Capítulo 17: Primeiros Sinais

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      Chegando ao Reino Gérnofia, Clarice não encontrou dificuldades para entrar, como era uma humana os guardas só fizeram algumas perguntas e permitiram que ela entrasse. Após ter adentrado aquele lugar, a jovem procurou uma taberna para descansar, comer e buscar informações do seu filho Merlin. Pela aparência que estava, ferimentos no corpo, sangue nas vestes, isso fez com que as pessoas a observavam com certa curiosidade, outras com temor, não era um visão muito comum, então despertou certas desconfianças. Por não conhecer aquele reino, ela estava com dificuldade de encontrar um lugar para poder descansar, para dormir, decidiu então perguntar a alguém, mesmo com toda a desconfiança daquelas pessoas em relação a ela

—Bom dia, estou a procura de alguma taberna, algum lugar para passar a noite e comer, poderia me dizer onde posso encontrar um lugar assim?—Perguntou Clarice a um velho homem que caminhava próxima a ela.
—Você não é daqui, é? de onde vem?—O velho ignorou a pergunta parecendo que nem a escutou—Nunca te vi antes...
—Realmente não sou, vim de um lugar não muito distante, e preciso de um lugar para passar uma ou duas noites, pode me dizer onde posso encontrar?
—O que veio fazer por estas bandas minha jovem?—Ele ignorou novamente a pergunta dela.
—Nada, apenas descansar, e logo partirei—A jovem respondeu já impaciente—Então...pode dizer onde encontro esse lugar?
—Siga em frente e na segunda a direita você vira e logo vai avistar uma pequena taberna.
—Muito obrigada, poderia ter me dito logo—Falou Clarice se afastando do velho.

    Chegando no estabelecimento, pediu um quarto para passar três dias, durante esse tempo tentaria procurar qualquer informação sobre seu filho, por mais difícil que fosse, ela não iria desistir de procurar por ele. Clarice achou uma mesa para se sentar enquanto arrumavam um dos aposentos para ela. Permaneceu ali sentada, distraída de tudo ao seu redor, estava completamente imersa nos seus pensamentos, até que foi interrompida por um homem de semblante sério, possuía olhos negros e muito penetrantes, o cabelo preto que ia até o obro, suas roupas eram de couro bem gasto, parecia que as tinha a muito tempo, e usava uma grande capa preta.

—Posso me sentar aqui?—Perguntou o homem—Se não for incomodo.
—Depende—Respondeu Clarice um tanto indiferente.
—Depende? De quê?—Ele retorquiu.
—Vai depender do que você quer comigo—Falou a jovem rispidamente pensando que ele só queria galantear ela—Não tenho tempo para coisas fúteis.
—Não tomarei muito do seu tempo, só me escute por alguns minutos—Ele insistiu na tentativa de ter uma conversa—Acho que você não é daqui, e aparenta estar muito preocupada, então pensei se estar precisando de algum tipo de ajuda, coisa do tipo.
—É apenas isso que você quer? Ou quer apenas tentar me galantear? Se for a segunda opção estará perdendo seu tempo—Respondeu Clarice seriamente.
—Apenas a primeira opção, e nada mais—O homem respondeu já pensando em ir embora.
—Tudo bem, sim, eu estou precisando de algo, talvez você possa me ajudar, se essa for realmente sua intenção—Disse a jovem pedindo para que ele se sentasse.
—Está bem, espero poder ajudar de alguma forma—Falou o desconhecido se sentando na cadeira de frente para Clarice.

    A conversa entre eles levou um certo tempo, a jovem contou tudo desde o início. Ele se mostrou bem disposto a ajudar, pediu para que Clarice permanecesse no reino até ele buscar qualquer informação sobre algum garoto perdido. Após todo o diálogo ele se levantou para começar a procurar pistas em cada canto daquele lugar.

—Antes de ir pode me dizer seu nome?—A jovem perguntou antes dele virar as costas para sair.
—Me chamo Grizeld, e qual é o seu?
—Clarice, muito obrigado por se oferecer para me ajudar nisso, e perdão se foi indelicada no início, eu não sabia das suas intenções.
—Não se preocupe, está tudo bem—Respondeu Grizeld esboçando um leve sorriso—Amanhã no início do por do sol nos encontramos aqui novamente.
—Está bem, estarei aqui.
—Até amanhã—Após se despedir Grizeld se retirou rapidamente da taberna.

