lorie, não o suficiente para olhar para cima, mas encaro seus olhos.

Passos arrastados são ouvidos. Alguns deles. Estou conseguindo distinguir passos de humanos e de mortos, mas não o suficiente para saber quantos são.

- Mortos.- sussuro e ela concorda e ainda sussurrando diz.

- Estamos a alguns minutos longe do acampamento, mas eles nunca deveriam ter chegado tão perto.

Assinto, ela tem razão não vi nenhum desde que comecei a subir a montanha.

- Acho que esses devem ter me seguido.- ela assente. "Me segue", seus lábios dizem mas não vosifera.

Pego meu arco do chão prendendo entre as costas e mochila e guardo minha faca na cintura puxando o facão.

Há uma cesta jogada no chão com alguns cogumelos espalhados, Lori deveria estar os colhendo quando me achou.

A sigo com passos leves e os dela um pouco mais pesados.

(...)

15 minutos andando. Já despistamos os mortos a algum tempo atrás. 13 deles.

Tentei convencer Lori a me ajudar a destrair alguns enquanto eu acabava com um por um. Mas ela não quis, mesmo eu dizendo que se estávamos perto do acampamento era arriscado demais. Ela só respondeu que falaria para alguém cuidar disso mais tarde.

- Como chegou até aqui?

- Lembrei que acampava com meus irmãos quando éramos mais novos naquela clareira.- aponto para a direção que sei onde ela está mesmo não a vendo ainda.

Ela espera que eu acabe de contar como cheguei até aqui, mas apenas digo isso, estou tão cansada que eu duvido que não teria deitado naquele mesmo lugar que ela me encontrou e dormido. E agora provavelmente eu estaria morta.

Andamos mais alguns passos e só consigo ouvir outros passos porque está um absoluto silêncio. Mas estavam leves demais. Humano.

Empurro Lorie para atrás de uma árvore lhe dando o facão e puxo o arco e flecha.

O levanto é miro a flecha entre duas árvores mais altas, ao mesmo tempo que uma figura alta sai de trás dela apontando algo em nossa direção.

Atiro a flecha.

MERCY| Daryl Dixon- PTWhere stories live. Discover now