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Dionísio

Não acredito em destino nenhum, para mim as coisas são preditadas somente as nossas escolhas fazem com que esse caminho mude, e eu escolhi largar minha obsessão e seguir meu caminho.

Talvez seja ironia do destino me forçando a acreditar que ele talvez exista colocando ela de novo em meus caminhos. 12 anos, se passaram 12 malditos anos lutando contra um desejo e obsessão insana, ela era simplesmente uma bambina, pequena e jovem demais para mim.

Foram anos de terapia, colégios militares até que sua memória se apaziguasse mas isso nunca aconteceu, somente aprendi a controlar meus instintos, me foquei no trabalho e em mais nada. Mulher nenhuma me agradava, somente fodas casuais.

Voltar para Itália pro casamento do meu  fratello foi a melhor coisa que fiz em torno de toda esses anos fora de casa.

Eu sabia que encontraria ela no casamento, sabia também que ela estava noiva, essa última parte me custou uma mesa de vidro. A raiva que senti ao saber que ela estava noiva e não de mim foi cega.

Eu somente queria levar ela para um lugar em que ela se sentisse segura, não era suposto transar com ela naquele dia, mas ela implorou tanto e praticamente se jogou para mim, não consegui me segurar e acabou acontecendo.

Quase quebrei o quarto de hotel aos pedaços quando acordei e ela não estava mais lá, porém saber que ela se entregou para mim inflou meu ego. Como ela mesmo disse eu poderia ter dito a ela que o preservativo estorou mas eu nunca faria isso, ela já era minha desde a 12 anos atrás.

Questão de tempo, dias, até ela se ver rendida a mim, usar seu momento de fragilidade para fazê-la se apegar a mim é muito baixo mas não para mim. Eu faria tudo para chamá-la de minha.

Abro a porta de seu quarto observando toda desorganização, mal completou um dia e já transformou o quarto em um campo de batalha. Um quarto desorganizado reflete uma mente bagunçada. Ela sai do banheiro cantarolando algo incompressível, esse idioma nem se quer existe. Ela grita surpresa pulando e ficando com só braços pro ar e uma de suas pernas elevada, a toalha se desprende de seu corpo e ela torna a gritar cobrindo sua nudez com os braços.

— Cara sei que a casa é sua mas dá para bater na porta antes?. — Ela reclama se inclinando para recuperar sua toalha e voltar a enrolar em seu corpo.

— Você está atrasada!. — Olho pro relógio em meu pulso vendo que faltam 40 minutos para as 9h.

— Da para você sair para que eu possa me vestir?. — Ela aponta para porta.

— Vá se vestir Selene, odeio atrasos.

Ela bufa irritada e vai até o closet murmurando ou se possível conjurando.

— Pronto!. — Ela cruza os braços emseu peito revirando os olhos, encaro seu cabelo desarrumado e sua roupa folga, uma blusa roxa e uma calça jeans azul que se acerta em seus quadris e se tornando larga.

— Venha cá. — Pego em sua mão a guiando até a penteadeira e a coloco sentada.

— Vai brincar aos cabeleireiros agora?.

— Muito engraçada amore mio.

Pego no borrifador, borrifando água em seu cabelo e pego na escova escovando seu cabelo.

— Não vai me dizer que aprendeu a virar cabeleireiro só para cuidar do meu cabelo?.

— Qual séria o problema nisso?.

Termino de arrumar eu cabelo fazendo um coque e encaracolando os cachos soltos.

— Até que você não é tão mau assim, eu gostei. — Ela sorri piscando pro seu próprio reflexo.

Um bebê para o italianoOnde histórias criam vida. Descubra agora