Cartas

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Era o terceiro dia depois da descoberta de que era pai

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Era o terceiro dia depois da descoberta de que era pai. Ou melhor… De que tinha tido uma filha. E era claro que o mau-humor de Bucky não passaria tão cedo. Por isso, assim que uma das reuniões dos Vingadores acabou, ninguém tentou impedir o homem de ir para casa. Nem mesmo considerando que, finalmente, tinham se acertado e deram um passo enorme com questão à volta dos Vingadores e que, por isso, todos iam comemorar juntos. 

Não, Bucky não estava em clima de festa. Pelo contrário. Estava bastante triste até, afinal, descobriu ser pai da única criança que o fez ter vontade de ser e… Simplesmente, não podia fazer nada quanto a isso. 

Não podia ir abraçar Anya ou pegar ela na escola. Não podia nem mesmo ouvir ela falando das bonecas como costumava fazer porque estava profundamente magoado com Mika. 

Tudo bem, ele admitia que ela tinha razão em certa parte: Independentemente do porquê, ele realmente não esteve perto dela. Não a viu nascer, crescer, dar os primeiros passos ou dizer as primeiras palavras. Não esteve com Mika quando Anya virou pó assim como ele. Ele mal a conhecia, na verdade. 

Mas a verdade era que se apegou a Anya de um jeito que ele não sabia explicar. Só tinha dois meses que a conhecia e a amava. Não era exagero nenhum dizer isso. Realmente, amava aquela coisinha pequena e falante, que adorava fazer birra e era até mimada. Amava ver ela dormir e ouvir a risada dela. E porque a amava, ele entendia que tinha que ficar longe. 

Ser pai de Anya ate podia trazer felicidade para ele, mas significava perigo para ela. E Bucky nunca se perdoaria se algo acontecesse a ela ou a Mika por culpa dele. 

Então, de novo, ele chegou ao apartamento e sentou no sofá, encarando o nada. A cabeça ainda estava na briga com Mika. E na vontade de ver Anya. Tinha quase três semanas que não a via e estava morrendo de saudade. 

No entanto, ele apenas deitou no sofá e encarou o teto, cruzando os braços atrás da cabeça. Os pés ficaram no alto, balançando, enquanto Alpine tentava caçar os dedinhos dele com as patas e dentes. 

Estava deprimido, triste, magoado e com raiva. Mas ainda tinha Alpine e por causa disso, Bucky conseguia sorrir enquanto sentia ela mastigando seus dedinhos. Então, Bucky se esticou e a pegou no colo, dando um beijo no pelo branquinho enquanto deitava a gata em seu peito, conversando com ela. 

-Sabe, Pine? Aquela menina que veio aqui e te apertou toda e você deixou? Pois é… Ela é minha filha também, sabia? Mas… Acho que ela não vem mais aqui. 

Alpine miou, como se perguntasse o porquê e ficou encarando o dono enquanto ele dava de ombros. 

-Acho que ela vai ficar melhor sem mim. 

Blue & Grey Where stories live. Discover now