     Clarice depois de se alimentar, subiu para o lugar onde alugou para passar os dias seguintes. Não demorou para adormecer, estava tão cansada que ao fechar os olhos dormiu profundamente. Passadas algumas horas de sono ela despertou, estava mais revigorada, se alimentou e início a busca por informações de seu filho Merlin. Como ela não conhecia aquele reino, não foi muito fácil chegar nos habitantes, e também estavam desconfiados, muitos a ignoravam completamente, isso forçava um desânimo muito grande em Clarice, mas ela continuou, nada disso iria tirar o foco dela. Ela passou a manhã e boa parte da tarde buscando por pistas do paradeiro de Merlin, porém não conseguiu nada, só parou por conta do combinado com Grizeld, iriam se encontrava na taberna quando estivesse perto o por do sol, e esse momento já estava próximo, então encerrou as buscas. Chegando no lugar do encontro ele já estava a aguardando na mesa,  Clarice se sentou desejando muito que ele tivesse notícias.

—Oi, descobriu alguma coisa?—A jovem perguntou um pouco apreensiva pela resposta dele.
—Então...tenho uma notícia boa e uma ruim—Grizeld respondeu aparentando certa preocupação.
—Qual é a boa?—Clarice ficou contende por depois de tanto tempo ter pelo menos uma pista, mesmo que fosse mínima, porém ficou muito preocupada pela notícia ruim.
—Pelas características que você me deu do seu filho, parece que ele foi visto…e é aí que entra a parte ruim—Falava Grizeld um pouco hesitante pela reação que a jovem teria com o que ele diria a seguir—Provavelmente Merlin foi visto com um cinzento, ele e outras crianças.
—Cinzento? O que é isso?—Ela perguntou apreensiva.
—Usuário de feitiços proibidos, é assim que esses indivíduos são chamados aqui.
—Isso não é bom, NÃO É NADA BOM—Clarice falou com a voz mais alterada, fazendo todos na taberna olharem para ela—Sabe para qual direção estavam indo?
—Em direção ao Reino Baturin.
—Irei imediatamente para lá, só preciso saber o cominho...sabe como posso conseguir um mapa?
—Eu posso te lavar lá, sei o melhor caminho a tomar, será melhor que ser guiada por um mapa—Ele sugeriu mostrando bastante confiança no que dizia.
—Você já me ajudou demais, e eu estou muito agradecida por isso, muito obrigada mesmo, mas irei seguir sozinha, não quero que se arrisque por conta dos meus problemas—Disse Clarice realmente agradecida pela ajuda dele.
—Eu insisto, o caminho até lá tem muitos perigos para uma pessoa sozinha, eu irei com você—Grizeld respondeu com firmeza.
—Está bem, vamos juntos, agradeço muito novamente, serei eternamente grata a você por toda essa ajuda que está me fornecendo.

    Os dois se preparam para partir, o caminho seria longo, tinham que levar o máximo de mantimentos que pudessem, e foi o que fizeram. Após estarem já devidamente preparados partiram rumo ao Reino Baturin, Clarice não quis esperar o dia chegar, então iriam a noite mesmo. Nesse dia a noite estava muito nublada, não iria demorar para que começasse a chover, e uma forte chuva, mas mesmo assim a jovem humana não desistiu de iniciar a jordana naquele mesmo dia, naquela mesma hora, ela já não aguentava ficar longe do filho, sem nem saber onde ele se encontrava, se estava bem, e agora havia a suspeita, uma quase certeza que Merlin estaria em mãos de um ser maligno, um cinzento.
   
  O Reino Baturin era da raça dos ogros, e não eram nem um pouco amigáveis, além de ser um lugar sem leis, logo muitas atrocidades aconteciam, e por ser desta maneira, muitos indivíduos de várias raças iam para esse reino, a maioria por motivos levianos, outros eram fugitivos, seres que praticavam todos os tipos de maldade. Clarice não fazia ideia que esse reino era um lugar tão ruim assim, um lugar muito perigoso para uma jovem ir, e esse era um dos motivos que levou Grizeld a se oferecer para acompanhar ela, iria permanecer ao lado dela até quando eles saíssem daquele ambiente hostil.

Reinos Em Destruição ( Em Andamento )Where stories live. Discover now