- Desculpe, estava lendo algo de grande importância na internet. – Igor sorriu discretamente para nós e se levantou do sofá que ocupava – Preciso fazer uma ligação, com licença.

O rapaz deixou a sala de estar em direção a área da piscina, já com o aparelho celular posicionado em sua orelha direita. Duda inspirou fortemente e bebeu um pouco de seu vinho, enquanto acompanhava o marido com o olhar.

- Há algum problema com o Igor? - questionou Catarina ao lado do marido que também se mostrava intrigado – Estamos notando durante um tempo que ele parece aéreo e distante, algumas vezes preocupado...sabem que podem contar conosco, certo?

- Não se preocupe, Catarina...ele está bem, nosso casamento continua em lua de mel e sei que quando chegar a hora, Igor ficará mais tranquilo e receptivo para algumas questões.

Catarina pareceu relaxar com as palavras da nora e esquecer qualquer coisa que lhe preocupava, ao contrário do marido, que se levantou calmamente e seguiu em direção ao local onde o filho se encontrava em chamada telefônica. O que estava acontecendo? Por quê desta preocupação?

- Tudo bem? – a voz de John e sua mão em meu joelho, me resgatou em instante do mundo das suposições – O que acha de deixarmos o Léo na casa dos avós e aproveitarmos o resto da noite em nossa casa, precisamente em nosso quarto? – naquele instante, enquanto sussurrava em meu ouvido, senti que deveria tentar mais uma vez.

- Acho uma ótima ideia. – sorri – Irei conversar com minha mãe e com o Léo, mesmo sabendo que não haverá impedimentos.

- Ótimo!

Ficamos conversando sobre as notícias anunciadas nos jornais, sobre os inúmeros encontros sociais e tantos outros assuntos, mas minha mente e curiosidade estavam do lado fora destas paredes. Com a desculpa de um copo d'água, segui para a cozinha e da vidraça que ali existia, observava Marcos conversar com Igor de forma exaltada apenas por seus movimentos, seguidos pela também movimentação de Igor.

- Sabia que viria espionar.

Susto, foi a única coisa que senti e a responsável, obviamente a palhaça da Eduarda. Ela se encostou na bancada do armário e acompanhei seus movimentos, agora, as duas tinham a visão que desejavam. Quanto a água...foi totalmente esquecida.

- Como está o casamento? – questionou minha melhor amiga com o olhar fixo na movimentação e com seu tom de preocupação na voz.

- Como sempre. – suspiro – Tivemos uma discussão hoje de manhã no escritório.

- O que aconteceu?

- Levou alguns amigos para casa e iniciou uma bebedeira sem fim, ocasionando uma noite de sono no quarto de hóspede e sua saída antecipada para o trabalho.

- É um sem noção. Tem certeza que ocorreu apenas isto? – nesta hora me encarava com seu olhar inquisidor, como se pudesse ler minha alma ou descobrir uma mentira. Quem é o FBI comparado a Eduarda?

- Sim, acabou de sugerir que Léo durma aqui essa noite.

- Mais uma vez, surge o bom moço.

Eduarda vai até o armário e retira um copo para completa-lo com água, retornando para o seu ponto anterior e novamente, observando toda interação entre pai e filho. Realmente, algo estava acontecendo.

- Me conta.

- Contar o que, Luiza? – ela se exaltou levemente – Quer saber o que continuo achando de seu marido? Tenho uma lista de adjetivos.

- Não, quero saber o que está acontecendo com você, seu marido e sogro. – me posicionei na frente de seu corpo, cruzei meus braços e esperei as palavras certas deixarem seus lábios.

Never Be The Same - ValuKde žijí příběhy. Začni objevovat