Capítulo 14: A Batalha

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    O Reino Manrantry estava em completa paz, não estavam tendo guerras, todos estavam alegres, aproveitando os tempos de paz e tranquilidade. Porém, certo dia, os sentinelas avistaram um grande exército se aproximando, o exército élfico. Logo o rei foi informado, e imediatamente o exército humano começou a se preparar, e os que não iam para a guerra, se refugiaram nos locais determinados para ficarem. Pouco antes dos elfos chegarem às muralhas, todos os civis estavam nos lugares para ficaram em segurança, e o exército humano estava em posição.

    Do meio do batalhão elfo, saiu o Rei Dalybor, com toda a sua majestade, tanto ele como seu cavalo estavam com armaduras trabalhadas em ouro, prata e pedras preciosas, o rei com sua coroa de variadas pedras preciosas, e sua longa capa azul turquesa. Com toda a sua prepotência, ele exigiu que o Rei Travor aparecesse imediatamente. Mas já pretendia ir falar com ele, para perguntar o motivo de estarem ali, não fez por ter sido exigido isso. Assim que os dois reis ficaram onde se podiam ouvir, Dalybor iniciou sua fala.

—Vou direto ao assunto, vocês tem algo aí que nos pertence, e queremos de volta—Falou o rei elfo.

—Até onde eu sei não temos nada de vocês aqui—Respondeu Travor confuso—O que seria isso? Pode nos dizer?

—Tem um elfo entre vocês, correto? Ele não pertence a este lugar, e não neguem isso, eu sei que ele está aí. Eu não quero desentendimentos entre nós, então sugiro que nos entregue ele, e iremos embora, caso não queiram entregar, acho que vocês sabem o que quero dizer.

—É, você está certo, ele realmente está aqui—Após o Rei Travor dizer essa palavras, ele deu uma pequena pausa e   retomou a fala—Eu tenho absoluta certeza que ele vai querer se entregar, para evitar uma guerra, é um bom elfo, é a escolha que ele vai querer tomar. Mas tem um porém, eu não vou permitir que ele faça isso, nem que eu tenha que amarrar ele, não irei entregar este maravilhoso jovem para vocês, eu soube o que fizeram com a família dele seus miseráveis, como podem ser tão cruéis? Ele não vai  sair daqui, e essa é minha palavra final.

—Uma decisão muito tola, mas você fez sua escolha—Respondeu o rei elfo.

    Do meio do exército humano, Theodhor saiu apressadamente, e se postou entre os dois exércitos. Com as  mãos para o alto, pedindo a palavra. 

—Eu me entrego, não quero que haja mortes por minha causa, por favor não comecem uma guerra por isso—Ele se virou para o Rei Dalybor—Eu estou me entregando, me levem.

—Theodhor, a quanto tempo não?! Parece estar tendo uma boa vida. Soube que até se casou com uma humana, até teve um filho, um mestiço...

—Apenas me levem, eu imploro, não comecem um massacre por minha causa!!!

    Theodhor se virou para pedir também ao Rei Travor para que não o impedisse, nesse momento o rei elfo rapidamente entesou seu arco e disparou uma flecha, ela atravessou o coração do jovem elfo, ele caiu de joelhos e morreu ali mesmo de joelhos de frente para o exército humano. Após isso houve uma batalha que se seguiu por dias, houve muitas mortes, e o exército elfo saiu vitorioso, eles não tiveram piedade alguma com os habitantes, mataram a todos que encontravam, poucos conseguiram escapar da crueldade deles. O Rei Travor foi morto  pelo próprio Dalybor, mas ele não foi vencido fácil, lutou com muita bravura. Entre os que escaparam, estava Clarice, o filho que ela teve com Theodhor, estava desaparecido, ela não sabia se ele estava vivo ou morto, e não tinha como voltar para ver se ele estava lá, escondido talvez, Ela tinha que esperar todos o exército élfico deixar o local, depois disso Clarice iria procurar pelo filho.
 
  Após os elfos terem se retirado do que foi o lindo e maravilhoso Reino Manrantry, Clarice foi em busca do filho. Ela procurou pelo garoto em toda parte, em cada canto, por toda a redondeza, mas não o achou, só havia destroços e muitos mortos, era insuportável para ficar naquele lugar, por conta dos corpos em putrefação, mas isso não a impediu de procurar pelo filho, mas que infelizmente não encontrou. Clarice não tinha mais ninguém, perdeu seu amado, sua família, seu povo, e o filho estava desaparecido, talvez até estivesse até morto. Estava sozinha, desamparada, sem saber o que fazer, não sabia onde procurar pelo filho, foi para floresta próxima e se sentou encostado em uma árvore, ficou ali dias apenas chorando.

