Capítulo 6

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Os dias seguintes a morte do avô Luis foram os dias mais tristes que eu vivenciei

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Os dias seguintes a morte do avô Luis foram os dias mais tristes que eu vivenciei. Todos estavam tristes e desolados, o que eu entendia, porque também estava, era uma dor psicológica tão grande que às vezes sentíamos alguns sintomas físicos, todos os Stone estavam em um momento de dor e silêncio e eu perambulava pela casa cuidando de um e outro.

Luis Henrique era o que estava pior entre todos eles. Ele sempre dizia que o avô era a melhor pessoa que ele conhecia e que seria orgulho pra ele um dia, e então, num momento o seu Luis não estava mais lá. Quando eu recebi a notícia já sabia que ele sofreria, mas eu tinha medo dele se afundar em problemas psicológicos com aquela perca e por isso eu não saia do lado dele desde a morte do avô e isso já fazia mais de uma semana.

Luis Henrique estava sendo uma pessoa que ele não era normalmente, estava tão rabugento quanto era possível alguém estar, e tão mal educado que me fazia pensar se algum dia tia Beatriz tinha dado algum pouco de educação pra ele, e quieto como nunca fora, as vezes eu tinha a impressão de que parte do meu amigo tinha ido embora junto com seu avô, mas mesmo assim eu estava aguentando todo o mal humor dele, porque eu sabia que se fosse comigo ele faria o mesmo, ou era isso que eu imaginava que aconteceria.

— Luis Henrique ligaram da casa da sua avó. - falei sentada na cama dele o vendoele sair do banho secando os cabelos só com uma calça de moletom.

— Ligaram? - perguntou.

— Sim, amanhã tem reunião para a leitura do testamento, às oito da manhã, é para irmos. - falei ainda curiosa com o motivo de eu também ter sido convidada a participar - E aparentemente seu avô deixou algo pra mim, já que também fui convocada.

— Era óbvio que ele deixaria algo pra você Ava, você foi a primeira neta mulher dele. - falou

— A primeira neta que não é verdadeiramente uma neta.

— Explicasse isso pra ele, porque eu sempre ouvi que você é uma neta.

— Eu sei. – falei soltando o ar pela boca, bufando – Enfim, vou pra casa. Amanhã a gente se encontra na sua avó.

— Fica aqui – ele pediu – Eu ligo pro seu pai, falo que você vai ficar e que vamos assistir filmes e comer besteira até dormir, mas fica ai.

— Tenho que ver com ele. – falei.

— Vai chamar o Lucas – falou me empurrando pra fora do quarto – Vou ligar pros meus primos, chamar eles, ai amanhã vamos todos daqui.

— E meu pai? – perguntei.

— Já mandei uma mensagem pra sua mãe, antes de falar com você e ela falou "ok", então pode ser que ele fale alguma coisa pra mim, mas eles estão avisados.

— Liga pros seus primos logo, posso chamar meus irmãos?

— Claro.

Sai do quarto dele em direção ao do Lucas já mandando mensagem pros meus irmãos. Dei duas batidas na porta do quarto dele e falei.

— Quem é meu Stone favorito?

— Meu irmão? – Perguntou abrindo a porta pra eu entrar.

— Eu tava falando de você, mas tudo bem – falei dando de ombros – Seu irmão está ligando pros seus primos e mandou te chamar, pra assistirmos um filme.

— Meu irmão?

— É.

— O Luis? Luis Henrique? Rick? Luis Henrique Stone? — todas as vezes que ele me perguntava acenava com a cabeça que sim. – O que você fez com ele?

— Nada. – Respondi – Eu falei que ia embora e ele me chamou pra ficar ver um filme, mas não fiz nada.

— Já entendi.

— Não tem o que entender Lucas, ele só pediu pra ficar e você sabe bem como seu irmão está então eu fiquei.

— Eu não disse nada. Você está se justificando e eu nem sei porquê.

— Certo, vou descer fazer um brigadeiro, pipoca e arrumar tudo lá, se seu irmão perguntar você sabe o que dizer.

— Sim senhora.

Desci as escadas e fui pra cozinha, eu conhecia tudo ali, já que eu frequentava aquela casa basicamente desde que eu nasci. Peguei tudo o que eu precisava e comecei a preparar as coisas, primeiro fiz o brigadeiro e o deixei na panela mesmo, iríamos comer ele ali. Depois peguei a pipoca e comecei a estourar. Eu conhecia o estomago dos meus irmãos e sabia que seria necessário bastante. Quando me virei pra pegar a travessa para colocar as pipocas dentro vi Nickolas parado no batente da porta me olhando.

— Oi tio Nickolas. – falei.

— Oi Ava. Sabia que eu sinto saudades de quando você chegava nessa casa correndo direto pros meus braços me chamando de titio "ick"? – falou.

— Tá nostálgico hoje tio? Meu pai diz que isso é sintoma de velhice. – falei sorrindo para ele. – Mas se o senhor quiser eu posso fazer isso ainda.

— Então deve ser algo que ele faça muito. – falou sorrindo – Pode me abraçar sempre que quiser Ava.

— Pois te garanto que é algo que ele faz. – falei caminhando até ele e estendendo seus braços pra ele me abraçar.

— Quando foi que vocês cresceram tanto? – ele perguntou me apertando em seus braços – Eu me lembro quando seu pai teve deixar você comigo e Beatriz, você chorava tanto, tanto, nos primeiros dias tudo que você fazia era chorar e dormir, eu acho que era saudades do seu pai, e então depois você se acostumou com a gente, sorria pra nós dois e estendia seus bracinhos para nós.

— Tio, você ta nostálgico mesmo.

— Eu estou mesmo meu amor, porque agora você chega na minha casa e não vem mais chamar o tio "ick", você chega agora procurando pelo Luis, e eu acho a amizade de vocês linda, mas as vezes, só as vezes eu sinto falta de vocês dois bebês.

— Eu te entendo tio, naquela época não tinha o Lucas. – falei me soltando do seu abraço e rindo pra ele.

— Realmente tínhamos algumas vantagens. – falou rindo.

— Agora falando sério tio. Eu sempre vou querer seus abraços, você é meu segundo pai tio, e eu te amo.

Eu voltei a me encaixar nos braços do tio Nick e logo ouvimos passos se aproximando.

— Ei, esse pai aí é meu. – Rick falou tentando afastar eu e o tio – E essa melhor amiga é minha.

— Tá vendo porque não tem mais tio Nick pra lá e pra cá Ava? Esse moleque ciumento não deixa.

— Ele é chato mesmo. – falei.

Dei um beijo na bochecha do tio Nick e voltei pras minhas pipocas, e fiquei ouvindo os dois interagindo e pensando que ainda bem que finalmente Rick estava voltando ao seu normal aos poucos. Voltando a ser o Luis Henrique que nós conhecemos, o meu Rick.

PredestinadaWhere stories live. Discover now