Dois: A persistência da memória

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Recapitulando: no capítulo anterior o Harry descobre o que implica estar em posse do medalhão e sobre ser a reencarnação de Salazar Slytherin.

Boa leitura!

O dia amanheceu silencioso, com uma garoa fina do lado de fora, que deixava o clima de verão ainda mais abafado

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O dia amanheceu silencioso, com uma garoa fina do lado de fora, que deixava o clima de verão ainda mais abafado.

Ainda era cedo quando Harry acordou, mas não é como se ele tivesse vontade de dormir mais. Passar um mês inteiro com os Dursley o deixou acostumado a levantar algumas horas antes de todos, de certa forma.

Isso porque sua tia Petúnia poderia pedir a ele que fizesse o café da manhã ou outra tarefa a qualquer momento.

Edwiges, em sua gaiola próxima a um canto entre a janela e o armário, piava baixinho, bem atenta aos movimentos do garoto, e ao seu lado, estava um pote contendo ratos mortos, com um rótulo escrito "petiscos para corujas", em letras garrafais.

Ao passar os olhos por isso, a imagem de Peter Pettigrew passou pela cabeça de Harry e ele não pode evitar um sorriso de diversão: bem que um daqueles ratos poderia ser o traste traidor, sem maiores problemas.

Ok, isso foi um pensamento muito maldoso, melhor parar por aqui, imediatamente

Harry lembra a si mesmo afastando o pensamento intrusivo.

Ele vai até a sua coruja e decide soltá-la um pouco. "Você tem estado muito presa esses dias, não é garota?" Suspira oferecendo um petisco a ela.

Edwiges voa em todo o espaço disponível no quarto, como se dissesse que, apesar de tudo, estava bem, para depois pousar no braço do garoto, piando com afeto.

Ela provavelmente não deveria ter tido permissão para explorar os arredores, com todas as medidas protetivas de Dumbledore. Mais uma vez, o velho estava lá para interferir nas coisas.

Harry se recordou dos acontecimentos da noite anterior e um fundo amargo se instalou em seu paladar.

Ótimo, se tivesse voltado a dormir, estaria tudo bem e quem sabe não passasse de um sonho.

Contudo, não. Havia sido real e Harry tinha certeza disso, ele já se sentia diferente.

Tanto que, sem a necessidade de palavras ou pensamentos, ao fechar os olhos, teve a visão de seu núcleo mágico, tão claramente como nunca teve a chance de experimentar.

Era de um dourado brilhante, bastante familiar. No entanto, uma parte dele, por sua vez, ele desconhecia, e pelas bordas parecia se expandir constantemente até se fundir com a parte conhecida.

Harry toca o medalhão com os dedos e sente a mesma sensação de entrelaçamento.

Edwiges fez um som preocupado por conta das reações do garoto, que apenas nega com a cabeça para acalmá-la. Ela era uma boa amiga, afinal.

Harry SlytherinWhere stories live. Discover now