Capítulo 10

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Olá! Tudo bem com vocês?
Vamos acompanhar mais um pouquinho da relação de Valentina e Léo?
Apesar que estou achando que chegou a hora dos jogos começarem!!

Espero vocês nos comentários!
Boa Leitura!

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Valentina POV

Minha cabeça parecia querer explodir, não tinha forças para abrir meus olhos e encarar um novo dia ensolarado. Infelizmente, meu corpo apontava uma necessidade quase que urgente para vontade de despertar. Meu corpo e seus sinais biológicos, lutavam contra minha vontade de permanecer no mundo dos sonhos e esquecer todo pesadelo narrado por Luiza. Palavras nunca me atingiram com tanta força, quanto o relato de minha melhor amiga, cada frase parecia rasgar meu peito em inúmeros pedaços, deixando uma profunda ferida, medo, insegurança, raiva e amor. Ferida, porque tudo que acontece com ela, deixa marcas em meu corpo e alma. Medo, quando me recordo de todas as ameaças sofridas e a presença de seu pequeno em todos estes cenários, mesmo quando estava em seu ventre. Insegurança em pensar que este maluco está solto, desfrutando de uma moralidade mentirosa e manipuladora. Raiva, porque desejei imensamente destruí-lo pessoalmente, despertando todos os piores sentimentos que um ser humano pode desenvolver, comportamentos que abomino em minha vida. Amor era o sentimento que me mantinha sã e viva diante desta monstruosidade, algo que deveria ser compartilhado, nutrido e fortificado com Luiza e seu filho, dedicaria meu coração para apresenta-los aos prazeres adquiridos de momentos de felicidade. Eles mereciam uma vida próspera, tranquila, feliz e amada.

Encaro o braço que envolve minha cintura, aquecendo todo meu corpo, enquanto os primeiros raios da manhã nos iluminam. Depois de nossa conversa, ficamos por algumas horas deitadas no gramado fitando o céu noturno, recordando de nossas peripécias quando crianças para aliviar um pouco o peso de nossos corações. A última imagem que me lembro foi de Luiza, encostando sua cabeça em meu ombro e meus braços lhe recebendo com todo carinho e arrepios com sua proximidade, era reconfortante tê-la em meus braços mais uma vez, agora, com nossos sentimentos revelados uma para outra, sem qualquer receio ou inseguranças. Agindo com todo cuidado e calma, retiro o braço direito de Luiza sob meu corpo, me levanto do gramado úmido após uma noite de garoa e rapidamente seguro a mulher em meus braços e caminho em direção a sala de estar, deixando-a repousando em um dos sofás. Aproximo minha mão direita e com as pontas dos dedos, retiro uma mecha de seus cabelos que pousava sob seu rosto, enquanto me questionava internamente sobre o porquê de a vida ser tão cruel com uma alma tão bondosa. Diante de sua imagem, como havia comunicado anteriormente, minha obrigação será fazê-la feliz e espero, que seja ao meu lado. Meus olhos captam o relógio preso na parede e percebo que ainda são sete horas da manhã, todos ainda estavam dormindo e meu sono já havia se despedido.

Caminho em direção a cozinha com o intuito de tomar um pouco de leite e voltar para fora da casa e aproveitar o silêncio, também não quero atrapalhar o sono de toda casa com qualquer possível barulho ou ruído. Deixo o líquido preencher o grande copo de vidro e sigo para a mesma espreguiçadeira que estava ocupando na noite anterior. Miami estava com um clima ameno, em meio aos ventos gelados e um brilho fraco emanado do sol de início da manhã. Hoje, domingo, seria o último dia de aproveitar a calmaria, antes de encontrar definitivamente o restante de minha família. Em meus pensamentos, já imaginei os diversos cenários e conversas que teria com meus pais, seja em um aproveitamento positivo ou negativo. Apesar de toda imagem séria e despreocupada que faço sobre o assunto, sinto imensa falta de meus pais e tudo que envolvia ambos, suas vozes, cheiro, risos e até broncas, mesmo separados, eram partes essenciais de meu corpo, alma e coração. Como desejei um abraço de minha mãe depois da conversa com Luiza, ouvir seus conselhos e saber que estava ao meu lado, mas, infelizmente tudo nos afasta. Queria apresentar ao meu pai todo meu trabalho, os primeiros de minha carreira e aqueles premiados, mostrar que meu sonho se tornou realidade. Decido espantar estas inseguranças e incertezas de meus pensamentos, saboreio um pouco do leite mantido no copo em minhas mãos e me recordo de todas as palavras proferidas por meu avô e o quanto sua atual situação motivou meu retorno. Espero que os anjos continuem me protegendo, preciso ter forças para encontrar minha família e proteger Luiza por todas as batalhas que poderá enfrentar.

Never Be The Same - ValuWhere stories live. Discover now