Classroom Three: It's not about who you are

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Nos filmes americanos, é legal ser popular. Muitos amigos, nunca estar sozinho, ser alguém de relevância no ambiente escolar. Mas fora dos clichês americanos, não era bem assim, e Riki sabia muito bem disso porque vivia em sua pele.

Veja bem, Riki era alto e bonito e isso já era 90% de sua popularidade garantida; os outros 10% contava suas notas e, mesmo que ele não fosse excelente, ainda assim era bom. Todos queriam ser visto com o garoto popular do primeiro ano e o japonês era ingênuo demais em não notar quando as pessoas se aproveitavam dele e tudo o que seus colegas de sala faziam era se aproveitar de sua popularidade.

Todo intervalo era a mesma coisa e desde que decidiu ir se sentar com Sunoo, dois dias atrás, algo havia mudado. Não tinha mais sorrisos falsos direcionados para si, e agora, seu habitual lugar no meio da sala era ocupado por algum aluno que fazia parte do time de basquete, lhe restando sentar no fundo da sala. Sinceramente, Riki já espera uma reação como essa, afinal havia declinado publicamente a costumeira mesa dos populares do primeiro ano para ir se sentar com um garoto que quase ninguém sabia quem era. Quase.

Ele sabia quem Kim Sunoo era e isso era tudo o que importava para eles. Não uma boa posição no ranking de notas da escola, ou ser conhecido por todos. Não, nada disso era importante entre eles e justamente por isso Riki decidiu ir se sentar com ele. Não tinha pressão, não precisava fingir coisas ou pensar no que falar; podia ser ele mesmo e no mais puro sentido da palavra. Certo, talvez não tanto, mas já era um começo.

Mas isso não significava que não havia ficado surpreso quando chegou na sala no dia seguinte e viu que sua cadeira estava ocupada por outro garoto. Passou alguns segundos parado na porta da sala, observando e sendo observado por eles e só voltou sua mente para o fato de que estava parado na porta quando alguém passou por ele de forma bruta, esbarrando em seu corpo. Como se ele fosse invisível.

A vida escolar era como um jogo: aqueles que não seguissem as regras, eram facilmente eliminados e com Riki não fora diferente. Aquele que costumava nunca estar sozinho, agora se sentava no final da sala, longe de todos os sorrisos falsos e aproveitadores e para falar a verdade, Riki se sentia menos pressionado assim. Mesmo que alguns burburinhos envolvendo seu nome fossem ouvidos aqui e ali, se permitiu relaxar seu corpo na cadeira e aproveitar os poucos minutos de paz que estava tendo desde do começo das aulas.

Mesmo de olhos fechados, conseguia sentir que alguém estava lhe observando, moveu-se desconfortavelmente na cadeira a fim de fugir dos olhares sobre si, mas não adiantou de muita coisa, já que continuava a sentir sua pele queimar sob o olhar claramente julgador de seja lá quem lhe observava. Se dando por vencido, sabendo que mesmo no fundo da sala e momentaneamente esquecido por todos, ainda não conseguiria ter sua tão sonhada paz, abriu os olhos e procurou a quem pertencia o olhar que parecia não querer lhe deixar.

E o encontrou, ou melhor, os encontrou. Uma garota ocupava o lugar ao seu lado e sentado à frente dela, tinha um garoto e ambos lhe olhavam fixamente de uma forma que beirava a assustadora, e mesmo encarando-os de volta, o único que desviou o olhar e se sentou corretamente na cadeira fora o garoto. A menina ao seu lado ainda lhe encarava e Riki não evitou um levantar de sobrancelhas em uma pergunta silenciosa sobre o que ela queria, a garota apenas riu enquanto negava com a cabeça, voltando a olhar para frente mas não sem antes se inclinar para frente e sussurrar algo no ouvido do garoto.

Rapidamente, a cabeça do japonês lhe lembrou quem eles eram: Yang Jungwon e Jang Wonyoung, os primos de sua sala que qualquer um poderia confundir com gatos siameses porque os dois nunca eram vistos separados. Riki tinha a leve impressão de que os dois não gostavam dele, mas os primos eram assim, não pareciam gostar de ninguém além deles mesmos. Não de uma maneira ruim, eles só não gostavam de bajular os populares atrás de alguma recompensa como todos faziam.

Youth GenerationWhere stories live. Discover now