    Os dias de choro e lamento terminaram, Clarice agora decidida, com a convicção de que não iria sossegar até encontrar seu filho, morto ou vivo ela não desistiria de buscar por ele. Passou pela cabeça que talvez ele teria sido levado pelos elfos, era uma probabilidade muito baixa, mas não nula. A ida aos elfos deixou como última opção, antes iria procurar por todos os lugares próximos, até nos reinos vizinhos, e por último no reino élfico, até porque ela teria ainda que pensar em uma maneira de entrar lá.

    Os lugares que Clarice teria que passar, os caminhos que teria que percorrer, eram perigosos, lugares esses que eram evitados por quase todos, poucos se aventuravam neles, e muitos desses nunca voltavam. Era um mundo perigoso, havia criaturas mortais, de todos os tipos, não só haviam criaturas perigosas, como povos também perigosos. Ela sabia de todas essas coisas, estava ciente dos perigos que enfrentaria, mas isso não a fez retroceder do seu objetivo. Antes dela seguir caminho, Clarice pegou coisas para ajudar ela a seguir por todos esses lugares. Ela se armou de uma espada, arco e flecha, e um punhal, conseguiu encontrar também partes de armaduras que iriam servir para se proteger, eram um pouco grandes, mas não iriam atrapalhar em momentos de dificuldade. Após ela se preparar, partiu rumo a busca ao filho, com uma determinação inabalável.

    A jovem começou a sua jornada, seu primeiro objetivo era ir à uma vila não muito longe do ponto onde ela estava, levaria pouco menos de um dia de caminhada. Era o lugar mais próximo para buscar informações, de lá Clarice partiria para o reino mais próximo. O caminho até não apresentou muita dificuldade, a maior parte dele era plano, poucas árvores aqui e ali, o único problema é que o céu estava aberto, ela teve que parar algumas vezes para ficar um pouco debaixo das árvores, para se proteger do calor que a castigava. Em certa parte do caminho, o local tinha mais árvores, então ficou mais tranquilo para caminhar, e sem precisar ficar parando para fugir do sol.

    Finalmente Clarice chegou ao seu destino, a vila estava logo à frente, não era uma grande vila, mas também não era pequena demais, além de procurar informações, ela acharia um lugar para descansar um pouco. Ela entrou na vila e procurou uma taberna, estavam com fome, precisa se alimentar, e também era um bom lugar para buscar informações, lá se reunia indivíduos de vários lugares, vindo de viajem, então poderia ser uma chance de ficar sabendo talvez do paradeiro do filho. Clarice adentrou a taberna e procurou um lugar para se sentar, permaneceu ali, aguardando um bom momento para ouvir alguma conversa próxima e puxar conversa com alguém na esperança de obter qualquer informação.

    Clarice sabia que as chances do filho estar no Reino Nuren eram quase nulas, não existiam motivos algum dele ter sido levado para lá, uma das probabilidades que existia era que o menino poderia ter tentado fugir e acabou perdido na floresta e foi encontrado por alguém, e levado para algum lugar, um dos reinos próximos. Ela não queria ficar pensando no pior, nas probabilidade ruins, de jeito algum queria imaginar que o filho tenha morrido, ou coisa pior, naquele mundo existem coisas piores que a morte.

    Infelizmente Clarice não conseguiu obter nada naquele dia, ninguém sabia de nada, ninguém tinha visto nada, mas ela não se deixou abalar. Saiu da taberna e procurou um lugar para se hospedar, descansar para o próximo dia, acordaria bem cedo, não queria perder tempo, não poderia perder. Naquela noite o sono demorou a chegar, as memórias daquele dia eram vividas ainda, além da preocupação com o filho, demorou um pouco mais ela conseguiu adormecer por algumas poucas horas. Assim que despertou, se preparou para partir, o sol estava perto de nascer, Clarice ainda não tinha decidido ao certo o rumo que tomaria, saiu da vila e parou para tomar essa decisão.

    Depois de passar um tempo pensando no próximo passo, decidiu ir para o Reino Gérnofia, outro reino de humanos, mas ela não sabia muito sobre eles, era um povo muito reservado, não tinham alianças com outros povos, e quase ninguém de fora era permitido entrar. A caminhada até lá seria longa, levaria no mínimo três dias, e dessa vez o caminho até lá seria difícil, passaria por lugares perigosos, lugares esses que deveriam ser muito evitados, mas isso não faria Clarice desistir, se esse era o único caminho até lá, ela iria por ele, enfrentaria o que tivesse que ser enfrentado.

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