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— troca de narrador — ❛ point of view: first person ❜
𝐒𝐄 𝐄𝐔 𝐅𝐎𝐒𝐒𝐄 ser sincera, confessaria que não sabia o que havia dado em mim para ameaçar o infame Klaus Mikaelson e ainda zombar de seu sobrenome.
Por um instante, eu vi minha morte, mas então ele apenas riu, me disse para tratar o irmão dele bem e me chamou de irmã.
Agora, eu estava no meu quarto olhando para o teto e tentando entender como minha vida foi de Silena Salvatore, a última bruxa da linhagem Blackthorn para Silena Salvatore, última bruxa da linhagem Blackthorn, a primeira híbrida de bruxa-vampiro e companheira de Raul Mikaelson.
Claro, Silas havia evitado que isso acontecesse por anos, por um motivo que eu desconheço, mas eu não sabia se o agradecia ou o xingava. Eu tenho certeza que a Silena mais nova teria aceitado isso, seus preconceitos me teriam impedido de ser feliz.
Uma batida na porta fez com que meus sentidos entrassem em alerta, mesmo sabendo que quem estava do lado de fora da porta era meu irmão Damon.
— Silena, tem alguém aqui querendo falar com a gente. — estranhei o tom de Damon. Ele parecia desdenhoso, como se não acreditasse no que essa pessoa queria falar antes mesmo dela falar.
— Indo. — foi a única coisa que respondi e me ergui da cama, ouvindo os passos de Damon se afastando.
Troquei rapidamente de roupa, optando por um jeans preto, uma bota preta, blusa branca e jaqueta vermelha. Me penteei rapidamente e então meu olhar foi parar até a primeira gaveta da penteadeira, onde o saquinho com os rubis de sangue estava.
Eu teria que dar um jeito neles logo.
Sai do meu quarto correndo e, quando cheguei até a sala de estar, parei ao ver Rose lá. O que infernos ela tava fazendo aqui?
— Estou aqui para ajudar. — ela disse. Será que eu tinha falado aquilo em voz alta — Não tem ideia do que fizeram ao lutarem contra os originais.
— Que bom que eles não serão mais um problema. — Damon fala, parecendo feliz — Nós os matamos, fim de história.
Tive que me conter para não abrir a boca e soltar um irônico "não tenho tanta certeza disso". Eu não quero ter que ouvir um sermão de todos sobre como Raul e os outros Mikaelson são do mal.
— Damon. — Stefan apenas disse, seu tom repreendendo nosso irmão. As vezes, Stefan parecia ser o mais velho, ainda mais com o jeito que Damon agia as vezes, como se fosse um adolescente rebelde.
— Escute, eu não estaria aqui se não fosse um caso real de vida ou morte. — Rose disse, me fazendo suspeitar, e então ela olhou para mim — Não é só a duplicata que corre perigo, sua irmã é um alvo dos originais a séculos, desde antes dela nascer.
— Já lidamos com dois deles, sendo um Raul Mikaelson. — Damon zombou e tive que reprimir um rosnado — Damos conta de mais um. A Silena acaba com eles facinho, facinho.
— Dúvido disso... Eu só sei o que ouvi ao longo dos anos, nada muito concreto. É o problema de ser vampiro. — Rose disse, andando pra lá e pra cá — Mas o Klaus eu sei que é real e um problema.
— Quem é ele? — Elena perguntou e tive que revirar os olhos. Meus irmãos não contaram nada pra ela?
— Um dos originais. — eu disse, respondendo sua pergunta.
— É uma lenda. — Damon completou.
— Da primeira geração de vampiros. — Stefan simplificou.
— Como o Elijah e o Raul? — Elena pergunta novamente e pressiono minha boca em uma linha para me impedir de falar o que eu quero.
— Não, o Elijah é o coelhinho da páscoa comparado com o Klaus e o Raul, bem, o Raul não é tão ruim quanto o Klaus, mas pode ser se quiser. — Rose disse, seus olhos se desviando para mim sempre que falava sobre meu companheiro — Elijah é um soldadinho, Klaus e Raul que são os grandes.
—Dizem que o Klaus é o mais antigo. — Stefan disse e me abstive de dizer que não era não, que o primeiro vampiro havia sido Rebekah, a irmã deles.
Ouvi Silas bufar dentro da minha mente. Ele resolveu ser um simples expectador hoje, aparentemente.
— Então, você tá dizendo que o vampiro mais velho na história do mundo tá vindo atrás de mim? — Elena perguntou, quase que incrédula.
— Sim! — Rose exclamou, feliz por ela ter entendido, enquanto Stefan dizia um "Não" exasperado.
— O que eles estão dizendo é que, se o que ela diz é verdade... — Damon começou, andando ao redor e parando ao lado de Rose.
— E é. — Rose o interrompeu, fazendo com que Damon olhasse para ela.
— Não tá dizendo só pra a gente não matar você? — Damon perguntou, quase que afirmando.
— Eu não tô. — Rose respondeu, revirando os olhos.
— Então é um grande... — Damon hesitou, não sei se procurando pela palavra certa ou querendo poupar a duplicata — Talvez.
— Olha, o Elijah e o Raul estão mortos, tá? — Stefan disse, saindo de sua poltrona e se sentando ao lado de Elena — Ninguém mais sabe que você existe.
Me perguntei se ele tava afirmando aquilo pra ela ou tentando convencer a si mesmo.
— Não que você saiba. — eu disse sarcasticamente, recebendo um olhar de meus irmãos.
— Não tá ajudando, Silena. — Damon resmungou.
— Olha, eu nunca conheci ninguém que tivesse visto ele de perto. — Stefan disse, e quase ri com aquela frase. Afinal, eu havia visto Klaus a pouco tempo — Estamos falando de séculos de verdade misturados com ficção. Não sabemos o que é pra valer, pelo que a gente sabe pode ser tudo historinha de...
— Isso não é uma historinha, irmãozinho. — eu interrompi, atraindo seu olhar para mim — Os originais são muito reais, principalmente Klaus.
— Concordo com a Silena, Klaus é muito real. — Rose disse, olhando para mim com gratidão por apoiar sua história — E ele não desiste. Se ele quer alguma coisa, ele consegue. Se não tem medo do Klaus, é um idiota.
— Tá bem, estamos tremendo. — Damon ironizou, me fazendo revirar os olhos — Vocês conseguiram.
Elena escolheu aquele momento para se levantar com sua mochila, fazendo nós quatro ficarmos confusos.
— Onde é que você vai? — Stefan foi quem fez a pergunta de milhões.
— Pro colégio. — Elena respondeu, como se fosse a coisa mais simples do mundo e não tivesse um original perigoso atrás dela — Tô atrasada.
— Vou pegar minhas coisas, vou com você. — Stefan disse, se levantando de seu lugar.
— Tudo bem, eu sei onde fica. — bufei para a frase da duplicata, atraindo seu olhar para mim. Ela tinha um desejo suicida, só pode. Mas admirei ela recusar meu irmão.
— Ela tá em negação. — Damon sussurrou para Rose, me fazendo rir levemente antes de eu subir para meu quarto.
