Capítulo 10

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Don't blame me, love made me crazyIf it doesn't, you ain't doing it righ

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Don't blame me, love made me crazy
If it doesn't, you ain't doing it righ

Don't blame me – Taylor Swift

Rick

Cheguei no meu apartamento e deixei todas as minhas coisas em cima do balcão que dividia a sala da cozinha. Eu tinha me mudado para aquele apartamento logo que comecei a trabalhar na Stone, ele era perto da empresa e perto da casa dos meus avôs, ou seja, eu estava sempre atrás do meu avô de um jeito ou de outro e isso era uma das coisas que mais me fazia falta.

Eu tomei um banho e coloquei uma calça de moletom e fui atrás do meu celular eu precisava de ajuda, tentei primeiro o celular do meu irmão chamou até cair na caixa postal, ele devia estar treinando, depois tentei Rafael, chamou duas vezes e eu desliguei, ele era certinho demais para ouvir meus desabafos, tentei João Paulo e chamou algumas vezes antes da chamada ser recusada. Liguei então para Ava, o telefone chamou duas vezes antes de ser atendido.

— Alô. – Ouvi a voz dela do outro lado da linha.

— Ava, sou eu, o Rick. – Falei – Você está bem?

— Estou bem sim, um pouquinho ocupada – ela falou.

— Vamos Ava, amor, vamos chegar atrasados. – Ouvi uma voz masculina desconhecida ao fundo da ligação.

— Desculpa por isso, é que eu estou atrasada de verdade – Se justificou – O que você disse que queria mesmo?

— Eu não disse, mas ia perguntar se posso ir aí te ver, mas acho que não é uma boa hora, eu ligo outro dia. – Falei com uma sensação ruim no peito.

— Imagina, pode vir. – Falou – Eu vou me apresentar agora a noite, as 19 horas, eu posso deixar a chave para você na portaria do prédio, ou... Bom deixo aqui mesmo, aí quando eu chegar te acho em casa. Vou deixar o quarto de hospedes pronto para você.

— Não vou te atrapalhar? – Perguntei.

— Não, eu posso adiar meus planos.

— Ta certo, te vejo a noite. – Falei – Amo você cabelo de fogo.

— A gente se vê "zoio de farol".

Ela desligou o telefone e eu fui para o meu quarto me arrumar, lembrei de na ligação Ava ter mencionado a apresentação e então mandei uma mensagem para tia Nalu perguntando o nome do lugar onde era. Mandei uma mensagem para minha mãe avisando que eu estaria o resto do fim de semana com a Ava e arrumei uma pequena bolsa com as minhas roupas e o que mais fosse necessário. Me arrumei para ir direto a apresentação da Ava, já que não teria tempo para nada antes, pelo horário eu chegaria levemente atrasado, mas esperava que ela não me matasse por isso. Peguei todas as minhas coisas e a chave do meu carro, era um modelo SUV que eu amava. Desci até o estacionamento joguei minhas coisas no banco de trás enquanto eu programava o GPS com o local da apresentação. Eu veria Ava novamente, e eu estava morto de saudades.

A viagem durou quase três horas, e quando cheguei em frente ao teatro onde seria a apresentação foi difícil encontrar uma vaga, ou seja, eu entraria só para o fim da apresentação, mas esperava ver minha amiga em palco. Quando cheguei na entrada o segurança não queria me deixar entrar, e eu tive que alegar que estava fazendo uma surpresa para minha namorada para conseguir tal feito. Quando ele me liberou me disse que eu deveria entrar por trás do palco e ficaria vendo tudo da coxia e que eu deveria aguardar minha namorada ali. Eu prometi a ele que me comportaria e fiz o caminho que ele tinha me ensinado. Cumprimentei algumas pessoas que encontrei pelo caminho e dei a mesma justificativa que dei para o segurança, que eu estava fazendo uma surpresa para minha namorada, um dos bailarinos que esbarrei me disse que a apresentação da Ava era a próxima e última e que seria ela quem encerraria o espetáculo, eu agradeci a ele e fui para o meu cantinho escondido. Vi a apresentação antes da de Ava finalizar e tinha que admitir que eles eram muitos bons, era uma dança mista de ballet e dança de rua e era perfeito. Então as luzes do palco foram apagadas e uma grande movimentação começou a acontecer atrás de mim ali na coxia, era gente carregando coisas, era cochichos, e todos sem exceções procuraram por um lugar para ver a apresentação final.

A música mudou, a atmosfera do palco também, luzes em um tom suave de rosa foram jogadas no outro lado do palco e eu vi Ava, ela estava linda com um top branco que ia até um pouco abaixo dos seus seios e uma calcinha vermelha cintura alta que estava preso por um suspensório da mesma cor. Ela estava roendo o cantinho da unha de onde eu estava, o sinal claro que ela estava nervosa, eu queria sair de onde estava e ir até ela, abraça-la e falar que ela conseguiria, que ela era fantástica, mas por outro lado eu sabia que algumas batalhas nós só vencemos se as enfrentarmos então eu pedi pra que ela fosse bem e como se tivesse ouvido minhas preces Ava saiu correndo de onde estava e se lançou no nada no meio do caminho, foi como se todos no teatro parassem de respirar. E então ela simplesmente se agarrou em um pole dance que estava no meio do palco. De onde ele tinha aparecido eu não saberia dizer, mas creio que a movimentação que vi na coxia não foi à toa. Ela subiu um pouco mais para cima do pole e então se balançou tirando as pernas do pole e voltou agarrando uma só a barra e virando de ponta cabeça ficando segura pelos seus braços na lateral do corpo enquanto as duas pernas se abriram como um espacate no ar então ela voltou a posição inicial onde todo o corpo dela segurava na barra e então ela passou os braços para frente e suas pernas cruzaram ao lado da barra e ela ficou se segurando pela barriga e abraçou os seus joelhos, como na posição fetal, e ela caiu. Meu coração foi a boca antes dela parar o seu corpo a centímetros do chão, ela terminou de descer suavemente e começou a dançar no chão, Ava sensualizava para aquele teatro lotado e eu sentia o ciúme crescer cada vez mais em mim. Ava se levantou e se posicionou de frente para a barra e de costas para o público do teatro e segurou com as duas mãos na barra e empinou sua bunda para que todos pudessem ver, e ali foi demais para mim.

Eu entrei no palco e no instante que fui visto por ela eu li os seus lábios dizendo meu nome, e eu queria que eles realmente dissessem meu nome, gritasse, suspirasse. Eu fui até onde Ava estava e a joguei em cima dos meus ombros.

— Acabou o show Ava. – Falei a levando de volta para a coxia.

— Me solta Luis Henrique. — Ela dizia enquanto batia em minhas costas.

— Só vou te soltar no carro. – Falei.

Eu ouvi as pessoas por quem passamos na coxia dizendo uma para as outras que eu era o namorado da Ava, mas não parei para maiores explicações. Continuei meu caminho até Ava gritar no meu ouvido que eu estava deixando as coisas dela para trás, perguntei onde estavam e fiz o caminho até elas ainda carregando minha amiga nos ombros, eu só a coloquei no chão quando cheguei em meu carro, coloquei ela sentada no banco do passageiro e entreguei minha jaqueta para ela e pedi para se cobrir. Peguei o caminho do hotel com a certeza de que nós dois ou nos entenderíamos hoje ou acabaríamos com uma amizade que durava toda uma vida. Eu torcia pela primeira hipótese. 

PredestinadaWhere stories live. Discover now