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𝐑𝐀𝐔𝐋 𝐒𝐎𝐔𝐁𝐄 𝐐𝐔𝐄 havia ganhado seu dia quando viu que Silena estava saindo sozinha da pensão de sua família.
Ele havia planejado diversas maneiras de abordar a sua companheira, explicar tudo a ela, mas parecia que o destino tinha outros planos.
A prova disso foi quando ele viu Silena se alimentar daqueles humanos e do bruxo que estavam acampando nos limites da floresta da cidade.
Aquela brutalidade em se alimentar, a sede de mais... Silena era um estripador, um bem pior do que seu irmão Stefan.
Raul não sabia como se sentir.
E então, quando ele foi para se aproximar, Aleksander Petrova chegou para estragar tudo.
Ele ouviu a conversa, assistiu como Silena era próxima do mesmo e sentiu seus punhos se fecharem.
E quando ele se aproximou, Silena o protegeu, o colocou atrás de si como se a vida de um Petrova fosse mais importante que a dele.
Então, ele disse que possuía o direito de tocar Silena por tê-la criado, aquilo fez com que o temperamento de Raul explodisse e, antes que ele percebesse, seu lobo assumiu.
— Fique longe da minha companheira. — ele se arrependeu das palavras no mesmo instante em que elas saíram.
Não era pra ter sido assim, ela deveria ter ouvido de outra maneira. Mas quando Raul dirigiu seu olhar para Silena, tudo o que viu foi realização, como se um quebra-cabeça fosse solucionado.
E então, ela olhou para o espaço vazio ao seu lado e novamente para Raul e então para Alek, fazendo com que o Mikaelson rosnasse novamente.
O olhar de Silena imediatamente voltou para ele, e, como se soubesse exatamente o que fazer, ela se afastou um pouco de Aleksander e ergueu as mãos em gesto de rendição, seus olhos nunca deixando os de Raul.
E então, ela rosnou levemente e seu olhar foi para o seu lado direito, onde não havia ninguém, antes de seu olhar retornar para o de Raul novamente.
— Alek, se afaste lentamente de mim, não faça nenhum movimento brusco, nada que posso incitar ainda mais o lobo dele. — Aleksander parecia preocupado demais, porque ele se importava tanto com sua companheira? — Agora, Alek!
Aleksander prontamente a ouviu, se afastando lentamente de Silena e olhando para Raul cuidadosamente, como se esperasse um ataque a qualquer momento.
— Seja lá o que estiver fazendo, Silena, espero que não nos mate. — Aleksander disse, seu tom meio irônico.
E então, sua bruxa moveu os dedos e uma energia vermelha saiu por entre eles.
Quando Raul piscou novamente, era ele quem estava no controle, não seu lobo.
Os olhos de Silena permaneciam vermelhos e quando Raul olhou para eles, pode notar um leve indício de dourado neles. A boca dela parecia curvada em um rosnado, fazendo com que Raul e Aleksander conseguissem ver as presas duplas para fora.
Ela parecia... Descontrolada. A postura dela estava rígida, as presas duplas – algo que Raul só havia visto nele e em Niklaus – era algo que Raul teria que questionar Silena mais tarde assim como o fator bruxa/vampiro afinal, não era possível ser bruxa e vampiro, Kol era um claro exemplo disso.
Aleksander pareceu empalidecer e saltou para longe, o olhar de Silena foi para o mesmo imediatamente.
— Merda, Silena! — Aleksander exclamou e, no mesmo segundo, Silena saltou para cima dele, sendo interceptada por Raul — A culpa disso é sua, sabia? Se ficasse com seu lobo sob controle, ela não teria que...
Um rosnado primitivo vindo da Salvatore fez com que Raul tivesse que prender ambos os braços dela em frente a sua barriga e pressiona-la contra uma árvore.
— O que está acontecendo? — Raul questionou, surpreso por precisar de quase toda a sua força para imobilizar Silena.
— Ela pegou o seu descontrole pra ela, foi isso que aconteceu! — Aleksander exclamou, olhando com raiva para mim, fazendo Silena se debater — Seja lá o que for fazer, acho melhor se apressar e fazer com que ela volte ao normal ou teremos muito sangue sendo derramado.
Agora que Raul sabia o problema, havia ficado mais fácil encontrar alguma solução.
Se Silena agora estava agindo como um lobo descontrolado, talvez Raul pudesse usar algumas das técnicas que os lobisomens utilizavam para se controlar. Poderia ser um tiro no escuro, obviamente, considerando que Silena não era realmente um lobo e só estava se controlando como um, mas ele tinha que tentar.
— Preciso que saia daqui, Aleksander. — Raul pediu, olhando para o mesmo brevemente antes de voltar seu olhar para Silena — Os instintos lupinos que Silena pegou de mim estão dizendo para ela que você é uma ameaça pra mim, o que faz com que ela enlouqueça ainda mais. Eu vou fazer tudo que eu puder para colocar a Silena no controle novamente, mas preciso que me dê apenas um voto de confiança e saiba que eu jamais iria machucar ela.
Aleksander hesitou por um longo tempo antes de finalmente assentir e sair em disparada do local, deixando o Mikaelson a sós com Silena.
— Silena. Silena, hey! — os olhos de Silena se voltaram para os de Raul, olhando dentro deles — Está tudo bem, a ameaça já se foi. Você me protegeu.
Uma pequena parte da centelha dourada desapareceu, mas ainda havia descontrole alí, então Raul se guiou mais para frente, expondo seu pescoço para ela.
No segundo seguinte, a cabeça de Silena estava enterrada lá, cheirando profundamente o cheiro de seu companheiro.
Raul sentiu quando o coração da Salvatore começou a se acalmar e as garras fizeram um barulho quando se retraíram.
O Mikaelson se permitiu suspirar aliviado, apertando Silena ainda mais contra si.
— Como fez isso? — Silena perguntou, ainda contra ele — Como conseguiu me acalmar?
— É um negócio de lobisomem. — Raul respondeu, sentindo Silena respirar fundo novamente — Como você pegou o meu descontrole, imaginei que iria funcionar.
— Eu... Machuquei você ou o Alek de alguma forma? — Silena parecia hesitante em perguntar e engoliu em seco, temerosa da resposta.
— Você quase machucou Aleksander. Eu te parei antes. — Raul respondeu, sentindo a Salvatore relaxar mais ainda contra ele — Imaginei que ficaria triste por machucar seu criador.
— Eu ficaria. — Silena admitiu em um sussurro — Mas temos assuntos mais importantes para tratar, não temos?
— Temos. — Raul concordou, apertando Silena contra si mais uma vez.
