Classroom Eight: being bad feels pretty good

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A história de Heeseung com brigas começou no final de sua infância. Antes dos seus dez anos, o máximo de violência que Heeseung consumia era resumida a animes que ele assistia e alguns videogames que seu pai comprava, particularmente gostava de The King of Fighters, era seu jogo favorito. No entanto, ele sabia desde de cedo que não poderia, nunca, usar da violência com ninguém, principalmente as garotas. Era errado bater nas pessoas e usar da violência para outras coisas além de esportes saudáveis, segundo sua mãe e, com dez anos tudo o que sua mãe falava era lei. Ela não estava errada, de toda forma. Sua mãe se esforçava para criar um garoto educado e justo, ela não gostava de lutas nem de seus videogames, mas gostava de ver seu único filho feliz. Hyojin preservava uma infância amável e boa para Heeseung, no intuito de fazê-lo crescer em um lar saudável.

Ela conseguiu, por bons dez anos Lee Hyojin conseguiu fazer Heeseung crescer em um lar saudável, escondendo por baixo dos panos todos os conflitos que existiam entre ela e seu marido alcoólatra para preservar uma boa infância para seu filho. Não se importava com os hematomas ou muitas vezes precisar se trancar no quarto de Heeseung no meio da madrugada para assegurar de que ele estava bem e se proteger. Tudo era por ele e apenas por ele.

Até a quinta-feira à noite em que ele chegou bêbado em casa e destruiu tudo o que Hyojin lutou para preservar. Heeseung não havia notado o comportamento estranho do pai e no modo como ele esbarrava nas coisas e não conseguia andar em linha reta ou se manter de pé sem seu corpo se balançar para frente e para trás, a criança estava muito concentrada no filme que, teoricamente, ele e sua mãe assistiam na sala.

Dizem que quando se tem um filho, seu sexto sentido se aflora de maneira quase sobrenatural e Hyojin confiava mais em seu sexto sentido de mãe do que no próprio Deus; outra coisa que também era interessante era a conexão de mãe e filho que os dois tinham entre si, não precisava de palavras para saberem que algo de estranho estava acontecendo. Então quando sua mãe lhe mandou ir para seu quarto, dizendo que já estava na hora de dormir e que iria ajudar seu pai, Heeseung sabia que tinha alguma coisa errada.

Ele não era uma criança desobediente, no entanto, naquele dia não obedeceu a ordem dita pela mãe e se escondeu atrás de uma das paredes da cozinha; os minutos seguintes pareceram existir em câmera lenta, seus olhos infantis estavam arregalados e assustados com o que via. Seu pai era muito maior que sua mãe e consequentemente mais forte, então não entendia o porquê de estar segurando-a com força pelos braços e sacudindo seu corpo violentamente. Não pensou duas vezes antes de correr na direção dos dois para se enfiar no meio deles e empurrar, com toda sua força de criança, seu pai para longe de sua mãe.

Não adiantou de muita coisa, como se fosse um inseto seu pai lhe empurrou com força para longe; sua cabeça bateu no chão e ficou zonzo por alguns segundos. Mesmo com uma dor de cabeça que logo iria ser incômoda, Heeseung se levantou novamente e começou a puxar a camisa de seu pai em uma tentativa de tirá-lo de perto de sua mãe, o que, dessa vez, pareceu funcionar porque a atenção dele agora era toda sua.

Nunca olhou por muito tempo nos olhos de seu pai como estava fazendo agora. Estava com medo, claro que estava, e por mais que quisesse dar alguns passos para trás, não o faria. Ficaria ali e protegeria sua mãe como a boa pessoa que Hyojin estava o criando para ser. O homem começou a andar em direção a criança que ainda mantinha o olhar firme, o cheiro forte de bebida alcóolica que quase nunca sentia era quase insuportável vindo de seu pai e tinha algumas dúvidas se era apenas o álcool que circulava no sangue dele. Seu braço foi agarrado com força por uma das mãos de seu pai e a outra ficou suspensa no ar, um pouco mais atrás de seu corpo para claramente ter uma força maior quando fosse atingir o rosto da criança.

Dessa vez, Heeseung fechou os olhos e esperou pelo impacto em seu rosto. O que nunca veio, mas o som de um tapa ecoou por toda a cozinha. Quando abriu os olhos, o corpo de sua mãe estava a frente do seu lhe protegendo de ser agredido pelo pai, em contrapartida ela havia sido atingida pelo tapa; puxou o ar com força para dentro de seus pulmões ao ver a cena. Com certeza seria algo que ficaria tatuado em sua mente contra a sua vontade.

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