Capitulo 3

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Olá!
Espero que gostem deste novo capítulo, cheio de informações.
Aos leitores que estão gostando desta fanfic, estou escrevendo um novo enredo também com estas personagens, super recomendo.
Agora, ao capítulo...boa leitura.
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Um novo dia. A mesma história. Levantei da cama de meu filho após ter adormecido durante a madrugada de ontem. Em meus sonhos, os acontecimentos passados fizeram-se presentes e também todas as dores e sensações. Empurrei o cobertor com uma das mãos e me dirigi ao banheiro que ficava dentro deste mesmo cômodo, buscando iniciar minha higiene matinal. Quando estava em frente ao espelho, me deparei com a imagem de uma mulher triste e sem brilho, com o rosto maltratado e com alguns hematomas. Precisaria recorrer a maquiagem. Sempre recorri aos seus produtos em momentos como este. Perdi os cálculos de quantas vezes esta mesma cena se repetiu em meu casamento.

Ontem à noite, acreditei que ele estaria realmente disposto a mudar, havia me tratado com educação na casa de meus pais e se apresentou todo atencioso, mas, se parar para analisar, este comportamento era comum quando decidia mostrar sua verdadeira face. Quando chegamos em casa, partimos em direção ao nosso quarto e todo clima era agradável e suscetível a uma excelente noite para um jovem casal. No instante em que estávamos em nossa cama, tentou descontar em meu corpo, toda a raiva que sentiu quando o afrontei e questionei sobre seu comportamento com os amigos. Segundo ele, nunca havia se sujeitado a tamanha humilhação, sentiu-se inferior. Sentiu-se inferior pelo fato de exercer meu trabalho quando verifiquei seus documentos.

Nosso casamento estava de mal a pior, não sabia mais o que fazer diante desta situação. Quando me questionou sobre qual assunto conversei com Duda e disse o nome "proibido" em nossa casa, John ficou possesso e maluco. Ódio era o sentimento que meu marido nutria. Muitos podem se questionar o motivo de não ter deixado este relacionamento para trás, a verdade é que diante de ameaças, violência e promessas, deixar meu filho como um alvo certeiro estava fora de cogitação. Dizer aos meus pais era tão preocupante quanto, eles poderiam estar em sua mira e teia de promessas, além do fato dos problemas de coração do meu pai. Não queria ser responsável por mediante tragédia. A última vez que John perdeu o controle, meu peito quase se rasgou em angústia.

Abri uma das gavetas do móvel do banheiro e tomei posse de uma escova nova para os dentes. Todos os meus movimentos pareciam calculados e robóticos, sem qualquer ânimo ou vontade. Decidi tomar um banho longo e demorado, agarrando em seguida uma das toalhas limpas guardadas no mesmo móvel. Dentro do quarto, olhei para o visor de meu celular e verifiquei que John provavelmente já teria deixado nossa casa. Calmamente e receosa, caminhei em direção ao meu quarto e suspirei aliviada quando não o encontrei.

Em meu próprio banheiro, alcancei o estojo de maquiagem e iniciei o processo em esconder minhas tristes marcas. A cada procedimento, tentava conter minhas lágrimas e soluços, tentando esquematizar o que inventaria caso alguém enxergasse além das camadas de maquiagem. Precisava de alguma solução. Precisava de segurança para o meu filho e minha família, mas como fazer isso se o medo domina todo meu corpo?

Escolhi uma calça jeans básica, uma blusa preta fina de mangas compridas e gola alta, calçando um tênis branco buscando um pouco de conforto, mesmo que seja apenas para os pés. Desci os degraus calmamente, sentindo meus músculos tensionados e doloridos, segurando qualquer possível gemido que poderia escapar de minha boca.

- Bom dia, Joana. – A senhora me encarou de forma avaliativa e com pesar. Nada podia escapar de seus olhos, principalmente quando trabalha em um hospício como minha casa. – Somente um café, por favor.

Never Be The Same - ValuWhere stories live. Discover now