Era o recesso, antes do início de seu quinto ano, quando Harry encontra o medalhão de Salazar Slytherin no largo Grimmauld e, acidentalmente, libera suas memórias há muito tempo esquecidas.
Ficar com o medalhão foi a decisão mais idiota em toda sua...
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I.
Já era quase noite quando Harry permitiu-se escorregar pela poltrona macia que transfigurou bem no meio do jardim dos fundos do largo Grimmauld, pensativo a respeito do que acontecera durante o seu dia.
Tudo sobre estar com Draco havia começado a ficar confuso, como uma grande sensação de Déjà vu permeando sua mente. Algo sobre seu comportamento e os momentos em que passaram juntos pareciam familiares demais.
Sentimentos malucos por seu ex-rival de escola à parte, também havia acabado de descobrir enxergar muito bem sem seus óculos agora. Possivelmente porque seu corpo ainda estava se adaptando às mudanças provocadas pela poção da reencarnação.
Era bom enxergar sem a ajuda de um par de lentes redondas, mas decidiu que iria mantê-los por hora e tirar nos dias que tivesse vontade. Não o incomodava e ninguém o faria perguntas extras.
Ele só saiu de seu estupor, assim que escutou um sibilar vindo do chão e percebe uma cobra branca passando por perto, bufando impaciente, e parecendo deslocada.
"Com esse são 67..." ela parecia estar numa contagem.
"Tem certeza de que não são 66?" Harry arqueou uma sobrancelha, intrometendo-se sem nem mesmo saber do que se tratava.
"São 67 a quantidade de humanos inúteis que encontrei em sequência desde que saí das montanhas e me perdi. Espere, você pode falar a minha língua!" constatou a cobra impressionada.
"Ora, mas que astuto de sua parte" Harry comentou sarcasticamente.
"Em minha defesa, nunca conheci alguém que pudesse, apenas boatos." completou ignorando o comentário mordaz. "Eu me chamo Nix. E você, humano?"
"Eu sou Salazar Slytherin"
"Salazar Slytherin" a cobra pronunciou satisfeita "Soa bem, mestre Salazar"
"Ótimo que meu nome tenha sua aprovação" Harry revirou os olhos, vendo que Nix começava a escalar seu corpo, até se enrolar em seu pescoço confortavelmente, sem a sua permissão.
"Agora estamos prontos.Já me decidi, vou ficar com você, mestre Salazar" concluiu ela, depois de se acomodar, com o tom de quem estava prestes a tirar um cochilo proveitoso.
"E quem disse que eu aceitei?"
"Bem, não impediu que eu me aproximasse, e me enrolasse em você. Isso para mim é um sim"
"Gosto de cobras e de conversar com elas, por que deveria ter te impedido?"
"Porque é essa a reação que todos os humanos normais têm, eles não costumam gostar de nós répteis. Meu desejo é te acompanhar" responde a cobra com convicção, intensificando seu aperto para reforçar seu ponto de vista.
