Decisão Final

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"Sei que será difícil, mas é o que quero. Eu quero você, e quero para sempre. Uma vida inteira simplesmente não é o bastante para mim."

-Isabella Swan, Amanhecer

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O tempo estava aberto quando eles deixaram o castelo de Marcus, a carruagem partiu ruidosamente, os cavalos cavalgavam rapidamente. O bosque estava banhado por tons dourados e verdes, de todo modo parecia menos assustador agora.

-Acha que ele vai ficar bem ? -Mycroft questionou pensando em Marcus que tinha sido deixado aos cuidados de Klaus, isso depois que Albert lhe dera um soco bem no meio do estômago, por ter deixado seu pai por tanto tempo.

-Tenho certeza que sim. Apesar de tudo o que passou, ele não está mais sozinho. - Respondeu com um sorriso.

Apesar das estradas sinuosas e do caminho longa, o percurso foi mais confortável.

Eles pararam em um casa de chá pouco movimentada e aconchegante. A fachada era simples e bem cuidada, uma senhorinha os recebeu com um sorriso e os guiou para uma mesa vazia. Os dois pediram chá.

Mycroft foi pego de surpresa ao ver aquele homem, os cabelos compridos presos em um coque, rindo alto. Ele se aproximou com cautela e falou baixinho.

-Sherlock? - O homem virou-se e encarou-o com descrença, usava um terno azul, muito elegante.

-Mycroft... - Ele se levantou, sua face demonstrava confusão e depois reconhecimento, então ele o abraçou. Fazia muito tempo, desde a última vez que se viram, nenhum deles esperava um reencontro tão significativo. Na verdade os irmãos não tinham esperança de que se veriam novamente.

O homem que acompanhava Sherlock mirou os dois inexpressivo, tinha cabelos loiros e um olhar marcante, num incomum tom de escarlate.

Mas Albert o reconheceu.

Era William.

O homem que transformara, Marcus, Carmilla e Klaus. O Primeiro de todos. Apenas o vira por uma pintura antiga que seu pai guardava ... Até então achava que ele estava morto.

Mas enganara-se, ali estava ele. Lhe sorrindo, como se compreendesse a sua confusão.

Os quatro permaneceram sentados por meia hora e conversaram sobre o tempo que tinham passado juntos. Mycroft passara a vida inteira disposto a caçar o vampiro que matara seu irmão, mas não foi isso, ele o salvara. E ele se sentiu profundamente aliviado. Quando despediram-se Sherlock prometeu ir visitá-los.

-Esse nosso encontro deverá ficar apenas entre nós. - William pediu com gentileza.

Os outros assentiram, então Sherlock o chamou.

-Vamos, Liam? - E lhe estendeu a mão, os dois partiram juntos.

Holmes ficou grato por descobrir que seu irmão estava bem, e que tinha alguém.

A viagem foi mais rápida do que ele lembrara, passara por muitas coisas nos últimos dias, mas enfim, seu país estava livre das garras do possível sucessor de Jack. E ele poderia descansar, mesmo que apenas momentâneamente.

Sabia que monstros surgiam todos os dias, mas só as mentes mais perigosas eram capazes de deixar um rastro de sangue na sociedade, estava certo de que casos como aqueles continuariam a surgir, e ele estaria pronto para todos eles.

E agora ele tinha Albert.

Por toda a eternidade.

Ele suspirou, como se ainda pudesse respirar. Sentia-se estranhamente calmo, dada a sua condição.

Mas ainda tinha algo em que pensar, precisava voltar a Londres.

***

O tempo em Garden Hall estava radiante, os empregados se adiantaram para recebê-los. Os dois subiram para os quartos em silêncio e foram se preparar para o jantar, Mycroft não tinha necessidade de comer, mas não queria dizer que não pudesse.

Ele observou os campos verdejantes que se estendiam por quilômetros, tanta coisa mudara desde que chegara aquele lugar. Incluindo ele próprio. Holmes possuía uma visão de mundo diferente, principalmente sobre os seres que se escondiam nas trevas.

Uma vez lera em algum lugar que muitos humanos eram monstros, e muitos monstros sabiam fingir humanidade.
Seja lá quem tenha escrito, estava certo.

-Holmes? - A voz de Albert soou do outro lado da porta.

-Está aberta, pode entrar. - Moriarty se aproximou, impecável como sempre. Seu cheiro era inebriante e sua beleza sobrenatural. Ele sentiu o ímpeto de beijá-lo. O Conde lhe sorriu.

-Tenho algo para você. -Holmes ergueu as sobrancelhas, curioso e deixou que Albert o guiasse até lá embaixo.

A mesa estava pronta, apenas algumas velas estavam acesas deixando o ambiente com um toque de romantismo. Uma caixinha preta estava repousada sobre um lenço de seda, um cálice dourado descansava ao seu lado.

Holmes sentou-se e tocou o objeto aveludado. Depois o metal frio da taça.

-O que é isso? - Perguntou confuso.

-O cálice contém o meu sangue, quando você bebê-lo será livre para seguir o seu caminho. -O Conde explicou.

-Longe de você? -Holmes questionou um pouco perturbado.

-Se quiser ficar ao meu lado, terá de o fazer livremente, não posso deixar que o meu desejo egoísta de ficar com você, o impeça de ir adiante. Então, beba. - Ele orientou.

Mycroft virou o conteúdo de uma só vez. O gosto amargo descendo pela sua garganta. Não sentiu nada de diferente, então acrescentou.

-Ainda desejo estar com você. - Disse com impaciência. Os dedos tocaram a caixinha novamente

-Muito bem, então abra. - Albert gesticulou para o objeto.

Cuidadosamente o outro destampou-a e viu uma aliança dourada. Um fio vermelho corria sobre ela, e na parte interna estavam os dízeres

com o sangue do meu coração, A.

-Como você fez isso? - Albert riu baixinho.

-Magia. -Mycroft tornou a olhar o pequeno objeto, maravilhado. E entregou-o ao Conde que o mirou confuso, quando Holmes estendeu a mão, ele quase sentiu seu coração bater mais rápido, se ele ainda pudesse bater.

-Tudo o que eu sou pertence a você. - Ele deslizou a aliança em seus dedos, e beijou sua mão delicadamente.

-Como eu poderia devolver um gesto assim? - Perguntou tentando esconder seu constrangimento.

-A sua existência basta, ela justifica a minha própria. - Albert acrescentou. - Você enxergou o que havia de bom em mim, quando eu próprio não conseguia.

-Eu o amei desde o primeiro dia em que o vi... - Mycroft acrescentou com a voz trêmula. - e tenho me apaixonado todos os dias desde então. Quero estar com você por todo o tempo que nos for permitido.

Albert puxou-o para um beijo. A eternidade é um tempo muito longo para estar sozinho, mas com todo o amor que tinha para entregar a Mycroft, mil anos pareceriam um intervalo de tempo muito curto.

Nota da autora

Eu usei alguns nomes de vampiros da ficção, como a própria Carmilla. Embora nem sempre eu visualize os personagens conforme são descritos em seus respectivos livros.
Drácula
Carmilla, a vampira de karnstein
Saga Crepúsculo
Diários do Vampiro

São obras que eu apreciei muito a leitura, se você deseja ler eu suuuper indico.

Obrigada por chegar até aqui ^⁠_⁠^

O Desejo dos ImortaisWhere stories live. Discover now